terça-feira, 17 de janeiro de 2012

HISTÓRICO DA OBRA MISSIONÁRIA VIRGEM DO CARMO PEREGRINA


“É difícil de relatar as coisas de Deus, mas pedimos ao Senhor que nos ajude para sua glória que tudo seja feito conforme sua santa vontade”.



INTRODUÇÃO


Depois de uma caminhada relativamente longa dentro da Ordem dos Carmelitas Descalços e dentro da Renovação Carismática Católica estando na cidade de Rio Grande, senti em meu coração a necessidade de termos um local de evangelização e trabalho social especialmente com crianças mais desprovidas. Tudo foi amadurecido dentro de nosso coração com orações e pregações. Deus nos tira de nosso comodismo para fazermos a sua vontade quando nos colocamos a sua disposição.
Aconteceram muitas transformações em nossa vida e a presença de Deus se percebia com mais força. Como Ele não quer que fiquemos parados nos chama constantemente para um trabalho maior.
Gostaria de relatar neste documento alguns fatos que não poderia deixar de ressaltar somente para a Glória do Senhor que muito nos ama. Recebemos a graça de termos tido algumas experiências espirituais que aqui relatamos.


Virgem do Carmo Peregrina: A imagem da Virgem do Carmo com o título de Peregrina (devido ao acompanhamento que ela faz em nossas missões) foi confeccionada artisticamente pela senhora Maria Josefa Cardoso Kirchhof, minha irmã, em julho de 2001. Ela conseguiu fazer uma cópia de uma imagem belíssima que tínhamos na capela do noviciado no convento da Glória em Porto Alegre RS.
No início de minhas pregações na grande Porto Alegre eu levava uma imagem pequena de Nossa Senhora das Graças e até fiz um hino para ela que nos ajudava em nosso caminhar. Pensei que seria melhor ter uma Virgem do Carmo, pois desejava intensificar a devoção a Virgem Maria do Monte Carmelo especialmente naquele ano que se celebrava os 750º anos de sua aparição a São Simão Stock (16 de julho de 1251).
Nesta imagem foram colocadas algumas jóias de uso pessoal da senhora Maria Josefa. Segundo seu relato a confecção desta imagem foi muito difícil. Ela se sentia humanamente incapaz de fazê-la. Recorreu imediatamente à proteção de Maria para esta grande tarefa. Não tinha quem a orientasse. Sentia que brotava da imagem original o desejo da própria Virgem em querer surgir dali. Isto era o que estimulava a continuar. Teve momentos de verdadeira tribulação. Ao mesmo tempo percebia um desejo da própria Virgem que se continuassem os trabalhos. Foram momentos de sofrimentos e alegrias. Parecia que algo muito importante estava para acontecer justamente pelas dificuldades que se apresentavam. Quando a imagem começou a exercer sua função a senhora Maria Josefa sentiu em seu coração uma grande alegria que invadiu sua alma. Ela dá testemunho que esta imagem é mais obra divina do que humana. Diz que por sua capacidade só poderia fazer 5% dela. As provações quando enfrentadas com coragem se tornam fonte de verdadeira alegria.
Temos um livro de registros onde a imagem já esteve. É interessante que as pessoas ao verem a imagem ficam comovidas e sentem a presença materna de Maria que sempre está a nosso lado nos defendendo de todo o mal e nos encaminhando a obediência ao seu filho Jesus. A figura materna de Maria é fundamental para sermos servos de Deus.
Não poderia ser de outra forma. A Virgem do Carmo Peregrina se tornou a padroeira de nossa Obra Missionária por que ela sempre caminha conosco.

Adoração ao Santíssimo Sacramento: Quando fui transferido para a cidade de Rio Grande RS pela primeira vez (18/12/1996) senti em meu coração grande temor. Nunca tinha trabalhado em paróquia e estava indo para uma comunidade bem tradicional de nossa província. Tomei a decisão de cultivar com as pessoas, iniciando com os jovens, uma profunda devoção ao Santíssimo Sacramento com adorações todas as terças-feiras. Estes momentos de oração se tornaram fonte de verdadeiras conversões para mim e para muitas pessoas. Atribuímos o aumento de fiéis na paróquia e a abertura dos corações para Deus o grande efeito que as adorações provocam em nossa vida. Pedimos sempre pelas vocações, pela Igreja, para que o Senhor nos abençoasse. A Obra Missionária tem suas raízes nestas adorações. Quando nos colocamos diante de Jesus sacramentado sempre acontece algo de novo em nossa vida. Os Missionários da Virgem do Carmo devem ser adoradores contínuos da Presença de Jesus na Hóstia consagrada. Ali está presente o próprio Mestre que nos ensina a vivermos nossa vida a serviço de nossos irmãos.

Cruz da Obra Missionária: A cruz missionária, inspirada no carisma carmelitano, foi criada para cultivar a Presença Amorosa e Permanente de Deus e de sua Mãe a Virgem do Carmo em nossa vida. Esta cruz foi confeccionada pelo senhor Luiz Antônio de Castro, marceneiro da cidade do Rio Grande. Ela deverá estar sempre em nosso peito exposta para dar testemunho desta grande verdade. É um privilégio de graças estar com ela. A Cruz é ungida com o Santo Óleo do Crisma para nos proteger e ajudar no combate espiritual. Na luta pelo bem e pelo testemunho de vida cristã.
É interessante que iniciamos esta devoção sem nenhum compromisso. Sentíamos no coração a necessidade de identificação com as coisas de Deus no meio do mundo. Um testemunho forte de sua presença amorosa em meio a tantas tentações que enfrentamos do mal que nos afasta de Deus. Quando tocamos na cruz sentimos a sua presença. Estamos com ela em nosso peito para nos defender e sermos testemunhas vivas da presença misericordiosa do Senhor. Quanto mais tempo permanecermos com a cruz mais livres seremos das tentações do inimigo.
A base da cruz é o Monte Carmelo. Nela estão a Palavra de Deus e a devoção filial a Virgem do Carmo Peregrina. Quando chegamos ao centro da cruz e ao topo do monte nos encontramos com o dinamismo da Santíssima Trindade na Eucaristia e somos convidados a ajudar os nossos irmãos na Obra de Evangelização. A Obra Missionária tem como missão restaurar as pessoas mergulhadas no sofrimento, especialmente os mais empobrecidos.

Escudo da Obra Missionária: Nosso escudo é uma herança do Carmelo. Temos a cruz missionária como base e as três estrelas. A estrela maior do centro representa a Santíssima Trindade e o Mistério Eucarístico (por esta razão leva a letra E). É nossa grande missão cultivar a presença de Deus pela Celebração Eucarística e a Adoração ao Santíssimo com a Efusão do Espírito Santo. As duas estrelas da base são a Virgem Santíssima (letra M) e a Palavra de Deus (letra P) que nos levam a um compromisso com os mais empobrecidos.  À medida que somos “restaurados” estamos aptos para sermos instrumentos de restauração de nossos irmãos.

“Deus nos ama acima de nossas limitações”: Sempre iremos encontrar falhas e erros em nós e em nossos irmãos, mas Deus nos ama acima de nossas limitações. Esta frase nos veio numa madrugada do primeiro semestre de 2006. Não havíamos entendido inicialmente sua profundidade. Aos poucos percebemos que estava ligada intimamente ao carisma que o Senhor estava nos inspirando em relação a sua infinita misericórdia. Todos são limitados pela força do efeito do pecado original, mas a Graça de Deus é infinita em vem em socorro de nossas fraquezas. Devemos mostrar ao mundo a infinita misericórdia do Senhor.

Devoção ao Jesus Misericordioso: Esta devoção também faz parte de nossa espiritualidade. Muitas vezes o Senhor manifestou sua vontade de que tivéssemos esta devoção. Temos dois fatos bem interessantes. O primeiro foi na igreja do Carmo que Ele mesmo nos pediu para ficar no único lugar que havia dentro da igreja. O segundo fato aconteceu com a pastoral carcerária. Como recebemos um quadro maior para ser colocado na igreja do Carmo, sobrou outro menor, muito bonito por sinal. Numa sexta-feira pela manhã (31/12/2005), sentíamos em nosso coração que o Senhor queria ficar no centro do presídio de Rio Grande. Mas como poderia isto acontecer? Na confiança levamos o quadro e começamos a rezar para Jesus. Quando chegamos ao presídio o agente responsável pela parte central do presídio tinha sido transferido e justamente o que estava em seu lugar desejava que se colocasse um quadro de Jesus. O nome deste agente é Alvaro Selmar Oliveira Martins. Pedimos a ele se poderia ser na parte central na recepção e ele aceitou a idéia. Foi retirado um mural de informações para que o quadro fosse colocado. O presídio estava em perigo, pois os presos estavam agitados. Mesmo assim chamamos os agentes para rezarem conosco diante da imagem. Eles armados, com presa e medo rezaram juntos conosco. O milagre aconteceu. Os presos se acalmaram. Até hoje sempre rezamos diante do quadro antes e depois de nossas atividades pastorais dentro do presídio.

Graças a Deus estou doente: Desde o momento que percebi que estava com problema de Glicose no sangue (dezembro de 2005) decidi ter uma vida diferente. Comecei a fazer grandes caminhadas de dez quilômetros pela madrugada. Acordava as quatro e trinta e saía para caminhar. Enquanto caminhava refletia e rezava sobre minha vida. Percebi que o Senhor caminhava comigo mesmo estando só. Refletia sobre as maravilhas que o Senhor tinha operado em minha vida e que necessitava fazer algo a mais.
Alguns amigos reclamavam a minha atitude de sair tão cedo. O perigo de ser assaltado etc. Vi que eles estavam com razão e decidi ir para uma academia fazer os exercícios necessários para me manter com saúde. Como estava acordando cedo pensei em aproveitar o tempo e rezar cedo (5 horas), estudar e depois ir à academia.
A revolução estava começando a acontecer em minha vida. Comecei a rezar pela manhã na solidão do início do dia e percebi rapidamente os frutos que esta oração provocou em minha vida.
Já há alguns anos estava pregando junto com meu irmão Darlen Vaz. Sempre partilhava com ele as maravilhas que o Senhor estava realizando em minha vida. Ele se sentiu desafiado a rezar comigo às quintas-feiras. Acredito que esta união espiritual foi uma grande graça que foi desencadear em um grande amor pela missão que o Senhor nos confiava. A partir desta decisão muitos fatos maravilhosos ocorreram. Já estávamos pregando juntos em retiros e cenáculos a mais de três anos.

Cenáculo em Tapejara RS: Domingo dia 25 de junho de 2006. Antes de ir a este encontro encontrei um tema sobre as indulgências e resolvi fazer uma indulgência plenária em favor de nosso encontro e da conversão das pessoas que estariam neste cenáculo.
Deus se serve de nossa abertura e disponibilidade para nos utilizar como seus instrumentos. Quando estamos em processo de conversão, estamos aptos para sermos instrumentos de conversão de nossos irmãos. Decidimos que neste cenáculo iríamos começar com a Santa Missa para valorizar mais o momento eucarístico, pois normalmente as missas eram celebradas somente no final dos eventos. Esta santa missa foi longa. Iniciamos as nove e fomos até as onze e trinta para o intervalo. No momento da efusão do Espírito Santo após a homilia, foram anunciadas muitas curas. Eu sempre tive muitas reservas em relação a isto, pois sempre fui marcado por uma grande racionalidade. Inclusive não gostava que se manifestasse os dons do Espírito Santo publicamente por medo de que acontecesse algo de subjetividade.
Após a Santa Missa tivemos um intervalo e não sabíamos como ocupar o tempo antes do almoço que já estava próximo para acontecer. Resolvi cantar um canto italiano para alegrar os presentes. Todos ficaram eufóricos com isto. De repente me lembrei de um canto que fazia muito tempo que não cantava mais (saí para ver o luar...). Enquanto eu cantava este belo canto que fala sobre a presença de Deus em nosso interior percebia que o Senhor me pedia que proclamasse as curas publicamente que haviam acontecido na celebração da missa. Eu relutei muito interiormente sem que ninguém percebesse, mas não pude resistir à vontade de Deus. Comecei a proclamar as maravilhas que o Senhor havia feito naquele imenso ginásio e pedi que as pessoas beneficiadas pelas graças recebidas viessem até o centro onde estávamos para abraçá-las. Pessoas com problemas de relacionamento, dependentes de drogas, jovens foram chamados ao sacerdócio e famílias se reconciliaram.
À tarde quando tivemos o momento da passagem do Santíssimo Sacramento o Senhor me mostrou toda minha vida. Percebi que Ele sempre esteve ao meu lado. Mostrou-me o sofrimento que minha mãe teve no momento de meu nascimento e o oferecimento que havia feito por tudo que estava passando. Percebi que a grande alegria que sentia ao lado do Santíssimo Sacramento quando criança não era um simples sentimento. Foi um filme completo da minha vida e a infinita misericórdia de Deus se manifestando para me levar ao encontro do Senhor. O silêncio tomou conta de meu coração e percebi que algo novo havia acontecido na minha vida. A intenção verdadeira nos leva até a força do efeito da graça de Deus. Ele também nos livrou de um grave acidente na estrada de Pelotas quando uma tropa de cavalos passou bem perto de nosso veículo durante a madrugada.
Depois de algum tempo ficamos sabendo que a senhora Rosana Fin da cidade de Guaporé RS, que mora na Avenida Silvio Sanson, 1897, com 39 anos de idade conseguiu engravidar depois de muitas tentativas. O anúncio de sua gravidez foi feito neste Cenáculo. Mais uma grande graça alcançada pela ação do Espírito Santo em nossa vida.

“Se quiseres que os outros se convertam, começa pela tua conversão”: Um dia, diante de todos os fatos que nos estavam acontecendo, pedi ao Senhor a graça de me tornar um grande instrumento de salvação e conversão de muitas pessoas. A resposta que recebi do Senhor foi esta: “Se quiseres que os outros se convertam, começa por ti”. Percebi que deveria me esforçar muito mais. Deveria ter um grande amor pela Palavra, pela Santíssima Eucaristia, pela Virgem Santíssima e um amor pelos mais pobres. Antes de cada missão devemos rezar pela nossa conversão e para que sejamos instrumentos de salvação para nossos irmãos.

Retiro com a Fraternidade Nossa Senhora da Evangelização: Antes de irmos a Porto Alegre na Paróquia São Martinho (29/07/2006), decidi rezar e alcançar uma Indulgência Plenária em favor de uma pessoa que não tivesse ninguém que rezasse por ela. Nosso irmão Darlen se associou nesta oração e fizemos juntos a Via Sacra. Eu fiquei impressionado pelo convite realizado pelo padre Ladislau Molnar, que é muito reservado em seu trabalho maravilhoso na Fraternidade de Nossa Senhora da Evangelização. Darlen Vaz estava um tanto preocupado com o conteúdo do que se iria apresentar para um grupo seleto de pessoas que já tinham uma caminhada de evangelização e oração dentro da Igreja. Eu tentei me preparar intelectualmente para as palestras preparando onze páginas de estudo e reflexão e passei tudo ao irmão Darlen para que ele também estudasse. O fato é que deste estudo não utilizamos praticamente nada. Só o esqueleto do carisma da comunidade.
Passei uma noite muito atribulada antes de ir para o evento e relatei ao irmão Darlen e ao irmão Jéferson o outro senhor que nos acompanhou na viagem. Quando cheguei à paróquia fiquei impressionado com o grande número de pessoas presentes (mais ou menos 500). E agora Senhor? O que vamos fazer e pregar? Todos estavam em silêncio e oração diante do Santíssimo exposto. Começamos a Santa Missa e a entrada da Virgem do Carmo Peregrina. No momento da efusão do Espírito Santo após a pregação da Palavra que foi partilhada por mim e por Darlen. Neste momento, mesmo eu não querendo, por achar cedo demais, vieram muitas palavras de ciência e muitas pessoas foram curadas. Novamente com problemas familiares, conversão de pessoas que tinham ido desgostosas ao encontro, aceitação do pai, jovem que tinha problema com seus familiares. Senti em meu coração pela primeira vez que a Virgem Santíssima estava presente nas curas. Um jovem foi tocado no ombro por Maria e chamado a servir na missão da comunidade. Ela tocou em casais que estavam com problemas de relacionamento.
Um fato relevante deste encontro foi à passagem do Santíssimo Sacramento pela tarde. Sentimos em nosso coração que muitas pessoas de caminhada foram resgatadas novamente em sua força espiritual. Sentimos uma grande paz no coração e por incrível que pareça não nos sentimos cansados como nos outros eventos. O ambiente de oração e silêncio nos atingiu.

Indulgência Plenária: Achei muito interessante o aspecto da Indulgência Plenária e na segunda-feira decidi que iria fazer uma em favor da minha pessoa. Na terça-feira com a adoração que costumamos fazer neste dia. Confessei-me pela manhã com o Frei Luiz Maria Ávila e procurei me manter em estado de graça até a noite com a adoração. Neste dia tive quatro reuniões na Diocese, ofereci tudo a Jesus Misericordioso e passei todo tempo mais calmo. Na adoração estava presente o irmão Darlen, sem que eu tivesse convidado. Iniciamos a adoração e depois de alguns momentos pensei em chamá-lo para pregar sobre a Transfiguração. Veio na minha mente em forma de visão exatamente como relato, um grupo de balões de brinquedo com gás. Eles subiam para o alto em um céu azul belíssimo. Um grupo deles estava preso com barbantes velhos em forma de rede. Percebi que o Senhor queria que libertássemos os balões presos que seriam as pessoas empobrecidas pelo egoísmo reinante no mundo.
Quarta-feira, dia 02 de agosto aproveitei para alcançar mais uma Indulgência Plenária em favor de uma pessoa totalmente abandonada no Purgatório. Neste dia fui ao Carmelo de Pelotas e atendi a algumas irmãs que queriam uma direção espiritual. A última que estava atendendo aconteceu um fato interessante. Quando estávamos dentro de um aspecto mais profundo de nossa conversa, uma chave de luz começou a esfumaçar. No momento eu pensei que não era nada espiritual, mas depois do relato do fato que me aconteceu na noite deste dia, a minha opinião mudou.

Perseguições do inimigo: Fui dormir tranquilamente na noite de quarta para quinta-feira (03 de agosto de 2006) e na madrugada meu telefone celular me chamou (02hs30min.). Um homem falava de uma situação de emergência e logo a ligação caiu. A ligação não era identificada. Fiquei surpreso com o fato e logo comecei a deduzir do que se tratava. Poderia ser o irmão Francisco Lucas de Oliveira que estava hospitalizado ou meus pais que já são bem idosos. Adormeci e logo depois de quarenta minutos o telefone tocou novamente e só consegui escutar durante alguns segundos uma balbúrdia de pessoas que não me responderam nada. Fiquei indignado e voltei a dormir. Mais meia hora e o telefone chamou novamente. Não quis falar nada, mas escutei uma voz em espanhol claro da Espanha: “TE QUIERO NEL INFIERNO”. Dei uma bênção no celular e me entreguei a Jesus Misericordioso. Achei que era uma brincadeira boba sem sentido algum e voltei a descansar, desliguei o som do celular e percebi que havia recebido mais quatro ligações durante a madrugada. Acordei-me pensando no fato e como era dia de nossa oração em conjunto, relatei o fato ao irmão Darlen. Neste momento pensei mais seriamente sobre a revolta do maligno na salvação das pessoas que estão acontecendo em nosso processo de conversão. Rezamos e refletimos sobre o fato. Relatei ao irmão Jéferson pela manhã no café e disse muitas coisas para ele de minha vida. Inclusive o fato da oração de terça-feira que eu rezei por ele e pela sua esposa sentindo em meu coração a missão reservada para os dois. Ele ficou muito emocionado. Pela tarde chamei ao irmão Darlen e revelei para ele a visão dos balões e o que o Senhor poderia querer de nós que somos tão limitados?
O mesmo fato do telefonema sem identificação aconteceu na madrugada do dia 04/08/2006, dia de São João Maria Vianney. Um dos santos que mais teve combates espirituais com o inimigo. Desta vez ouvi: “Estive te cuidando o dia inteiro”. Não consigo explicar o que significa isto, mas me entreguei nesta noite para Nossa Senhora e para Jesus Misericordioso.

Mais oração, mais revelação, mais missão: Em uma caminhada vocacional no mês de agosto (05/08/2006) me emocionei ao ver nosso bispo diocesano Dom José Mário Stroeher abençoar uma criança pobre. Esta imagem marcou meu coração. Jesus estava pedindo que se fizesse algo pelas crianças desprovidas de nossa cidade. Esta idéia foi amadurecida em nosso coração. Como Maria guardava dentro de seu coração o pedido do Senhor, mas não sabia o que fazer. É interessante que já algum tempo me vinha em minha mente à figura de Dom José Mário e eu não sabia qual era o motivo, pensei que deveria me confessar com ele ou procurar uma direção espiritual. Depois deste fato entendi qual foi o motivo da visualização de sua pessoa.

O que o Senhor quer de nós? Na reunião do Conselho de presbíteros de novembro de 2006, nosso bispo falou das nossas necessidades. Falou da cidade de Chuí e Santa Vitória e da falta de sacerdotes. Fiquei muito impressionado com o que ele nos falou e pensei em entrar em contato com comunidades carismáticas pela internet para que viessem nos ajudar com o consentimento de nosso bispo. Somente uma comunidade nos respondeu. Fiquei triste, mal sabia que o Senhor queria que nós déssemos nossa vida pela Missão e que o Senhor estava olhando para esta área de forma diferente.

Luiz Pedro Giribone Cardoso: A idéia de fazer um trabalho concreto em uma linha de evangelização e algum trabalho social aumentou cada vez mais. Comecei a me comunicar com meu irmão de São Paulo, Luiz Pedro Giribone Cardoso sobre a idéia do trabalho e ele me animou muito, inclusive acreditando que deveríamos fazer algo a mais especialmente pelas crianças. É necessário fazer algo pelos mais necessitados.
Em uma adoração ao Santíssimo (26/09/2006), o Senhor nos pediu novamente que precisávamos atender as crianças que sofriam, morriam de fome e não tinham apoio nem carinho de seus pais. Este fato foi comentado depois por pessoas da comunidade, mas ainda estava difícil de encontrarmos uma resposta. Eu pensava que era algo da minha cabeça. Procurei algumas pessoas da comunidade para falar de meu propósito, embora não se sabia exatamente do que se tratava.

Cenáculo em Santa Maria: Estava agendada uma pregação em Santa Maria no dia 12 de outubro, fizemos oração e penitência. Desde a nossa romaria diocesana até o evento obtendo indulgências plenárias em favor do encontro. No caminho para Santa Maria, no dia 11, o irmão Darlen nos apontou o terreno de nosso irmão Paulo Marquette que já trabalhava conosco na pastoral carcerária.
O Cenáculo com Maria foi algo extraordinário. Muitas graças foram derramadas. Novamente proclamamos as curas que o Senhor realizava. Sentimos em nosso coração que precisávamos ter uma equipe de missionários para tornar Jesus mais amado pelas pessoas.

Local da Obra: Na sexta-feira, dia 13 de outubro, tive um diálogo prolongado com meu irmão Luiz Pedro que incentivava o trabalho em favor dos desfavorecidos especialmente com as crianças que são nosso futuro. Eu também senti a mesma necessidade e de algo mais forte na evangelização. Quando desci para o piso de baixo do convento encontrei o Paulo e a Vera e comentei com ele sobre o terreno que havia olhado na passagem para Santa Maria. Ele imediatamente falou de sua intenção de construir algo para a evangelização sem que nós tivéssemos falado antes alguma coisa. Fiquei muito emocionado e rezei ao Senhor, pois pela manhã deste dia pedia que me desse uma luz concreta para o que sentia que Ele me pedia. Mais um sinal da vontade de Deus.
Sábado, dia 14 de outubro pela manhã novamente voltei a falar com o Luiz Pedro pelo Skipe. Falei sobre o terreno e ele me incentivou mais sobre o projeto. Logo após nosso diálogo pela manhã telefonei para o meu amigo que é promotor público em nossa cidade, Francisco Simões Pires que já havia falado que estava a minha disposição para um projeto social. Reunimos-nos nesta mesma manhã e dialogamos sobre o projeto. Ele achou muito interessante e se colocou a disposição para fazer o estatuto da obra.

Visita ao terreno: No domingo, dia 15, festa de Santa Teresa resolvi ir até o terreno para visitar e lá encontramos o Paulo Roberto Marquette Fernandes que me mostrou a parte que lhe irá tocar por herança e lá percebi que Deus quer transformar a parte sul de nossa cidade e como muitas vezes tenho sentido o sul do estado e até mesmo o nosso país vizinho do Uruguai desprovido de evangelização. A medalha milagrosa de Nossa Senhora foi colocada no chão do terreno e rezamos uma Ave Maria para que neste local aconteçam muitas bênçãos.

Os pés de Jesus: Na missa das 19h30 m. na paróquia do Carmo percebi no momento da consagração os dois pés de Jesus crucificado sangrando seu preciosíssimo sangue sobre o cálice. Entendi que ele deseja algo mais de nossas vidas que faça valer a pena o sacrifício que passou por nós. Ele quer que os nossos pés se movimentem em favor do Reino. Somos peregrinos e não podemos nos deter em nosso próprio egoísmo.

Nome da Obra: Na madrugada do dia 16 de outubro de 2006 segunda-feira, estava como que sonhando e veio o nome da nossa Obra Missionária de Evangelização e Acolhida Social Virgem do Carmo Peregrina. Levantei-me imediatamente e escrevi o nome em um papel, pois percebi que esta era a vontade do Senhor.

Primeiro encontro com Dom José Mário Stroeher: No dia 18 de outubro às 16 horas fui a o encontro de nosso bispo diocesano e lhe expus alguns fatos que estavam acontecendo e nosso desejo de fundar a Obra Missionária. Falei para ele do sentimento profundo que senti no momento em que ele dava a bênção para uma criança pobre no bairro Santa Teresa. Ele escutou-me com muita atenção. Achou muito interessante o projeto e disse que iria nos acompanhar com suas orações.

O que a Palavra de Deus nos afirmou: Dia 02 de novembro pela noite, pedi ao Senhor que me mostrasse na Palavra o que queria de nós. Peguei a Bíblia e pedi que Ele me mostrasse através da Palavra a sua santa vontade. A Bíblia não estava se abrindo por ser uma edição nova da CNBB. Depois de algumas tentativas ela se abriu no capítulo 17 do primeiro livro de Reis nos versículos 01 até 07. Neste texto temos a missão do profeta Elias que está ligado diretamente ao carisma do Carmelo. O manter-se na presença de Deus e a sua grande missão de partir em direção ao oriente. Percebe-se o sentido missionário do que o Senhor quer de nós. Quando nos mantemos na presença de Deus reconhecemos o seu amor e vencemos todas as nossas limitações.

Padre Marco Aurélio Petry: Há alguns anos atrás, não me recordo exatamente, quando nas orações diante do Santíssimo Sacramento em nossa igreja do Carmo se cantava o canto “Ninguém te ama como eu” de nosso irmão Martin Valverde. Vinha em minha mente à figura do Pe. Marco Aurélio Petry. Trata-se de um grande amigo que conheci antes de ser ordenado presbítero pela diocese de Passo Fundo. Ele esteve presente no momento em que na Paróquia Sagrado Coração de Jesus nesta cidade, recebi com muita fé a “efusão do Espírito Santo”. Estivemos juntos em missão em um colégio de Passo Fundo (Conceição dos Irmãos Maristas). O Marco, pois ainda não era ordenado neste tempo, cantava com muito amor este canto e os jovens presentes ficavam muito comovidos depois que ele cantava. Ele teve uma provação depois de alguns anos de ordenado (dois anos e quatro meses, em abril de 2000), se afastou do ministério. Fiquei muito sentido com isto, mas com o passar do tempo já havia me acostumado com a idéia. O fato mais interessante é que sua imagem não saia de minha mente quando se cantava este canto. Não sabia do que se tratava propriamente, mas rezava sempre por ele.
Quando fomos a Tapejara RS, para a pregação do Cenáculo que acima nos referimos consegui o telefone deste amigo através de outro irmão Valdomiro Marcon. Sua esposa estava bastante enferma e fomos ao Hospital São Vicente. Na passagem para Tapejara fomos para Passo Fundo em nosso seminário e lá ele me encontrou. O encontro com a dona Lélia foi algo maravilhoso, pois ela parecia já estar na glória de Deus. Ao retornar para o seminário falei ao Marcon sobre o fato de sentir a presença do Marquinho (Pe Marco) diante de mim várias vezes cantando o canto Ninguém te ama como eu. Pedi o seu telefone para entrar em contato. Acreditava que o Senhor estava me pedindo que eu falasse com ele.
Quando retornei a Rio Grande consegui falar com ele e senti que estava aberto ao diálogo. Ele me falou que há alguns meses estava sentindo algo diferente em seu coração depois de toda crise que passou. Na segunda-feira consegui contato por telefone e também pela internet (MSN). Tivemos uma batalha espiritual enquanto me comunicava com ele. Pedi que ele fosse ao encontro de Dom Ercílio Simon, bispo de Passo Fundo, para receber uma bênção que iria dar a ele um novo entusiasmo. Chegou à mesma hora o irmão Darlen que começou a interceder por mim enquanto me comunicava com ele. A batalha espiritual foi tão grande que fomos para a capela rezar e pedir que o Senhor intercedesse por nós e pelo Marco. Aconteceram vários diálogos e pedi a muitas pessoas que rezassem nas intenções do Pe Marco. Os nossos diálogos pela internet começaram a melhorar e eu sentia uma abertura em seu coração.
Graças a Deus consegui me comunicar com Dom Ercílio Simon. Estava rezando em um domingo a tarde diante do Santíssimo e senti que precisava falar com o bispo. Após alguns telefonemas consegui me comunicar e pedi que ele desse um atendimento especial ao Pe. Marco. Fui muito bem atendido por ele que me prometeu ampará-lo e rezar por ele. Pe. Marco conseguiu ir até Dom Ercílio e recebeu a bênção apostólica como eu havia pedido para que o Espírito Santo o renovasse.
Tudo é graça. Marco voltou para Chapecó SC e parecia mais animado. Convidei-o a vir me visitar para que pudéssemos rezar juntos. Ele conseguiu vir até Rio Grande dia 30 de outubro de 2006, na segunda-feira. Na noite anterior sofri muito a perseguição do inimigo que afirmava que tudo que eu estava fazendo era uma mera idiotice e que nada daria certo. Para o Marco também foi uma viagem bastante difícil. Ele teve que ficar em Pelotas RS durante a noite por causa de uma grande tempestade que o encontrou no caminho. Foi uma grande alegria poder reencontrá-lo. Brincamos, falamos bastante sobre nosso passado. À tarde assistimos ao filme do São Padre Pio juntos e sentimos uma grande  alegria interior. Rezamos juntos a tarde na capela e depois pedimos juntos uma grande efusão do Espírito Santo. Estava junto o nosso irmão Luciano Sampaio que rezou conosco na capela. Foram três momentos fortes de oração. Na terça-feira na adoração ao Santíssimo o Marco se prostou diante do Santíssimo e todos os presentes rezaram por ele sentindo uma força muito grande da graça de Deus. Outras pessoas também foram chamadas para diante de Jesus e sentiram a força da graça de Deus. Percebi que ele estava sentindo uma grande alegria em seu coração.
Quando ele se despediu no dia 02 de novembro para ir a Chapecó SC estava mais feliz ainda. Ele depois me relatou que quando lá chegou teve um problema de saúde. Penso que foi o efeito da efusão do Espírito Santo que pode atingir o físico também. Depois de uma semana o Marco teve uma grande experiência de oração falando diretamente com Jesus que lhe deu uma grande motivação espiritual e vocacional.

Valdomiro Marcon: Depois tivemos a preciosa visita de nosso irmão Valdomiro Marcon de Passo Fundo. É interessante que foi este irmão que me fez o convite para que eu recebesse pela primeira vez a efusão do Espírito Santo em Passo Fundo em 1990. A sua vinda até Rio Grande foi cheia de significado e alegria. Foi convidado a participar de alguma forma da Obra Missionária e fez uma doação de uma filmadora digital para nossas filmagens.
Ele pregou na missa de louvor com muita intensidade. Participou também da adoração ao Santíssimo que tem sido uma fonte onde o Senhor tem nos mostrado o que quer para nós e para nossa Igreja aqui no sul. São tantas graças derramadas que nos fazem refletir sobre o imenso amor que Deus sente por cada um de nós. A base espiritual da Obra Missionária é a vivência eucarística.
Este nosso irmão recebeu a graça de ser recebido por Dom Osvino Both, arcebispo militar em Brasília para se preparar para a ordenação presbiteral.

Estatuto da Obra: No dia 21 de novembro recebemos a cópia do estatuto da Obra Missionária enviada pelo nosso irmão Pe. Marco. Feita com muita habilidade. Pensamos em marcar uma reunião para a revisão do estatuto e regulamentação civil para continuarmos com nossa obra. Nosso colaborador Francisco Simões Pires nos enviou outro estatuto para estudarmos os dois e fazermos o definitivo.

As 15 Indulgências Plenárias: No dia 23 de novembro rezamos juntos Darlen e eu e sentimos o desafio do desapego que a Obra Missionária irá nos impor especialmente sobre nossas vidas.
As divulgações sobre as Indulgências continuaram e no dia 23 de novembro na missa de louvor no momento da passagem do Santíssimo o Senhor me pedia quinze indulgências plenárias em favor das pessoas mais abandonadas do purgatório que não tem quem rezem por elas. Dia 24 me confessei com o Frei Luiz Maria Ávila para me preparar para a caminhada penitencial. Acredito que esta seja uma grande fonte de bênçãos que necessitamos para fazermos à vontade de Deus que é sempre muito misteriosa para nós.
Algo interessante aconteceu durante esta caminhada penitencial. Pensei em fazer a Via Sacra todos os dias e a cada dia ressaltar um dos quadros da Via Sacra. Aconteceram algumas graças.
Na segunda-feira, dia da Medalha Milagrosa (27/11/2006), coincidiu com o encontro de Jesus com sua Mãe no caminho do Calvário. Neste dia também tomei a coragem e falei pessoalmente com o Bispo de Bagé Dom Gilio Felício sobre a idéia de iniciarmos uma divulgação das graças recebidas por minha tia Otília Giribone. Foi algo impressionante como ele acolheu a idéia e falou várias vezes de Unção. Que precisamos de uma vida mais voltada para Deus. Fiquei muito comovido e logo pensei em sua diocese no que o Senhor queria com a Obra em relação aos locais mais abandonados.
Na tarde deste dia conversei com a Dona Luíza Tellechea que é muito conhecida em nossa cidade como uma pessoa muito benemérita. Ela ficou muito impressionada com todos os fatos e afirmou que irá nos ajudar.
Na missa à noite tivemos muitas graças com a Virgem Maria. Sua imagem foi colocada no lado do altar e eu sentia em meu coração que ela me pedia para que as pessoas tocassem em suas mãos imaculadas para obterem muitas graças. Isto aconteceu na realidade e ao cantarmos a Virgem sentia uma grande alegria no coração.
Na terça-feira à noite na adoração ao Santíssimo recebi uma grande graça. Estava muito cansado, mas rezei e preguei da mesma forma de sempre. Nosso irmão Jéferson e a irmã Gilda pediram para rezar por mim e eu me prostrei diante do Santíssimo Sacramento. Quando estava no chão rezava por todos e pedia forças a Jesus para que eu pudesse cumprir com minha vocação e com o que Ele me pedia. Senti-me reforçado em meu ideal.
A conclusão que cheguei do processo da Via Sacra e das 15 indulgências plenárias é que o sacerdote deve se sacrificar para presidir o sacrifício. Deve estar muito bem preparado para celebrar a Santíssima Eucaristia para que muitas pessoas se salvem. Sabendo que ela tem um valor independente do que celebra, mas é muito importante a entrega do sacerdote na hora da consagração. Jesus se entregou por nós e o sacerdote deve se entregar pelo povo. Devemos vencer nossa sensualidade e nossos afetos desordenados para darmos de tudo ao que nos deu tudo. Deste sacrifício nasce dentro do coração do sacerdote a verdadeira alegria. O verdadeiro entusiasmo e a alegria do sacerdote vêm da fonte da celebração eucarística.

Retiro com os estudantes carmelitas: Acredito que também uma das missões que o Senhor havia me preparado era a pregação do retiro para os estudantes carmelitas que aconteceu para a renovação dos votos deles em nossa paróquia de Rio Grande. Jesus nos pede uma constante conversão nestes tempos difíceis de relativismo. Sentimos em nosso coração que há muitos religiosos e religiosas que sofrem por pequenas coisas. Estão perdidos sem a efusão do Espírito Santo. A Obra deve ser um apoio para todos.

Outros membros: Estive atendendo pessoas da comunidade que se sentem chamadas ao trabalho da Obra como a Fernanda Freitas, uma jovem que recebeu a graça de uma profunda conversão na Romaria de Nossa Senhora de Fátima de 2005. Na tarde do dia 16 de dezembro ela esteve comigo e rezamos juntos pedindo que o Espírito Santo nos ajudasse sobre seu discernimento vocacional. Ela sentiu fortemente a Presença do amor de Deus neste momento forte de oração.

Ostensório: Na madrugada do dia 17 de dezembro de 2006, domingo, vi espiritualmente várias vezes um belíssimo ostensório. Parecia que o Senhor me mandava várias vezes que eu o adorasse. Era um ostensório muito antigo sobre o altar. Na tarde deste mesmo dia o vi espiritualmente várias vezes. Parecia-me que Jesus exige de todos os cristãos um grande amor a sua presença no Santíssimo Sacramento. Devemos vencer o imediatismo racionalista do mundo através da “Adoração”. Quanto mais adorarmos ao Senhor mais amor vamos ter em nosso coração para sermos sal da terra e luz do mundo.

Oração durante a madrugada: Algumas vezes no início da minha vida religiosa sentia momentos fortes de oração na madrugada. Isto voltou a acontecer na madrugada do dia 19 de dezembro de 2006. Uma entrega ao Senhor e seu infinito amor. Ao mesmo tempo as dificuldades contra meu próprio egoísmo. Com um ímpeto interior sai da cama e beijei o chão me colocando de joelhos para me entregar novamente ao que o Senhor me pedia. Ele me fez entender que devemos lutar sempre pela “Santa Humildade” para que ele possa agir em nosso ser. Precisamos abrir espaço para seu grande amor. Não devemos falar mal de ninguém e vivermos uma vida de profunda sobriedade.

Missa de Louvor: Dia 21 de dezembro de 2006, quinta-feira, aniversário do Pe Marco Aurélio. Na missa de louvor quando passava com o Santíssimo o ministério de música começou a cantar o “Ninguém te ama como eu”. Senti novamente a visualização dele e um grande amor por este sacerdote que se sente cada vez mais amado por Deus e comprometido com sua missão.

Presídio e a Graça de Deus: Em uma visita feita ao presídio de nossa cidade (22/12/2006), depois de ter rezado com os presos, cheguei a uma das portas que dá acesso ao pátio do lado sul do edifício. Após ter entregado aos detentos muitos escapulários e santinhos da Virgem do Carmo Peregrina, ao sair do local ouvi um “muito obrigado” sentindo em meu coração que era do Senhor me agradecendo por estar entre seus filhos amados. Quando voltávamos para a cidade eu, o Paulo e a Vera falamos da necessidade de estarmos atentos ao que o Senhor nos pede. Percebi que tem três pontos essências para se viver a realidade da Obra do Senhor. As tentações, as provações e as consolações que se vivem no total desapego das coisas e de nossos sentimentos para podermos penetrar na órbita de Deus.
Novamente em uma sexta-feira (19/01/2007), fazendo o trabalho no presídio. Percebi a presença de Deus de uma forma que nunca havia percebido. O efeito da graça de Deus quando fazemos a sua vontade divina. Senti que estava flutuando, como se estivesse saindo de mim mesmo quando caminhava no corredor do presídio. Deus é maravilhoso, basta nos abrir a Ele.

Natal de 2006: Para comprovar o que senti anteriormente, no dia 25 de dezembro, Santo Natal, pela manhã. Estava um pouco em baixa, se apresentava tentações e dificuldades. Graças a Deus recebi a Bênção Papal pela televisão e logo recebi um telefonema do Sr. Francisco que é o atual coordenador da Renovação de Passo Fundo. Ele me transmitiu a feliz notícia de que uma senhora ficou grávida no cenáculo que aconteceu em Tapejara RS. Foi feita a proclamação do fato e depois a confirmação. O Senhor manifesta seu consolo para nós quando nos sentimos fragilizados.

Os três irmãos: No dia 04 de janeiro de 2007, quinta-feira pela manhã estivemos reunidos os três, Frei Giribone, Darlen e Jeferson para falarmos sobre nossa reunião de fundação da Obra. Escolhemos alguns nomes de possíveis membros que estarão presentes conosco em nossa missão. Um deles o senhor Pedro Pereira foi escolhido. Para nossa surpresa, sem ele ter sido chamado para estar presente conosco veio por sua iniciativa porque eu o tinha convidado há alguns dias atrás. Mera coincidência? Ou vontade de Deus? Ele aceitou tudo o que foi falado sobre a Obra e percebeu que algo precisa ser feito nesta cidade. Através deste fato e de outros que nos acontecem percebemos que Deus tem um plano para nós. Agora nos resta o desafio de nos convertermos verdadeiramente a sua vontade.

A verdadeira Alegria: Na terça-feira, dia 09 de janeiro de 2007 às 19h40min. tivemos mais uma adoração ao Santíssimo em nossa Paróquia do Carmo. Nesta adoração senti em meu coração a verdadeira alegria de servir ao Senhor sem buscar nada em troca. Jesus manifestou sua misericórdia querendo nos usar como instrumento de salvação de várias pessoas. Neste dia acompanhei o Pe. Marco Petry com minhas orações, ele estava para vir em nossa reunião de fundação da Obra. Na noite do dia 09 e na madrugada do dia 10 senti muito a força da graça de Deus e do inimigo que não quer que o Bem supere o mal. As coisas de Deus são muito profundas em relação a nossa fraqueza, mas Deus nos ama acima de nossas limitações.

Fundação da Obra Missionária Virgem do Carmo Peregrina: O dia 10 de janeiro de 2007, quarta-feira é de grande destaque na história de nossa Obra Missionária. Foi neste dia que aprovamos o estatuto civil da Associação da nossa família. O Pe Marco Aurélio Petry veio pela manhã e como sempre foi muito bem acolhido por todos. Pela tarde eu e eles assistimos com muita emoção e alegria o testemunho de vida do Padre Léo recentemente falecido fundador das Casas de Acolhida “Betânia” e grande pregador da Canção Nova. Logo após uma partilha do vídeo partimos para o trabalho de compilação dos dois estatutos da Associação. O que o Pe Marco havia feito com o do Prof. Dr. Francisco Simões Pires que quer ser colaborador direto de nossa Obra. Pelas 17 horas fomos para a pequena capela da subida da escada como costumamos chamar aqui em nosso convento da Paróquia do Carmo para a celebração da Santa Missa. Estavam presentes nesta celebração eu, o Irmão Darlen Macedo Vaz, Jeferson, Marcia Compiani, Pe Marco Aurélio Petry e Frei Anderson. Nesta Santa Missa, após uma pequena exortação conforme a Palavra de Deus, pedimos juntos a graça do Espírito Santo para concretizarmos em nossa vida o que o Senhor nos pede.
Na noite deste mesmo dia em torno das 20 horas deu-se início a reunião de Fundação da Associação da Obra Missionária Virgem do Carmo Peregrina. Foi uma reunião cheia de bênçãos. Inicialmente eu exortei a todos sobre o fato de termos sido chamados por Deus para evangelizarmos e ajudarmos os mais necessitados, depois foi apresentado à projeção do carisma de nossa Obra. Partimos então para a parte jurídica auxiliados pelo Pe Marco e pelo nosso grande colaborador Júlio César Pereira da Silva. As discussões foram rápidas até chegarmos a um consenso de tudo o que é necessário para que possamos nos tornar uma pessoa jurídica. Ao final teve uma nova exortação aonde falei novamente do desejo do Senhor de buscarmos a santidade santificando os nossos irmãos e de nosso futuro projeto e suas finalidades. Alguns cargos foram escolhidos para cumprir a formalidade do evento e logo após tivemos as assinaturas diante da imagem da Virgem do Carmo Peregrina que é a padroeira de nossa Obra. Enquanto era realizado este procedimento cantamos o hino dela e depois invocamos juntos o Divino Espírito Santo para que nos ajudasse nesta Obra que Ele mesmo nos pede. Todos nos damos às mãos e rezamos juntos como irmãos a Oração do Pai Nosso. Deus seja louvado, foi um momento de muitas graças derramadas em favor de muitos irmãos que no futuro irão se servir desta Obra. Se quisermos santificar nossos irmãos devemos ser os primeiros a buscarmos a santidade.

Troca de mão do anel: No dia 11 de janeiro, quinta-feira fui para a oração na capela da subida da escada e lá me encontrei com o Frei Luiz Maria Ávila. Pedi a ele o sacramento da Reconciliação. Depois de joelhos pedi que ele abençoasse novamente o anel que há alguns anos trazia na mão esquerda e ele mesmo me colocasse na mão direita. Agora não posso mais voltar atrás, devo continuar até o fim no propósito de imitar a Cristo Jesus nosso Salvador e Redentor. Este anel foi reformado com o escudo de nossa Obra Missionária.

Via Sacra: Sexta-feira, dia 12 pela manhã conversei profundamente com o Pe Marco Petry sobre o sentido de nossa entrega a Jesus. Ambos nos confessamos e fomos rezar a Via Sacra e diante do Santíssimo entregamos nossa vida e o que o Senhor quer de nós. Tenho sentido o grande efeito desta devoção em minha vida especialmente nos momentos de dificuldade.

Nome dos Missionários: Domingo dia 14, quando estava dentro do carro andando pelas ruas de Rio Grande (11h10min.), pensava em um nome para os membros da Obra me veio que poderíamos ser chamados de Missionários da Virgem do Carmo (M V C).

Onde vamos agir: Um fato que gostaria de relatar é que há algum tempo atrás eu tinha sonhado com um mapa do local onde Jesus queria que trabalhasse com a missão. Estava incluída a parte sul do estado a partir de Camaquã até o Uruguai. No dia 19 de janeiro de 2007 estava conversando com uma jovem do Projeto Jesus no litoral pela tarde. Falava do nosso projeto da Obra Missionária e de nosso trabalho. Fui chamado para atender uma senhora que vinha do Uruguai. Dona Madlene da Costa que é riograndina, mas mora em Montevidéu. Estava de férias na casa de sua mãe e teve vontade de vir até aqui para falar em um trabalho de evangelização que está acontecendo em sua cidade. O interessante é que falei para ela da Obra e de nosso intento no futuro e ambos ficamos muito contentes. Senti, eu e ela um calafrio porque tínhamos certeza que era vontade de Deus o que estava se sucedendo. Contei o fato ao Irmão Jeferson e ao Irmão Filipe Gavioli que também ficaram muito emocionados. Deus manifesta a sua vontade com fatos que a comprovam.

Reunião de Aprovação da Obra com Dom José Mário Stroeher: Não poderíamos deixar de relatar a graça que obtemos com nossa reunião com nosso bispo Dom José Mário no bispado de Rio Grande. Aconteceu na segunda-feira no dia 22 de janeiro de 2007 as16 horas. Nesta reunião eu e os irmãos Darlen e Jeferson estivemos presentes relatando a Dom José todo o andamento do processo da Obra Missionária e seu carisma. Ele nos escutou atentamente e fez algumas correções que sentia que seriam necessárias, especialmente em relação ao trabalho com os mais pobres e excluídos. Entre eles destacou as crianças que são o nosso futuro. Fizemos as modificações cabíveis a nossa regra de vida e colocamos o desejo de nossos irmãos Pe Marco Petry e Marcon de participarem da Obra e ele se manifestou com grande contentamento. Estava rezando muito por este momento. Fiquei muito feliz com a alegria e o entusiasmo de Dom José que sem dúvida é um dos inspiradores de nossa Obra. A reunião foi finalizada com a bênção de nosso bispo que tem uma importância muito grande e significativa, pois creio que foi Jesus mesmo que nos abençoou e nos disse para seguirmos em frente. Depois nós três fomos para a capela do bispado e agradecemos profundamente a Deus por ser maravilhoso e manifestar constantemente sua vontade e seu amor por nós.

Quarta-feira de Cinzas (21/02/2007): Gostaríamos de relatar alguns fatos interessantes deste dia. Pela tarde resolvemos nos confessar com o Pe. Gianni Menegazzi da catedral São Pedro. Fiquei surpreso porque ele estava rezando para que aparecesse um padre para que ele também pudesse se confessar. Na missa vespertina das 19 horas sentimos em nosso coração uma profunda alegria. O Senhor nos pedia uma vida de total entrega a Ele e que logo seria manifestada as maravilhas que nos preparou. No momento da Consagração parece que nos pedia uma forte entrega ao seu Reino, uma busca mais profunda de Santidade e que esta busca teria grandes conseqüências nas vidas de nossos irmãos. Um fato interessante foi no momento da imposição das cinzas. Havia uma fila enorme de pessoas para receberem as cinzas e logo no início sentimos em nosso braço direito uma dor profunda. Pensamos o que poderia ser aquilo? Por que aquela dor logo naquele momento que tinha tantas pessoas para serem impostas as cinzas. Não nos importamos com o fato e continuamos fazendo o mesmo gesto e parece algo estranho que na metade em diante a dor deixou de existir. Só depois mais tarde é que percebemos que o Senhor quer nossa perseverança mesmo nas dores. Não podemos nos impressionar com os sofrimentos passageiros e o que importa é a salvação de nossos irmãos.

Márcio Côco: Este irmão está fazendo uma bela caminhada de retorno. Muitos fatos aconteceram para comprovar seu chamado a retornar a ser um grande pregador e libertador de outras pessoas. Ele está tendo uma direção espiritual conosco já há algum tempo e algumas vezes sentimos que o Senhor lhe está chamando para a Obra. No dia 15 de fevereiro ele fez uma vigília de oração diante do Santíssimo. As cinco horas da manhã fui para a capela rezar com ele e tivemos uma belíssima experiência do amor misericordioso do Senhor. No Rebanhão de Carnaval deste ano de 2007 ele recebeu muitas graças juntamente com sua esposa. Deus está restaurando corações para serem seus servos, anunciadores da grande verdade de que Ele está vivo no meio de nós. Um fato que comprova esta realidade é que na mesma noite que relatamos anteriormente, nosso irmão Márcio Côco havia me falado de outro irmão (Fernando) que ele havia rezado pela tarde na sacristia para que ele se libertasse da vida nefasta que levava. Márcio estava muito impressionado com o fato que havia acontecido, pois sentia em seu coração que o Senhor lhe pedia que orasse e libertasse este irmão de suas tristezas e angústias. Ele sentiu muita dor de cabeça e pedia que após a Santa Missa orássemos por este rapaz desconhecido que depois viemos saber que já nos conhecia do presídio.
Acredito que aconteceram dois fatos. O primeiro foi a libertação do Fernando e o segundo foi a manifestação de que o Senhor que se utilizar de nosso irmão Márcio para ser um instrumento de restauração de muitas pessoas. Já faz algum tempo que o Senhor tem chamado o Márcio a ter um retorno como se fosse do filho pródigo, para libertar muitas pessoas de seus sofrimentos.

Frei Daniel de Lima Mello: Na noite que relatamos anteriormente (21/02/2007) sentimos em nosso coração a necessidade de falar ao Frei Daniel todos os fatos que nos tem acontecido. Não sabemos qual foi o motivo, mas ele ficou na igreja mais um pouco e pedi a ele que permanecesse para falarmos. Depois da oração feita para o Fernando conforme relatamos anteriormente fizemos uma Via Sacra e depois fui falar com o Frei Daniel. Esta conversa foi muito significativa. Ele se emocionou muito, confessou-se e recebeu a efusão do Espírito Santo. Deus renova o nosso chamado quando nos dispusemos a segui-lo com alegria.

O Senhor nos chama para rezar: Na madrugada do dia seguinte a quarta-feira de Cinzas, me acordei repentinamente com muitos barulhos na parte de baixo do convento do Carmo. Tentei me distrair escrevendo no computador e escutando algumas músicas do Pe Léo etc. Havia perdido o sono. Até que pelas 03h30m consegui deitar. Quando estava para iniciar o sono sentia que o Senhor me pedia para me levantar e ir ao Sacrário. Eu relutei um pouco, pois deveria me levantar as cinco como era de costume. O interessante que o Senhor me pedia que me levantasse imediatamente em favor da Obra. Logo obedeci e fui até a capela. Havia muito barulho no momento da oração. As chaves dos interlocutores elétricos da sacristia, logo abaixo na sacristia estavam como que ligando e desligando várias vezes e só se ouvia o barulho sem que as luzes se acendessem. Percebi que o inimigo não queria que eu estivesse na presença de Deus e tentava me persuadir para que saísse da capela. Rezei firmemente ao Divino Espírito Santo para que viesse em meu favor naquele momento difícil e continuei rezando até as 05h50m. Percebi que alguma coisa boa estava para acontecer, pois as tribulações são altamente positivas para a vida espiritual. O mais interessante é que no dia anterior tivemos uma palestra com nossas irmãs carmelitas pela manhã. Antes de iniciar a palestra fui procurado por uma irmã que nos afirmou, mesmo sem saber de nada, que o inimigo nos deixaria em paz.

Mera coincidência? Na tarde deste dia veio novamente o nosso irmão Márcio para uma orientação espiritual e não sei por que relatei para ele o acontecido. Ele começou a chorar e nós não sabíamos o motivo. Relatou-nos que também teve que acordar pela madrugada no mesmo horário e que estava enfrentando o inimigo no mesmo horário. Sentimos que a missão que o Senhor nos prepara é algo muito sério. Ele me falou da necessidade de alguém entendido no assunto nos orientar. Ele está convicto que a Obra é vontade de Deus e que temos que fazer algo conforme o que o Senhor nos revelou.

Vanessa Gomes da Silva e Maurício Afonso Dorneles Gonçalves: Na manhã deste dia (22/02/2007), vieram até o convento estes dois jovens da RCC. A Vanessa já estava sendo orientada por nós sobre a Obra há algum tempo atrás. Ela veio se orientar espiritualmente e ficou muito contente com a evolução dos trabalhos. Após sua confissão fomos para a capela e rezamos os três diante de Jesus pedindo a força do Espírito Santo. O Maurício já havia recebido a Cruz da Obra há algum tempo atrás. A Vanessa pediu para recebê-la e fomos para a igreja e ela recebeu a Cruz. Estava começando a entender as provações que havia passado na madrugada. O Senhor está chamando mais pessoas para a Obra.

Oração do dia 23/02/2007: Estivemos em oração, Frei Giribone e Darlen, pela parte da manhã (às seis horas) e foi um momento muito forte de oração contemplativa e de efusão do Espírito Santo conforme o carisma de nossa comunidade. Nesta manhã o Senhor nos afirmou que deveríamos sempre anunciar a Paz do Cristo Ressuscitado. Até como forma de saudação entre nós e outras pessoas. Jesus entrou no Cenáculo no dia da misericórdia e saudou os seus discípulos que estavam com medo e fechados sobre si mesmos (Jo 20, 19-31). A saudação de Jesus é uma saudação de sua misericórdia que prepara os corações para receberem o Divino Espírito Santo por esta a sua grande importância. A missão da Obra é de restaurar as pessoas. O perdão e a misericórdia é a verdadeira fonte de restauração.

Pe. César Augusto Artuso: O Senhor tem nos manifestado o seu desejo de restaurar vidas, especialmente daqueles que já tiveram grandes experiências espirituais e devido à influência do mundo se afastaram dele. Tanto nós como o Pe Marco estávamos preocupados com o nosso irmão Pe. César. Que também fez parte daquela vigília em Passo Fundo que recebemos o Espírito Santo. Ele era um grande sacerdote revestido do entusiasmo dos que seguem com ardor a Cristo. Já faz alguns anos que está afastado do Ministério trabalhando com seus pais. O Pe. Marco nos conseguiu o seu telefone, mas até o dia 23/02/2007 ás 21h30min. não conseguíamos falar com ele com várias tentativas. Nesta noite consegui falar pelo telefone e senti que ele estava em uma festa. Havia muito barulho no local e ele se afastou para poder falar conosco. Por incrível que pareça me pareceu que ele estava rodeado pelo inimigo de Deus e que havia se afastado para poder receber a força da Graça de Deus que lhe está chamando para retornar ao Ministério. Ele me afirmou que iria falar conosco na próxima semana. Já foi um grande presente do Senhor ele ter aceitado falar. Dissemos para ele de tudo que estava nos acontecendo em poucas palavras e acreditamos que isto deve ter tocado em seu coração. Estamos rezando para seu retorno há muito tempo.

Mais uma vigília: Na tarde do dia 23/02/2007, sexta-feira, nosso irmão Márcio Côco nos telefonou mais uma vez falando que estava com outro rapaz na mesma situação do Fernando que falamos anteriormente. Tratava-se de outro irmão abandonado, o Jéferson. Ele nos disse que este irmão estava precisando de ajuda e tentou fazer o possível por ele. Ficamos preocupados, mas infelizmente não temos uma estrutura ainda para acolher estas pessoas e dar a recuperação necessária.
Às dez horas da noite resolvi telefonar para o Márcio que ficou muito contente com meu telefonema, pois queria vir novamente em nossa capela de oração na igreja do Carmo para fazer mais uma vigília. Ele veio me relatou os fatos acontecidos na noite e na tarde anterior e começou a rezar. Fomos descansar até as quatro horas quando nos despertamos para irmos rezar com ele. Foi um grande momento de diálogo e oração. No momento da Efusão do Espírito Santo o Senhor restaurou inteiramente o nosso irmão confirmando a grande missão de ser um servo de Deus na Obra. Ele também rezou por nós e sentimos a imensa misericórdia do Senhor e a sua força restauradora. Como ele é um grande empreendedor já começou a pensar em alguns benefícios para nossa Obra. Deus seja louvado com seu infinito amor.

“Deus é para os sem Deus”: Esta frase nos veio no início da tarde do dia 26 de fevereiro de 2007. Acorda-mos com ela na cabeça e partilhamos com o Pe Marco Petry através da internet. Ele nos disse isto:
Creio que Ele se manifesta para aqueles que são necessitados Dele, e não para aqueles que pensam que o possuem ou que Dele não necessitam.
É o evangelho desses dias (Lc 05, 27-32), não veio para os justos, mas para os pecadores, para os que necessitam Dele. Não para os auto-suficientes, quer Espiritual ou materialmente.
Por este sinal entendemos que a Obra Missionária é uma Obra da Misericórdia. Que Deus quer restaurar pessoas de todas as categorias sociais.

Eder e Diego Santos Borges: Deus tem chamado muitos jovens para participarem da Obra. Entre eles poderíamos destacar estes dois irmãos de São José do Norte RS. A cidade vizinha a nossa. Em 2002 indo para esta cidade fizemos uma pregação e me chamou a atenção a presença destes dois jovens. Após a celebração falei com eles e perguntei da onde eram. Senti que os dois jovens estavam sendo chamados para algo diferente. O tempo passou e estes dois jovens continuaram um grande progresso na vida espiritual. Eles até pensaram na vida religiosa. De irem para outra comunidade de vida. No início de 2007 eles tiveram uma grande evolução espiritual e pediram sobre a possibilidade de usarem a nossa Cruz e participarem da Obra. Isto aconteceu com os dois na tarde do dia 26 de fevereiro de 2007, segunda-feira. Deus seja louvado pelas maravilhas que realiza.

Oração em conjunto: Após a reunião do conselho da Obra Missionária, dia 14 de março de 2007. Foi decidido que iríamos rezar pela manhã com todos os membros nas orações de quinta-feira como já estávamos fazendo dom o irmão Darlen. No dia 15, quinta-feira pelas seis horas da manhã nos reunimos. Foi um momento muito precioso de reflexão e oração. Iniciamos com um momento de contemplação após a leitura do evangelho do dia feito pelo irmão Paulo Marquette. Após um momento de silêncio partilhamos a Palavra e invocamos o Espírito Santo. A certeza do caminho e de nossa missão está mais clara.

“O pobre é o meu sacrário”: Na madrugada do dia 17 de março de 2007, pelas 04h51min. Pedi uma efusão do Divino Espírito Santo mesmo estando quase dormindo. Recordei-me da figura de um dos presos que visitamos no dia anterior e sentia em meu coração que o Senhor nos afirmava que os pobres, os rejeitados estão com Ele e que precisamos dizer isto para eles, tentar libertá-los do mal que não faz que eles sintam a maravilha da presença de Deus. Quando invocamos o Divino Espírito Santo em nossa vida há uma transformação de valores. No dia anterior, pela primeira vez pedimos individualmente aos presos que nos encontramos uma efusão do Espírito Santo sobre eles de forma individual. Não são só eles que precisam desta graça, mas todos que estão empobrecidos pelo efeito do mal presente em nosso mundo. Senhor muito obrigado por tudo. Obrigado por esta graça. Devemos fazer que os nossos irmãos olhem para dentro de si mesmos e percebam o grande tesouro de amor que tem dentro de seus corações.

Programa na TV Alternativa: Em uma sexta-feira, dia 30 de março de 2007 tivemos o nosso primeiro programa em uma rede de televisão local. Este programa foi fruto da oração de nosso irmão Márcio Côco. É uma forma de iniciarmos lentamente a divulgação do que o Senhor nos pede.

Frei Luiz Maria de Souza Ávila: Não poderíamos deixar de falar neste grande irmão no Carmelo na comunidade de Rio Grande. Embora sendo idoso nos ajudou muito com diversas confissões. Esteve sempre disposto a nos confessar em qualquer horário. Isto fez que houvesse um grande crescimento em nossa vida espiritual, especialmente através da prática das indulgências plenárias que são fonte de verdadeira conversão. Deus se serve de pessoas dóceis ao seu chamado para ser instrumento de salvação daqueles que se abrem a sua graça.

Cada tentação superada é uma graça alcançada: Quando, pela ajuda direta do Espírito Santo vencemos as tentações, alcançamos mais graças de santificação. Não podemos ter medo de nossas fragilidades. Elas, quando oferecidas a Deus são fonte de realização plena pois nos fazem experimentar a infinita misericórdia do Senhor.

Dom José na Sexta-feira Santa: Na procissão do Senhor Morto na Sexta-feira Santa de 2007, dia 06 de abril. Vimos Dom José carregando durante alguns momentos o andor com a tradicional imagem do Senhor Morto. Sentimos em nosso coração uma grande comoção e rezamos muito por ele. Parecia que o Senhor nos dizia que ele alcançaria as grãs necessárias que estava pedindo naquele momento. Na noite deste dia após a belíssima Via Sacra na igreja do Carmo comunicamos a ele o ocorrido afirmando que o Senhor estava olhando para sua vida e suas dificuldades. A Obra da Virgem do Carmo Peregrina deve ser um amparo para a Igreja e para seus sacerdotes.

Festa da Misericórdia: No domingo, dia 15 de abril tivemos a Festa da Misericórdia na Igreja do Carmo em Rio Grande RS. Foi um momento muito forte de oração e espiritualidade. Sentimos em nosso coração a presença viva de Jesus no Santíssimo Sacramento e a grande graça de seu infinito amor misericordioso por nós. Percebemos uma grande cura interior no momento da adoração. Deus estava nos preparando para uma provação no dia seguinte.

Páscoa do senhor Victor Manoel Cardoso: Na segunda-feira, dia 16 pelas 10hs e 40 min. recebemos a notícia dada pela nossa mãe Maria Angela que nosso pai estava doente. Havia caído em casa com possível acidente cardiovascular. Deus seja louvado. Fomos rapidamente para Rosário do Sul. No caminho louvamos a Deus e pedimos que ele tivesse misericórdia do pai e que pudéssemos chegar a tempo para administrarmos o sacramento da Unção dos Enfermos e a Indulgência Plenária em causa morte para ele que foi um grande devoto de Nossa Senhora.
Conseguimos chegar pela tarde. Foi um momento de forte emoção quando entramos na UTI do Hospital de Rosário do Sul. Ficamos uns instantes com ele rezando juntos com a irmã que nos acompanhou. Após em casa celebramos a Eucaristia e começamos a nos unir em oração, pois já sabíamos que o caso era grave. A gente sente a força da fé como é importante nestes momentos difíceis que nos sentimos incapazes diante da realidade da vida. Recordamos-nos várias vezes das vias sacras rezadas na igreja do Carmo e fazíamos a comparação com nossa vida.
O pai se foi no dia 18 de abril pela 0 hora e 10 min. Deus não nos abandona nunca. Conseguimos transformar o momento de dor em momento missionário para tantas pessoas que vinham nos visitar. A missa de corpo presente do pai foi um grande momento de evangelização. Conseguimos celebrar a Santa Missa após uma oração ao Divino Espírito Santo que nos animou e nos deu coragem para falarmos da necessidade das pessoas participarem da Santa Missa a exemplo do que o pai nos deixou. Ele mesmo com muitas dores nas pernas sempre participava da missa dominical. Foi um homem de muita coragem e entrega a Deus.

Encontro com Frei Marcos Juchen Jr: Nosso provincial esteve no sepultamento do pai e marcou uma entrevista conosco que aconteceu no dia 21 de abril, sábado pela manhã. Falamos de todo nosso projeto e o desejo de fazermos a vontade de Deus. Colocamos para ele o chamado de Deus para a fundação da Obra Missionária. Ele foi muito compreensivo, rezamos juntos e nos colocamos na presença de Deus após rezarmos um Pai Nosso e uma Ave Maria. As coisas de Deus são muito misteriosas e por mais que procuremos entendê-las é difícil em um primeiro momento.

Missão em Camaquã RS: Quando as pessoas desta cidade souberam que eu não poderia ir à missão de Camaquã pensaram em suspender o evento. Chegaram a entrar em contato conosco para este fim. O fato é que após rezarem voltaram novamente a entrar em contato conosco e pediram que os nossos missionários fossem lá, pois esta era a vontade de Deus. Ficamos muito felizes, pois já estávamos rezando vários dias pelo evento. Foi um grande momento de renovação para todas as pessoas presentes e para nossos missionários. Deus capacita os chamados. Aconteceram muitas conversões neste local. Obrigado Senhor.

Rezar pelos sacerdotes: Na missão de Farroupilha, RS nos dias 28 e 29 de abril de 2007, sentimos em nosso coração novamente o grande carisma de nossa comunidade de rezarmos cada vez mais pelos nossos irmãos sacerdotes. Sentimos o quanto é preciso ajudá-los a se libertarem do alcoolismo e das ideologias fracassadas que não nos levam a uma verdadeira conversão.  Nesta missão tivemos a graça de os membros da RCC se comprometerem mais em rezar pelos sacerdotes e se tornarem verdadeiros adoradores do Santíssimo Sacramento.

Web Rádio Peregrina: No dia 16 de maio de 2007 (quarta-feira) deu-se início a nossa Web Rádio Peregrina. Após a instalação do site da Obra recebemos esta grande graça de termos um singelo meio de comunicação que leva o amor de Deus pela internet. Está sendo uma grande meio de transmitirmos o amor de Deus a muitas pessoas até mesmo fora do Brasil para que tenham uma verdadeira experiência de Deus. Não poderíamos deixar de ressaltar o grande esforço de nosso irmão Jeferson Ávila que não mediu esforços para que esta rádio pudesse estar na internet. Que o Senhor nos ajude a viver o que Ele nos pede dentro dos meios que as pessoas inventam para fazermos sempre o bem.

Kid’s Church: Igreja das crianças. No dia 23 de maio de 2007 veio nos visitar o nosso irmão Luiz Pedro Giribone Cardoso. Falou em nossa Web Rádio Peregrina às 22 horas com uma mensagem para todos os ouvintes. Na manhã do dia 24 de maio, quinta-feira estávamos reunidos em oração e o Luiz Pedro participou com seu testemunho de graças alcançadas e o desejo que o Senhor tem de amparar as crianças. Após a oração, especialmente a Efusão do Espírito Santo, nos dirigimos à cozinha do convento da igreja do Carmo. Ali surgiu a idéia de se construir uma igreja unicamente para as crianças. Estavam reunidos Frei Giribone, Darlen Vaz, Paulo Fernandes, Adilina, Vera Regina Vieira, Felipe Pinto, Márcia Amaral, Luiz Pedro Giribone Cardoso. Após o café este nosso irmão recebeu a Cruz da Obra Missionária. Foi um momento de muita emoção e alegria. Deus seja louvado por sua grande misericórdia.

“Se o Santíssimo Sacramento for adorado o mundo será mudado”: Esta frase nos veio no dia 25 de maio de 2007 numa sexta-feira pela madrugada. Nos levantamos para escrevê-la para não nos esquecer. O Divino Espírito Santo tem nos mostrado que a todo o momento Ele quer nos apresentar a verdade de nossa fé. Precisamos nos tornar verdadeiros adoradores da presença de Deus no Sacramento.

“Sacrário Inflamado de Amor”: Dia 01 de junho de 2007, sexta-feira primeira do mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. No momento em que estávamos tentando dormir um pouco após o almoço em torno das 12h45min. Sentimos fortemente a tentação do inimigo que mostrava sua força contra nossa natureza. De repente tivemos uma visão de um sacrário com uma porta de bronze maciço com uma cruz em alto relevo toda listrada. De dentro do sacrário saía com muita força uma chama diferente que nunca havíamos visto. Logo percebemos que era a força do amor de Deus que saia dele em direção aos pecadores. O mesmo que aparece no Sagrado Coração de Jesus. Imediatamente a tentação se foi e sentimos uma alegria infinita em nosso coração. Jesus quer que sempre recorramos a sua presença para sermos inflamados por seu amor. Imaginem o que acontece com o sacerdote enquanto celebra a Santa Missa? O seu ser é revestido de graças e mais graças em favor das pessoas.

O que existe por de trás da última porta? Certo dia na primeira semana de junho de 2007 em meu quarto no convento do Carmo em Rio Grande. Estava com saudades de meu falecido pai com um sentimento esquisito que não sei explicar. Veio uma espécie de imaginação de que o Senhor me abria à última porta de minha existência que irá nos adentrar a eternidade. Senti em frações de segundos uma alegria inexplicável. É algo maravilhoso que nos espera. Se passássemos sofrendo a vida inteira tormentos dos mais atrozes valeria a pena pela alegria que nos espera. Deus seja louvado. Não podemos jamais desistir de fazer o bem nesta peregrinação. Vale a pena mesmo ser de Deus.

Reunião do Conselho de Presbíteros da Diocese de Rio Grande RS: No dia 07 de agosto de 2007 em uma terça-feira participamos de mais uma reunião do Conselho de Presbíteros e falamos a todos os sacerdotes juntamente com Dom José sobre a nossa Obra. Todos ficaram felizes com a idéia e Dom José nos deu a benção diante de todos os sacerdotes.

São Miguel Arcanjo: Gostaríamos de relatar um fato interessante. Confesso que era um pouco curioso em relação à devoção aos anjos. Eu não tinha uma grande devoção talvez pela influência de meu racionalismo. O fato é que quando passava pelo calçadão da cidade eu olhava para uma belíssima imagem de São Miguel que esta em uma das lojas. Algo me dizia que devia adquirir esta imagem. Eu relutava comigo mesmo. Por que deveria comprar esta imagem? Não poderia gastar com ela e além do mais eu nem tinha tanta devoção a São Miguel. Na véspera do dia 09 dois jovens de nossa comunidade vieram me procurar para que eu abençoasse umas imagens de São Miguel porque iriam iniciar uma novena a ele dedicada. Teve um momento que brinquei com eles dizendo que bonita era a imagem que estava na loja perto da Igreja. O interessante é que dia 09 de agosto pela tarde recebi um belo pacote enrolado para presente das nossas secretárias. Elas me disseram quem a senhora que havia me dado sabia quem era. O interessante é que ao subir as escadas senti em meu coração que poderia ser a imagem do tal São Miguel. E realmente era a imagem. Fiquei muito feliz e acredito que foi um sinal de Deus para que eu seja mais devoto de São Miguel e dos Santos anjos e que devemos colocar em nossa capela esta imagem para nos recordar da proteção divina em relação ao mal presente no mundo.

Casa da Obra: No dia 10 de agosto de 2007 recebemos da senhora Maria Helena Karan Zogbi a grande colaboração com uma casa aonde será a sede improvisada da Obra. Esta casa está localizada na Rua Benjamim Constant, 542. Agradecemos a Deus e a este benfeitora por esta grande colaboração com a Obra.

Instaurar todas as coisas em Cristo: Esta é a frase de São Pio X que marcou o dia de sua festa em nossa Obra em uma terça-feira, dia 21 de agosto de 2007. Foi um dia muito abençoado. Começou com a oração na pequena capela do convento do Carmo em Rio Grande. Neste dia tivemos vários sentimentos: angústia, sofrimento e alegria. Sai muito cansado da capela e acabei indo descansar no quarto. Parecia que alguma coisa iria acontecer. Pois foi realmente. Tivemos muitas graças. Entre elas a vinda de nosso bispo diocesano em nossa web rádio Peregrina. Pela tarde nosso bispo escreveu a próprio punho uma bênção especial abençoando nosso trabalho.

Santa Mônica rogai por nós: Na festa de Santa Mônica, mãe de santo Agostinho fomos para nossa nova casa na Rua Benjamim Constant, 542. Foi numa segunda-feira dia 27 de agosto de 2007. A emoção tomou conta de nossos corações. Pela tarde diante da imagem da Virgem do Carmo Peregrina na sala da casa fizemos uma oração de consagração da casa e colocamo-la como protetora do novo ambiente. Este dia marcará para sempre como o dia de início da vida comunitária dentro da Obra Missionária.

Primeira Missa: É difícil relatar as coisas de Deus e como Ele age em nossos corações. No dia de Santo Agostinho, dia 28 de agosto, terça-feira celebramos nossa primeira missa em nossa casa. Estava presente um número considerado de irmãos e irmãs, em torno de 20 pessoas. Transformamos o pequeno apartamento do terceiro piso em capela. Foi algo indescritível. A emoção tomou conta de nosso coração. No abraço da paz percebíamos uma grande união entre nós.

Visita do Pe Marco Aurélio Petry: 05/09/2007, quarta-feira pela noite chegou a nossa casa o Pe Marco. Foi um momento muito emocionante. Os irmãos da Obra estavam ansiosos pela sua chegada. Ele foi recebido de surpresa na casa e depois fomos celebrar a Santa Missa. Ele esteve nos acompanhando na visita a Cachoeira do Sul, RS que aconteceu na sexta-feira, dia 07/09/2007. Esta visita foi muito importante, pois nos encontramos com os nossos irmãos desta cidade apresentando a Regra de nossa vida e tendo um encontro com o bispo desta cidade e diocese Dom Irineu. Ele nos animou muito dando a sua bênção a todos. Temos um grande sinal de Deus nesta diocese. Percebemos que era exatamente o que o Senhor nos pedia em relação às necessidades deste local.

Éder Santos Borges: Tivemos a imensa alegria de receber nosso primeiro vocacionado que deseja ser sacerdote no dia 25 de setembro de 2007, terça-feira. Deus manifesta seu poder chamando muitas pessoas para segui-lo.

Sacrário na Capela: Graças a Deus que no dia 03 de outubro de 2007, quarta- feira, o nosso bispo diocesano Dom José Mário celebrou a Santa Missa em nossa capela onde ficou definitivamente o Santíssimo Sacramento em nosso meio. Foi uma grande alegria e satisfação a presença de Jesus especialmente para nós missionários que desejamos estar sempre cultivando e reconhecendo que o Senhor está no meio de nós.

Montenegro RS: No dia 22 de outubro de 2007 às 20 horas nos reunimos, Frei Giribone, Irmão Diego Borges, Irmã Fernanda Freitas com um grupo de irmãos da cidade de Montenegro para uma possível fundação da Obra nesta cidade. Entre eles: Mirian Cardoso Kirchhof, Leandro Machado Carpes de Oliveira, Carlos Henrique Azeredo, Laila Gicelli Engel Colombo, Luis Gustavo Colombo e Mariana Muller Rodrigues. Nesta reunião o Frei Giribone apresentou a Regra depois de alguns destes irmãos terem exposto o que estavam sentindo e a necessidade de uma vida de maior profundidade.

Santíssimo Sacramento: No início da manhã do dia 23 de fevereiro de 2008, em Rosário do Sul RS em férias na casa de minha mãe, percebemos quase ao nos levantar que Jesus nos pede uma devoção maior a sua presença no Santíssimo Sacramento. Veio como uma imagem de um ostensório levado em procissão. Ao mesmo tempo veio a imagem de um crucifixo e o pedido para falarmos com nosso bispo Dom José e nos colocarmos a sua disposição para ajudarmos os sacerdotes na grande missão de se tornarem homens adoradores da presença de Jesus na hóstia consagrada. Muitos fatos tristes têm acontecido com a Igreja de Cristo que sempre será perseguida por manter o tesouro da verdade. Os sacerdotes são o grande alvo do inimigo especialmente na área da afetividade unida a sensualidade e o desejo pelo poder. Somente através da oração é que poderemos vencer a nós mesmos e nos tornarmos verdadeiros servos de Deus. A humildade vivida na obediência nos levará a fazer o que o Senhor nos pede dentro do mundo.

Projeto Beija Flor: Como foi relatado no início deste histórico o trabalho com as crianças sempre foi algo que nos comoveu muito. Na organização inicial da Obra tivemos todos os desafios para edificá-la conforme o que o Senhor nos apresentava. Finalmente sentimos que o momento estava chegando. Na reunião do Conselho da Obra do mês de março, dia 18 terça-feira marcamos um dia para rezarmos sobre o assunto e fazermos algo pelas crianças mais necessitadas. No dia 25 de março pelas 20 horas nos reunimos para rezar diante do Santíssimo e pedimos que Ele nos ajudasse sobre o que fazer em favor das crianças. Logo após um momento de oração intensa fomos para a área de baixo de nossa casa aonde se encontra a churrasqueira e lá tratamos do assunto. Tomamos a resolução de irmos no dia seguinte no bairro Humaitá na cidade de Rio Grande RS para fazermos o que o Senhor nos pedia. Anunciar Deus para as crianças e ver suas necessidades. Na quarta-feira, dia 26 de março fomos em direção ao Pe Aldo Raimondo que é pároco da região aonde queríamos trabalhar. Infelizmente ele não se encontrava em casa. Decidimos ir ao bairro mesmo assim. O Frei Giribone, o irmão Claire, a irmã Vera e a irmã Irmã. A irmã Ieda já nos esperava no bairro. Rezamos muito ao Divino Espírito Santo que nos ajudasse pois não sabíamos o que fazer. Para nossa surpresa quando chegamos ao bairro conseguimos reunir vinte crianças na capela de São Peregrino. Já ficou certo de irmos à outra semana também. A alegria invadiu nosso coração e a emoção foi muito forte. Esta é também nossa vocação como missionários da Virgem do Carmo. Não podemos nos esquecer dos mais pobres, especialmente das nossas criancinhas. Depois do belíssimo trabalho conseguimos falar com o Pe Aldo que ficou muito contente por irmos trabalhar neste local desprovido.


Amparou-me Senhor... Deus está no bojo de nossa dor. Esta frase ouvi em uma palestra do Monsenhor Jonas Abib na madrugada do dia 03 de junho de 2008 (01.30 h). Assisti esta palestra em meu quarto da casa da Obra. Na semana anterior tinha sonhado misteriosamente com o Monsenhor. Não sabia explicar o motivo. O mesmo aconteceu no 63º Cursilho de mulheres da diocese de Rio Grande RS. Inclusive havia partilhado com irmãos amigos da Canção Nova sobre o assunto e pedi suas orações. Neste Cursilho (31/05/2008, sábado), havia pedido a Mãe do Céu que me amparasse em uma necessidade chave para minha libertação. Não sabia explicar porque o sonho. Qual era o motivo. A resposta veio com a pregação em que o Monsenhor Jonas falava que devemos gritar a Deus nossa dor como o profeta Jeremias. Acredito que consegui a libertação que tanto pedia ao Senhor. Ele é maravilhoso, nada se iguala ao seu infinito amor.

Vigília em preparação a Festa do Carmo. Em preparação a festa da Virgem do Carmo Peregrina padroeira da Obra. Tivemos em nossa casa uma vigília de oração por toda a comunidade. Foi um momento de muita felicidade e encontro com o Senhor. O amor a Jesus Eucarístico faz parte de nosso carisma. Percebemos como é importante estarmos na presença do Senhor. Esta vigília encheu nosso coração de uma verdadeira alegria e deu sentido cada vez maior a nossa vida consagrada.

Ostensório da Obra Missionária: Desde os primórdios de nossa comunidade alimentamos um grande amor a presença real de Jesus no Santíssimo Sacramento. Quando nos transferimos para a casa da obra não tínhamos ostensório e conseguimos emprestado um pequeno das queridas irmãs do Imaculado Coração de Maria do Colégio Cristo Rei. Sentia em nosso coração um desejo de termos um belo ostensório com a dignidade suficiente para o Senhor. Graças ao nosso querido irmão Padre Valdomiro Marcon recebemos uma doação. No dia 08 de dezembro, festa da Imaculada recebemos o ostensório. Uma belíssima peça digna para conter o maior tesouro deste mundo. Estamos obrigados por este gesto de amor a Eucaristia do Padre Marcon de rezarmos sempre por ele. Sentimos que o Senhor nos escuta sempre mesmo que demore um pouco ele sempre esta nos auxiliando com sua Divina Providência.


Visita do Provincial: Dia 20/11/2008 às três horas da tarde Frei Giribone se encontrou com o atual provincial dos carmelitas descalços do sul do Brasil. Foi um diálogo muito importante que durou uma hora e meia. Frei Gilberto Hickann  falou ao frei Giribone tudo o que a Província sentia com sua saída. Frei Giribone falou do tempo que ficou sem nenhuma resposta de seu pedido de licença por um ano da província e do fato de não ter tido nenhuma resposta. Ao final do diálogo, o provincial se comprometeu a falar com o Conselho para conceder ao Frei Giribone à licença conforme o direito de um ano para trabalhar na Obra Missionária. Frei Giribone relatou ao provincial o desejo de permanecer na Ordem sendo totalmente liberado para o trabalho na Obra Missionária como acontece com alguns religiosos de votos solenes que se dedicam a um trabalho diferenciado. Frei Giribone deixou bem claro a alegria de pertencer a Ordem e estar sempre disponível para o que for necessário no sentido de relatar tudo o que a Obra tem feito em relação a evangelização e ao auxílio dos mais necessitados.

Vocacionados em Imbé RSNo dia 01 de janeiro de 2009, quinta-feira, por ocasião do Projeto Jesus no litoral estávamos na cidade de Imbé RS. Como sempre celebramos todos os dias quisemos celebrar a Santa Missa na casa de nossa irmã Francine. Na tarde deste dia durante a celebração sentimos em nosso coração que o senhor tinha algo especial para esta cidade. No final da celebração nos entregamos ao Jesus Misericordioso na sala onde celebramos. Foi um momento de muita emoção. Marcamos um encontro com os Vocacionados no domingo dia 04. Neste dia tivemos o encontro com 18 pessoas. Neste momento falamos da Obra. Estavam presentes além do fundador a irmã Francine e o irmão Éder que juntamente com o fundador expuseram o que viviam na vida integral. Foi um momento importante em que muitos vocacionados quiseram se aprofundar mais no conhecimento da Obra. O bispo diocesano de Osório, Dom Jaime Koll recebeu um dossiê com um resumo dos trabalhos da Obra.

A Oração Matutina é nossa locomotiva – Já sabemos que a Oração Matutina é a seiva da Obra. Mas gostaríamos de relatar este fato que nos aconteceu no dia 12 de fevereiro de 2009, uma quinta-feira. Falando sobre a importância a Oração Matutina, muitas vezes falamos que ela é nossa locomotiva. O trem depende dela para se movimentar. Se nos mantivermos na presença de Deus Ele fará tudo por nós. Na noite deste dia recebemos uma grande doação de umas bermudas para nossas crianças do projeto beija-flor. O mais interessante é que dentro das roupas havia uma pequena locomotiva de brinquedo. Percebemos que era um sinal do Senhor para nós. Mostrando que se formos fiéis na oração Ele irá prover tudo para nós. Digo isto a você querido irmão ou irmã que está lendo este histórico. A Obra Missionária existe como conseqüência da Oração Matutina. Se deixarmos ela em segundo lugar não iremos mais conseguir nos manter na presença de Deus e nos perdemos com o relativismo do mundo.
Cuide de meus filhos sacerdotes – Na madrugada do dia 09 de maio de 2009 percebemos que o Senhor nos fazia este pedido: “Cuide de meus filhos sacerdotes”. Percebemos que este deve ser um aspecto forte de nosso carisma. Ir ao encontro dos sacerdotes necessitados de restauração A Obra deve zelar pelos sacerdotes. Deve ter uma grande devoção por eles pois eles nos trazem o Cristo Vivo na Santíssima Eucaristia e são muito estimados pela Mãe do Céu. Não podemos medir esforços por rezar pela santificação dos sacerdotes e ajudá-los no que for preciso para que eles continuem em sua vocação a servir o Senhor.


Obrigado Senhor...


Padre José Francisco Giribone Cardoso MVC


2 comentários:

  1. Valeu a pena ler todo este conteúdo querido Frei!Ver todos os seus testemunhos é instigante.Que DEUS continue derramando muitas bençãos à vocês todos que fazem a Obra Missionária Virgem do Carmo Peregrina acontecer!!!!
    Bjs

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  2. Prezado Pe. Geribone,
    Fiquei muito feliz em encontra-lo no face. Mais feliz ainda com a sua fundação missionária. Que o Espirito Santo siga iluminando e orientando teus passos.
    Participo também da RCC na minha comunidade. Teremos retiro de dons este final de semana.Ore por nós! Esta que te escreve a Zenir de São Francisco do Sul.

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