segunda-feira, 2 de maio de 2016

FESTA DA ASCENSÃO DO SENHOR

 

“JESUS    SOBE    AOS     CÉUS COMPROVANDO    SUA DIVINDADE”.


Na festa da Ascensão de Jesus aos Céus refletimos sobre a “subida” de Jesus ao Céu pela sua própria força divina por ser a segunda pessoa da Trindade Santíssima. Esta festa recorda nossa realidade última: fomos criados para vivermos com Deus. Devemos fazer o bem durante nossa vida porque aqui não temos morada permanente. Deus está sempre conosco. Somos suas criaturas. Ele nos ama com amor infinito. Seu plano de salvação ou participação em seu mistério deve ser aceito numa atitude de fé e alegria. Toda esta realidade vai passar e só irão permanecer as boas obras que praticarmos em nossa vida e a tentativa de correspondência ao infinito amor que Deus tem por nós. Somos “garimpeiros” do mistério da presença inefável da Graça de Amor em nossa vida.



EVANGELHO (Lc 24, 46-53):

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Assim está escrito: O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sereis testemunhas de tudo isso. Eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto”. Então Jesus levou-os para fora, até perto de Betânia. Ali ergueu as mãos e abençoou-os. Enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi levado para o céu. Eles o adoraram. Em seguida voltaram para Jerusalém, com grande alegria. E estavam sempre no templo, bendizendo a Deus.

“Enquanto os abençoava, afastou-se deles e foi levado para o céu”.


A celebração da ascensão do Senhor nos questiona sobre o significado do verbo ascender na prática do mundo e no pensamento cristão. Para o mundo e a sociedade ascender significa crescer na economia e no status social. Viver uma vida de prazeres sem se importar com o bem comum. Aproveitar bem o tempo com futilidades. Para os cristãos ascender significa crescer no amor e na fraternidade e na grande batalha contra o individualismo. Viver uma nova vida em Cristo, configurar a nossa vida com a dele. O sentido da vida para os cristãos é diferente das pessoas do mundo. O cristão segue a orientação da Palavra de Deus e tenta vencer a si mesmo na prática do bem.
As aparências enganam. Muitas vezes somos conduzidos pelo ilusionismo do mundo que nos seduz e esquecemo-nos de ver o essencial. Com sua ascensão Jesus comprova sua divindade e nos dá o exemplo que, embora estejamos neste mundo, a nossa vida tem uma dimensão sobrenatural. Não somos frutos do acaso. Estamos nos preparando para a eternidade. Nós devemos ter um olhar diferente sobre a realidade. O místico cristão não se conforma com o tudo que o mundo oferece e pelo nada ele atinge o Tudo de Deus. A felicidade verdadeira é um sentimento muito profundo que nasce dentro de nosso coração quando, auxiliados pela graça de Deus, fazemos que a nossa vontade se coincida com a do Senhor. Não há nada neste mundo que traga mais alegria do que obedecer a Deus.
A maioria das pessoas, desde sua tenra infância, pensam no sucesso. Querem “crescer” na vida. A proposta cristã não coincide com este pensamento. Parece uma pedra no sapato dos que buscam as honras humanas. Jesus nos ensina que só iremos crescer quando aprendermos o sentido profundo do serviço fraterno na humildade e na solidariedade. Crescemos quando sabemos partilhar os dons que recebemos de Deus com o nosso próximo. Surge um novo conceito de poder. Quem dá mais é mais feliz. O egoísmo só destrói a pessoa nas raízes de sua existência. A grande mídia tenta afogar a Santa Igreja porque ela tenta levar as pessoas a um amor universal vivido na justiça. A mídia subserviente ao poder econômico tenta destruir a família que é a base da sociedade.
Jesus prepara a vinda do Espírito Santo que irá nos ajudar na escolha do essencial. Muitas são as atrações que o mundo nos oferece. Quando buscamos com sinceridade a felicidade que vem do centro de nosso ser através de nossa comunicação íntima com o Senhor, somos obrigados a nos identificar com a grande característica de Deus que é o altruísmo.
O mundo está sedento de uma verdadeira libertação que nasce do relacionamento profundo com o Criador. Os batizados ungidos no Espírito Santo, devem ser peritos na experiência ativa de Deus na história do homem fragilizado pelo seu egoísmo. Hoje somos anunciadores da presença do ressuscitado no meio de nós.
Nos sermões de Santo Agostinho temos uma belíssima reflexão sobre as baixadas e subidas de Deus provocadas pelo imenso amor que sente por cada um de nós:

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“Hoje nosso Senhor Jesus Cristo subiu ao céu; suba também com ele o nosso coração. Cristo já foi elevado ao mais alto dos céus; contudo, continua sofrendo na terra através das tribulações que nós experimentamos como seus membros. Ele está no céu, mas também está conosco; e nós, permanecendo na terra, estamos também com Ele através de sua divindade, de seu poder e de seu amor. O Senhor Jesus Cristo não deixou o céu quando de lá desceu até nós; também não se afastou de nós quando subiu novamente ao céu. Desceu do céu por sua misericórdia e ninguém mais subiu senão Ele; mas n’Ele, pela graça, também nós subimos” (Sermo de Ascensione Domini).





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