“A
EXPERIÊNCIA DE AMIZADE COM O RESSUSCITADO NOS COMPROMETE EM SERMOS SEUS
DISCÍPULOS EM MEIO AS CONTRADIÇÕES DA NOSSA VIDA E DA SOCIEDADE”.
O terceiro
domingo da Páscoa nos apresenta mais um momento com o Ressuscitado. A “pesca
milagrosa” nos mostra como não estamos mais sozinhos. Jesus se manifesta
glorioso para preparar a grande missão dos discípulos após Pentecostes. Eles
serão as testemunhas do plano de salvação de Deus para toda criatura humana.
Deus quer salvar a todos. Os discípulos serão os primeiros anunciadores da
verdade que aceita por nós inicia um processo de libertação que vai culminar na
vida eterna. O Senhor realiza sinais de sua presença hoje no meio de nós.
Precisamos escutá-lo em nosso interior. O materialismo é extremamente
prejudicial porque nos afasta de nosso eixo. O apego as coisas transitórias nos
desviam do essencial. Jesus está presente em nosso meio da mesma forma que
esteve na vida dos seus discípulos. Quando cultivamos uma amizade aberta e
sincera com Jesus seremos transformados em novas criaturas.
EVANGELHO (Jo 21, 01-14):
Naquele
tempo, Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A
aparição foi assim: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael
de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus.
Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Também vamos
contigo”. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. Já
tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam
que era Jesus. Então Jesus disse: “Moços, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”’. Jesus disse-lhes:
“Lançai a rede à direita da barca, e achareis”. Lançaram, pois a rede e não
conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. Então o
discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo
dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar.
Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na
verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. Logo
que pisaram a terra, viram brasas acessas, com peixe em cima, e pão. Jesus
disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”. Então Simão Pedro subiu
ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinqüenta e
três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. Jesus
disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem
era ele, pois sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e
distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. Esta foi a terceira vez
que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.
“É o Senhor!” Simão
Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e
atirou-se ao mar.
A afirmação
de João sobre a certeza da presença de Jesus ressuscitado é um testemunho que
movimenta logo Pedro que foi escolhido por Jesus para ser o chefe da Igreja.
Pedro não quer perder tempo, deseja profundamente seu encontro com o Mestre que
agora é Senhor.
A
pesca milagrosa comprova a presença de Jesus como todos os milagres, sinais e
prodígios que ele realizou. Ela foi consequência de um fato novo. Os sinais da
presença do Mestre comprovam uma nova época, uma nova história. Os discípulos
não estão mais sós. Jesus estará sempre presente em suas vidas de agora em
diante. Os cristãos são anunciadores da presença real de Jesus Vivo no meio de
nós.
É
extraordinário pensar na alegria e na surpresa que invadiu a vida destes homens
que estavam tristes e decepcionados com os fatos que haviam acontecido.
Acreditavam que Jesus iria fazer uma restauração somente política, mas a sua
restauração era muito maior. É uma restauração em nível mais profundo, dos valores,
da busca do essencial tendo como prêmio a vida eterna. O centro da doutrina
cristã é fazer o bem em qualquer ambiente.
Deus
muitas vezes tem uma lógica misteriosa, uma linguagem que nos deixa sem ação.
Toda humanidade foi transformada pelo novo acontecimento. Dentro de seus
corações os discípulos experimentaram a felicidade que antecede a alegria
eterna. A certeza de que esta vida é uma passagem para o eterno, é uma
preparação para o definitivo. Deus nos ama muito e nos preparou para Ele. Somos
peregrinos nesta vida. Não levaremos nada conosco a não ser o bem que
promovemos nesta vida.
Os
discípulos ainda não tinham recebido o Espírito Santo. Estavam incapacitados
para entenderem o que significava a ressurreição para suas vidas e para o
futuro da humanidade. Todos estes fatos seriam recordados e ganhariam uma nova
interpretação após Pentecostes com a vinda do Espírito Santo. Talvez por esta
razão que eles ainda estavam confusos.
O
materialismo perde sua alternativa a partir da ressurreição de Jesus. A fascinação
da sensualidade é uma folha frágil em relação ao fato da ressurreição. A vida venceu a morte. O pecado perdeu sua
autoridade sobre a pessoa humana. A sensualidade perde seu sentido frente ao
amor de Deus. O mundo hedonista dos prazeres se torna limitado na busca da
felicidade eterna que é certa a partir da Ressurreição do Senhor.
Pedro
sempre toma iniciativa. Tanto para ir pescar como para se jogar no mar e ir
imediatamente ao encontro do Senhor. Imaginamos a alegria que invadiu seu
coração ao perceber que era Jesus que estava na margem? Além do amigo, o
próprio Cristo, o ungido para restaurar todas as coisas. Deus que lhe deu a
vida e a grande missão de iniciar e governar a Igreja.
Sempre
que nos encontramos verdadeiramente com Jesus somos enviados para a missão. Devemos
sofrer também as consequências da sua amizade e de seu amor. O sofrimento faz
parte da vida dos que querem amar de verdade. O despojamento é fonte de
verdadeira alegria. Não podemos seguir a Cristo sem passarmos pela ponte da
cruz. Ela é necessária para se descobrir o caminho da vida. Não podemos temer
as dificuldades e nossas limitações, mas termos a certeza da presença do
Ressuscitado em nossa vida.
Falta
pouco para Pedro deixar de ser um simples pescador, para cumprir com a grande
missão que o Senhor irá lhe confiar de pregar a Boa Nova da Salvação a todos os
povos. A experiência de Jesus irá se transformar em Palavra e Sacramento para
que todo ser humano tenha oportunidade para se salvar.
“Senhor
Jesus, nós queremos viver nossa vida conforme o vosso projeto”.
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