segunda-feira, 29 de maio de 2017

FESTA DE PENTECOSTES


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“O ESPÍRITO SANTO ABRE NOSSO CORAÇÃO AO AMOR DE DEUS”.

Celebramos neste domingo a festa de Pentecostes que nos recorda a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos reunidos com Maria Santíssima. Na antiga tradição judaica era a festa da Aliança e do dom da Lei. Recordava o recebimento das tábuas da Lei dadas a Moisés (Ex 20, 01-21). Era também associada às colheitas, à riqueza da vida, aos frutos do campo e do trabalho do homem. Celebrada cinquenta dias após a Páscoa. A festa cristã de Pentecostes celebra a vinda do "Espírito Santo" (At 2, 01-11). Ela conserva também esse sentido de plenitude. É o tempo da colheita, da Vida Nova. É tempo de viver e aproveitar os Dons que o Senhor nos dá para nossa santificação. Nesta festa comemoramos o início da Igreja quando os Apóstolos “tomam consciência” do grande mistério que envolveu suas vidas com a presença do ressuscitado saindo para a missão universal.

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I LEITURA (At 02, 01-11):
Quando chegou o dia de pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava. Moravam em Jerusalém judeus devotos de todas as nações do mundo. Quando ouviram o barulho, juntou-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua. Cheio de espanto e de admiração, diziam: “Esses homens que estão falando não são todos galileus? Como é que nós os escutamos em nossa própria língua? Nós que somos pertos, medos e elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judéia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egito e da parte da Líbia, próxima de Cirene, também romanos que aqui residem; judeus e prosélitos, cretenses e árabes, todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus na nossa própria língua!”

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EVANGELHO (Jo 20,19-23):
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles disse: “A paz esteja convosco”. Depois destas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado.  Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. Novamente, Jesus disse: “A Paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. E depois de ter dito isto, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.

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“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava”.

A vinda do Espírito Santo transformou a história da humanidade. A partir deste momento os discípulos de Jesus não terão mais medo de anunciarem que ele é o Cristo, o ungido, o Filho de Deus que veio nos salvar. A grande realidade que ele está vivo no meio de nós. Celebrar pentecostes é recordar o momento em que os discípulos de Jesus se tornaram Apóstolos. De seguidores de Jesus como mestre, começam a dar testemunho dele como Senhor Ressuscitado (Kyrios). O seguimento antes de pentecostes era desde fora. Após a experiência no Espírito Santo, eles terão um seguimento desde dentro. De agora em diante será uma amizade com o Cristo Vivo que se manifesta dentro da comunidade e nos sacramentos que nascem da Igreja.
A leitura histórica do cristianismo deve ser feita de trás para frente a partir de Pentecostes. A Efusão do Espírito Santo transformou a vida destas primeiras pessoas e até hoje realiza a mesma transformação. Ela é provocada pela tomada de consciência de que somos amados por Deus. Não estamos “soltos” sem apoio, pois o Senhor está conosco. Quando descobrimos esta realidade não temos mais medo de anunciar a verdade e experimentamos em nosso interior a verdadeira alegria.
Podemos afirmar que em pentecostes se cumpre a antiga promessa que Deus fez a Abraão que foi o primeiro homem a receber a revelação do amor de Deus em sua vida (Gn 15). A “grande promessa” se cumpre, pois esta revelação chega a sua plenitude. Deus vem até nós com seu Espírito e jamais irá nos deixar.
A linguagem nova dos apóstolos não será mais uma simples teoria filosófica ou teológica. É fruto da graça santificante que se transforma em linguagem universal. Por esta razão eles são entendidos enquanto discursavam. Eles irão anunciar as maravilhas de Deus que irá tocar o coração dos judeus e de todas as pessoas de boa vontade.
A experiência com o Espírito Santo é transformadora de nossa vida. Quando refletimos sobre o mistério de Pentecostes temos que sempre utilizar o verbo transformar. O egoísmo já não tem lugar na vida do que experimenta o amor de Deus. A palavra transformação é sinônimo de conversão. De agora em diante tudo será dissolvido no amor de Deus. Quando isto acontece as coisas do mundo se tornam enjoadas. O mundo não exerce nenhuma atração sobre os que vivem sobre o amor. A paz do coração toma lugar da angústia do materialismo e da sensualidade. Aí entendemos a atitude dos mártires que morriam felizes em meio as torturas que sofriam.
Após pentecostes, a compreensão do sentido da vinda de Jesus é mais clara e a Igreja toma a sua forma como comunidade daqueles que acreditam em Deus e em seu projeto. Ela irá dar continuidade através da transmissão apostólica das graças recebidas com a vinda de Cristo. Não existe cristão fora da Igreja. Todos que são batizados legitimamente pertencem a ela mesmo que não queiram ou não saibam desta realidade. Só existe um cristianismo e uma só Igreja de Cristo. Por esta razão nossa catequese deve ser cada vez mais sólida ensinando ao povo a verdade que realmente liberta.
Jesus envia o Espírito Santo para que possamos ter uma experiência profunda de perdão e misericórdia. Só quando nos sentimos perdoados e nos capacitamos para aceitar o amor de Deus começamos a experimentar em nosso coração a paz de consciência. Em Pentecostes se celebra a vitória sobre o pecado, a vitória sobre nossas limitações, pois tomamos consciência de que o amor de Deus por nós é maior do que todas as coisas. Somos amados acima de nossas limitações. Os apóstolos e seus sucessores são revestidos do poder de perdoar os pecados. Este poder não é humano, mas vem diretamente do coração de Deus que ama suas criaturas. Lembramos que Jesus antes de curar fisicamente algum enfermo, sempre perdoava os seus pecados. A experiência de perdão é capaz de curar qualquer enfermidade.
A paz é consequência da certeza do porque existimos. O sacramento da Reconciliação é muito importante para nós, especialmente no sentido de abrir nosso coração ao amor de Deus. Existe um grande número de pessoas sofrendo de depressão, justamente porque o amor de Deus ainda não conseguiu penetrar profundamente em suas vidas. Quando recebemos o perdão de Deus nos tornamos novas criaturas com uma alegria infinita.
Não podemos deixar de pedir ao Senhor a Graça do Espírito Santo em todas as atividades que vamos empreender, especialmente naquelas que sejam relacionadas com a caridade, para não errarmos o caminho e concretizarmos efetivamente a vontade de Deus.
Quando estamos envolvidos pelo Espírito Santo somos criaturas novas. Nosso amor se reparte para toda humanidade, somos promotores da unidade e da verdade que nos torna livres. A alegria invade nosso coração, vencemos a discórdia e o espírito anti comunitário reinante na sociedade comercial que vivemos. O ser humano é muito mais do que compra e venda. Somos amados por Deus e estamos a caminho de uma união definitiva com Ele.

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 “Divino Espírito Santo, consumi em mim tudo aquilo que me impede que eu me consuma em Vós”.





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