segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O filho que se reencontrou

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“QUANTO MAIS NOS AFASTAMOS DE DEUS MAIS INFELIZES NOS TORNAMOS”.

Não podemos falar de conversão sem termos uma profunda experiência da misericórdia infinita do Senhor. A liturgia deste domingo nos apresenta uma passagem do Evangelho de São Lucas bastante conhecida e refletida na história da igreja. Na parábola do Filho Pródigo Jesus nos explica a necessidade de sabermos aceitar a todos como nossos irmãos e vivermos o perdão. Na realidade ele se utiliza de três parábolas. Começa com a parábola da ovelha perdida, depois a da moeda perdida e finalmente apresenta a belíssima parábola do filho pródigo. Há um pensamento presente nas três parábolas que é a alegria do retorno. Deus fica feliz com o regresso do pecador. Ele só quer promover a vida do ser humano, fazendo o possível para que ele participe de sua felicidade. Como disse o Papa Francisco no início de seu pontificado. Deus não cansa de perdoar. Nós é que nos esquecemos de pedir perdão a Ele.

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EVANGELHO (Lc 15, 01-32):
Naquele tempo, os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus, porém, e os mestres da lei criticavam Jesus. “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. Então Jesus contou-lhes esta parábola: “Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto, e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? Quando a escolha, coloca-a nos ombros com alegria, e, chegando à casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ Eu vos digo: Assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão. E se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e a procura, até encontrá-la? Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!’ Por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte’. E Jesus continuou: “Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada.
Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do teu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o, e cobriu-o de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa.
O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’. Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado.”


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“Por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converta”.
O tema sobre a conversão é constante em todos os evangelhos. O que significa se converter? Podemos afirmar que a conversão é um “retorno à fonte”. A fonte da vida é o próprio Deus que pensou em cada um de nós antes mesmo de nosso nascimento. A conversão é um processo de retorno ao amor que Deus sente por nós. Ele nos criou à sua imagem e semelhança. Isto significa que fomos criados para participarmos de sua felicidade. A conversão é um processo sistemático de deixar-se amar por Deus.
Nas parábolas apresentadas acima, especialmente a do filho pródigo, percebemos o quando Deus quer que sejamos felizes ao seu lado. O filho mais novo, à medida que se afastava do pai, mais infeliz se encontrava. A conversão é o retorno ao convívio do pai que é justo e ama os seus filhos. O homem procura sempre “inventar” meios para encontrar a felicidade por sua própria capacidade e isto sempre acaba em frustração. O lado mais fácil sempre se torna o mais difícil.
A conversão exige de nossa parte uma profunda humildade e o reconhecimento do imenso amor que Deus sente por nós. Ele é misericordioso, busca o homem em todas as situações para realizá-lo. Na parábola do Filho Pródigo percebemos o momento forte em que o filho mais jovem caiu em si, ou seja, percebeu que o pai era bom. Descobriu a verdade que longe dele jamais seria feliz. O filho se alegra em saber que o pai lhe acolhe da mesma maneira. O pai de uma forma surpreendente estava lhe esperando no alto, ansioso pelo seu retorno. Deus nos ama com um amor maior que o nosso por isto Ele vive a misericórdia. Para que a conversão aconteça em nossa vida precisamos ter uma profunda experiência da misericórdia de Deus.
Sem perdão não há conversão. Este perdão tem três dimensões. Precisa ser aceito por nós na certeza que Deus nos perdoa, precisamos saber nos perdoar e finalmente perdoar aos nossos irmãos.
A conversão e a misericórdia caminham juntas. Sem a certeza de que somos amados por Deus acima das nossas limitações, não podemos nos voltar para Ele. Hoje enfrentamos diversas situações de falta de misericórdia. Não nos comunicamos com Deus e nem com os irmãos, por esta razão está presente mais o espírito de competição do que o de promoção do ser humano. O pai ama o filho sem interesse, por isto ele só será feliz ao seu lado.
A parábola do Filho Pródigo com as outras duas parábolas nos indicam um caminho: precisamos nos esquecer de nós mesmos, de nossos pré conceitos e irmos de encontro dos que realmente precisam de nós. Não podemos ser como o filho mais velho, que vive um perfeccionismo sem amor. Ninguém se salva sozinho, somos responsáveis pela salvação uns dos outros.
Nós todos temos defeitos, mas devemos evitar a visão negativa dos nossos irmãos, pois esta não é a visão que Deus tem em relação a nós. O olhar de Deus é um olhar de amor e promoção de cada filho perdido pelo mal uso de sua liberdade.

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"Obrigado Senhor Jesus por sempre nos ensinar que devemos viver a nossa vida na grande esperança de que somos profundamente amados”.


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