“A VIDA DO CRISTÃO SE DEFINE
PELO AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO”.
Deus
nos criou para participarmos de sua felicidade. Ele é o Sumo Bem.
Aproximamo-nos de Deus a partir da prática do Bem. Esta prática nos define
exatamente o que é o amor: saída de nós mesmos para a comunicação e construção
do outro. Não seremos felizes se nos afastarmos do Criador. Se Deus é amor,
seremos felizes se vivermos o amor, pois através dele nos identificamos com o
nosso Criador. Infelizmente, percebemos que o ser humano pensa em ser autor de
sua própria realização deixando de lado a fonte da vida. Fora de nossa origem
não seremos felizes. O individualismo do mundo que vivemos nos arrasta a
buscarmos vitórias sem nos importarmos com a vida dos irmãos. Tudo que temos
pertence a Deus e só nele encontraremos respostas para nossas interrogações
mais profundas.
EVANGELHO (Mt 22, 34-40):
Naquele tempo, os
fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se
reuniram em grupo, e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: “Mestre,
qual é o maior mandamento da lei?” Jesus respondeu: “ ‘Amarás o Senhor teu Deus
de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’ Esse
é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao
teu próximo como a ti mesmo’. Toda a lei e os profetas dependem destes dois
mandamentos.
“Amarás o
Senhor teu Deus de todo o teu coração e teu próximo como a ti mesmo”.
Quando
refletimos sobre a essência de qualquer coisa, buscamos encontrar o sentido de
sua existência. Muitos objetos foram criados pelo homem através da história
para suprir alguma necessidade fundamental. O questionamento feito pelo homem
sábio desta passagem do evangelho nos mostra o porquê existimos. A resposta
forte e decidida de Jesus nos indica que estamos neste mundo para amarmos e
servirmos a Deus e a nossos irmãos.
Vivemos continuamente
em um processo de amorização. Se estivermos amando estamos mais próximos do
objetivo de nossa existência. Se estivermos cheios de egoísmo e nos afastamos
do processo de amorização, estamos nos deteriorando. Vivemos como cadáveres
ambulantes, só servindo as nossas paixões.
Todo cristão, ao ser
batizado, procura levar em sua vida os valores de Cristo que se encerram na
prática efetiva do amor. O nosso relacionamento com Deus deve transbordar para
o relacionamento com o próximo. Hoje percebemos o caminho inverso. Muitas
pessoas pensam em ser felizes numa realização egoísta sem perceber que no fundo
fomos todos criados para um profundo relacionamento interpessoal. Estamos em
uma grande crise de afeto onde as pessoas não conseguem se sentirem amadas e se
tornam incompetentes em amar os semelhantes.
Muitas vezes em nossa
vida escutamos e refletimos sobre o mandamento do amor. O que significa amar a
Deus sobre todas as coisas? Nós seres humanos temos um centro afetivo onde
colocamos uma “hierarquia de valores” que vamos assumindo durante nossa
existência. Se desviarmos este centro afetivo para as coisas materiais, que na
realidade são instrumentos para se alcançar o verdadeiro relacionamento com
Deus; nos perdemos em busca de algo superficial que jamais irá preencher o
nosso vazio interior.
Toda criatura humana
nasce com uma profunda “fome” do Eterno. No fundo de seu ser quer se relacionar
com o Criador. Esta fome pode ser facilmente desviada para coisas mais
imediatas. Para bens que não levam à comunicação com Deus. Pode acontecer
também que o homem queira “inventar” relacionamentos com o sobrenatural que não
lhe levam a nada. Hoje há um falso misticismo que é como se fosse um pequeno
curativo para uma imensa ferida. Muitos cristãos se afastam da Eucaristia que é
fonte de paz e alegria para se apegar as modas espirituais da modernidade. Um
católico que muda de religião põe em risco a sua salvação, pois nega a Jesus
Cristo como um todo.
O pecado fez que o
homem se afastasse de Deus, fugisse de sua face. Quando o homem pensou que
poderia fazer tudo sem o Criador, se perdeu redondamente transmitindo a imperfeição
para as gerações futuras. Infelizmente não falamos mais em pecado porque ele
normalmente faz parte de nossa vida. Procuramos encontrar várias soluções para
melhorar a vida do homem sobre a terra e nos esquecemos facilmente do
fundamental.
A consequência deste
primeiro mandamento é a concretização do amor dentro da comunidade. Não podemos
amar a Deus se não nos amamos e amamos o próximo que é esta pessoa que está
mais perto de nós em nossa vida.
Os dois elementos se
complementam na verdadeira realização do homem. Não somos Criadores, mas
participamos da criação. Somos protagonistas de um mundo mais fraterno e justo
onde todas as pessoas tenham condições de sobrevivência. Ainda temos muitos
seres humanos com fome em um mundo onde existe alta tecnologia.
“Aumentai Senhor Jesus a nossa sensibilidade para percebermos
claramente o sentido de nossa vida.”
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