O seguimento de Jesus tem como
consequência uma aceitação plena de seus valores em nossa vida. Percebemos no
diálogo com Nicodemos que a vida de Jesus passa a ser um exemplo, um modelo de
fé para todo aquele que crê. Jesus será levantado da terra, morto na cruz e
ressuscitado, para que todo aquele que o olhar, especialmente para os seus
valores possa alcançar o prêmio da vida eterna. O seguimento de Jesus não é
algo relativo em nossa vida, é uma doação de todo nosso ser na prática efetiva
do bem no meio do mal instituído na sociedade. Seguir a Jesus é um grande
desafio. Somos tentados a viver no egoísmo e a proposta de Jesus sempre nos
questiona na busca do bem comum. Enfrentamos duas forças que lutam entre si. O
egoísmo e o altruísmo. Perder é ganhar e ganhar tudo é perder tudo.
EVANGELHO
(Jo 03, 14-21):
Naquele
tempo, disse Jesus a Nicodemos: “Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente
no deserto, assim é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que
todos os que nele crerem tenham a vida eterna. Pois Deus amou tanto o mundo,
que deu Filho unigênito para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a
vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o
mundo, mas para que o mundo seja salvo
por ele. Quem nele crê, não é condenado, mas quem não crê, já está condenado,
porque não acreditou no nome do Filho unigênito. Ora, o julgamento é este: a
luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações
eram más. Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que
suas ações não sejam denunciadas. Mas quem age conforme a verdade aproxima-se
da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus”.
“Deus amou tanto o mundo, que deu Filho unigênito para que não morra
todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna”.
Neste quarto domingo da Quaresma Jesus em
seu diálogo com Nicodemos afirma sua missão. Quando cremos em Deus, procuramos,
dentro das nossas limitações, fazer a sua santa vontade. Não seremos felizes
seguindo nossos planos particulares se não colocarmos o que Deus deseja de nós
em primeiro lugar. O jejum, a esmola e a oração são meios para podermos sentir
o essencial em nossa vida. O sofrimento oferecido nos leva a entender o quanto
somos amados por Deus.
A opção por Jesus inclui uma atitude de Fé, Esperança e
Caridade. Crer nele nos leva a uma atitude de esperança na vivência da caridade
que será a consequência dos que acreditam no seu projeto.
Quando cremos em Deus passamos a
ter os mesmos sentimentos. Esquecemo-nos de nosso pequeno mundo egoísta e de
nossas pequenas alegrias superficiais para buscarmos a verdadeira felicidade
que ocorre na partilhada de nossos bens espirituais e materiais com todos os
nossos irmãos. Crer em Deus inclui a prática do bem imediato. Quem obedece a
Ele está disposto a remar contra a correnteza do mal que infelizmente impera na
humanidade dividida pelo desejo de prazeres momentâneos.
Percebemos nesta passagem do
diálogo de Jesus com Nicodemos, que Jesus fala dos que aceitam e dos que negam
o projeto de Deus. A Fé é um processo de aceitação da vontade misteriosa de
Deus em nossa vida. Os que acreditam em Deus estão mais próximos da luz. Estão
recebendo a radiação do amor de Deus com mais intensidade. Embora ela exista da
mesma forma para todos. Por esta razão na administração de nossa existência não
podemos medir esforços para nos direcionar até Deus e seus valores. Somos obrigados a praticar aquilo que cremos.
Não podemos dizer que acreditamos em Deus e em seu projeto de amor se as nossas
ações não estão de acordo com o que professamos.
Quem pratica o mal odeia a luz. A
luz é a verdade que questiona nossas ações. Quando estamos acomodados em nossos
pecados criamos outro tipo de sensibilidade que nos faz “insensíveis” ao amor
de Deus. Por esta razão percebemos que a única religião que é perseguida é a
católica por deter a verdade do Cristo que não se mistura com a mentira do
mundo. É comum a expressão de cristãos que dizem não se confessarem porque não
tem nenhum pecado. Quando não temos luz em uma peça de nossa casa, por exemplo,
não podemos perceber a sujeira que pode estar depositada em cima dos móveis do
recinto. A prática do bem sempre nos questiona e nos leva à conversão.
Jesus será pregado na Cruz para
olharmos para Ele. Termos Ele como exemplo para nossas vidas. As serpentes no
deserto picavam o povo que havia se afastado do projeto de Deus, eram duros de
coração. Hoje somos picados por diversos “meios” que nos afastam da verdade e
destroem nossas relações. Quando o povo de Israel olhava para a serpente
pendurada em uma haste, eram curados imediatamente. O Cristo crucificado é o
maior espetáculo que podemos assistir em nossa vida. Somos curados do egoísmo
quanto sentimos que Deus é solidário conosco. Jesus relativiza aquilo que pensamos
ser absoluto em nossa vida. E coloca o Absoluto de Deus em primeiro lugar em
detrimento do que não é essencial.
Nunca podemos esquecer que somos
peregrinos nesta vida. Estamos todos a caminho da eternidade. Devemos construir
um mundo novo mais solidário valorizando de forma correta a grande dedicação
que Deus tem pelos seus filhos.
“Senhor Jesus, que o grande sinal da sua
cruz redentora transforme nossa vida”.
Padre Giribone - OMIVICAPE
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