segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

SANTA MÃE DE DEUS

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“SE CRERMOS QUE JESUS É DEUS, MARIA É MÃE DE DEUS E INTERCEDE POR TODOS NÓS”.

Iniciamos o novo ano com a solenidade da Mãe de Deus. A devoção a mãe de Jesus como nossa mãe começou desde o momento em que Jesus a entregou a nós quando doava sua vida para nos salvar (Jo 19, 26-27). Os cristãos da Igreja Primitiva sempre cultivaram uma grande devoção a Maria, pois foi através de seu sim que nos foi dado o Filho de Deus. A primeira afirmação dogmática sobre Maria a declara Mãe de Jesus que é Deus e nossa Mãe (Concílio de Éfeso 431). Maria é a grande intercessora e o exemplo de obediência que nos leva ao encontro de Jesus. Quando os cristãos perderam a noção da presença de Maria no projeto de salvação de Deus começaram a acontecer todas as divisões entre as igrejas cristãs. Quando perdemos a mãe nos dividimos. Quando seguimos o exemplo de humildade, obediência, oração e fé de Maria nos tornamos verdadeiros discípulos e missionários de Jesus.

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Evangelho (Lc 02, 16-21):


Naquele tempo, os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria, José e o recém-nascido deitado na manjedoura. Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino. E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam. Quanto a Maria, guardava todos estes fatos e meditava sobre eles em seu coração. Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito. Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido.

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“Maria guardava todos estes fatos e meditava sobre eles em seu coração”.

Deus nos ama com um amor inefável e misterioso. Jamais poderemos nesta vida entender o seu plano de amor por nós porque Ele nos ama como Criador e não como criatura. Deus tem sua própria forma de se comunicar conosco sendo ouvido só por aqueles que são humildes e abertos ao seu mistério. Ele deseja profundamente que façamos parte de sua felicidade. Dentro deste plano de amor está a figura de Maria. Ela é a serva do Senhor. Faz parte deste mistério de salvação. O sim que Maria proferiu ao plano de Deus dentro da obscuridade do que seria de seu futuro é algo extraordinário. Aceitar ser a mãe do Salvador era um grande privilégio acompanhado de um grande sofrimento e da sua futura glorificação. Fazer o que Deus nos pede é ir contra o nosso próprio projeto que muitas vezes pensamos ser o mais perfeito para a nossa vida. Devemos lutar constantemente contra nós mesmos para descobrir o que o Senhor quer de nós e tentar, com as nossas limitações, fazer a sua vontade.
É difícil guardar todas as coisas em nosso coração. Muitas vezes falamos mal de nossos irmãos. Sentimos ciúmes de seus sucessos. Estamos em um mundo agitado pela competição. Todos querem ser mais do que os outros. Há falta de solidariedade em todos os âmbitos da sociedade. Maria é uma mulher solidária. Dá-nos um grande exemplo que só seremos felizes fazendo os outros felizes. Seremos livres quando nos libertarmos para libertar os outros.
Muitas vezes como cristãos católicos somos criticados pela nossa devoção a mãe de Jesus. Muitos pregadores menosprezam esta atitude afirmando que só Jesus salva. Isto realmente é verdade, mas Maria “participa” da salvação que Jesus nos traz. Ela foi entregue por ele a nós no momento em que dava à vida para nos salvar. Ela é a nova Eva, a nova mãe que trás a salvação a humanidade.
O mistério de Cristo passa pelo mistério de Maria. As mulheres receberam de Deus o dom de gerar vida. Isto não pode ser esquecido pela humanidade. O mundo atravessa um período obscuro de individualismo por falta da figura da mãe. É ela que transmite afeto para o filho, lhe prepara para o mundo com sua afetividade. Os meios de comunicação sabem disto por isto desfazem a figura da mãe para poderem dominar a humanidade fazendo que se torne dependente do consumismo por ele pregado. Um falso feminismo afasta as mulheres de seu sentido mais profundo que é a maternidade.
 São diversos os fatos que comprovam o grande amor de mãe que Maria tem por toda à humanidade. As diversas aparições e milagres que aconteceram e acontecem constantemente comprovam esta realidade. O verdadeiro devoto de Maria jamais se perderá nas ilusões que o mundo apresenta.
Devemos seguir o exemplo de Maria para sermos felizes. Quando nos tornamos devotos de Maria, automaticamente fazemos o que Jesus nos pede. Quando amamos Maria, amamos a presença de Jesus no Santíssimo Sacramento e na Palavra.

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 “Maria, mãe de Jesus e nossa mãe, intercedei a Deus por nós”.




segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

SANTO NATAL JESUS NASCEU PARA NÓS.

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“NO MISTÉRIO DO NATAL RECORDAMOS O GRANDE MISTÉRIO DA ENCARNAÇÃO DO VERBO”.

A celebração do nascimento de Jesus é sempre um momento de muita alegria que invade o coração dos cristãos do mundo inteiro. Natal é uma celebração onde as famílias se reúnem em torno de Jesus que nasce pobre para nos enriquecer. Deus se fez homem para que possamos ter a oportunidade de uma convivência com o divino. A partir do mistério do Natal começamos a ver nossa vida de forma diferente. A divinização do humano em Cristo nos leva a uma dimensão mais solidária e fraterna. Nesta solenidade pensamos no gesto profundo de amor e pobreza que o Senhor teve para conosco em querer viver como nós. Jesus nasce pobre para nos indicar que é pela santa humildade que alcançaremos a felicidade. A busca do essencial nem sempre se encontra no que vemos, mas no mais profundo centro de nosso ser.

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EVANGELHO (Lc 02, 01-14):
Aconteceu que, naqueles dias, César Augusto publicou um decreto, ordenando o recenseamento de toda a terra. Esse primeiro recenseamento foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam registrar-se, cada um na sua cidade natal. Por ser da família e descendência de Davi, José subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, até a cidade de Davi, chamada Belém, na Judéia, para registrar-se com Maria, sua esposa que estava grávida. Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto, e Maria deu à luz o seu filho primogênito. Ela o enfaixou e o colocou na manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria. Naquela região havia pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta do seu rebanho. Um anjo do Senhor apareceu aos pastores, a glória do Senhor os envolveu em luz, e eles ficaram com muito medo. O anjo, porém, disse aos pastores: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um salvador, que é o Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura”. E, de repente, juntou-se ao anjo uma multidão da coorte celeste. Cantavam louvores a Deus dizendo: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados”.

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“Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós um salvador, que é o Cristo Senhor”.

A festa do Santo Natal é uma grande lição de humildade porque não somos nós que recorremos ao imenso amor de Deus. É Ele que toma iniciativa. Vem até nós para nos reconciliar com o Pai. Vem pobre para nos enriquecer. A mensagem da gruta de Belém é de grande atualidade para o homem moderno inserido em seu próprio egoísmo. Lutando por um desenvolvimento que na realidade está lhe afastando de seus princípios vitais. Percebemos que a verdadeira realização ultrapassa o sucesso material. Jesus nasceu em uma gruta pobre para nos dizer que o essencial está longe do que nós olhamos materialmente. Existe o imperecível que está acima do perecível.
A paz e a alegria interior que nos levam até a felicidade são os grandes ideais que devemos buscar em nossa peregrinação. Muitos têm tudo e não tem nada, pois o que temos de essencial é a paz que nasce dentro de nosso coração. As coisas materiais desviadas de sua função se tornam para nós maldição e não bênção.
Os anjos anunciam o grande objetivo da vinda de Cristo: são novos valores que nascem em favor da pessoa deficiente em sua autonomia. O fenômeno do Natal de Jesus é uma luz que resplandece na escuridão do egoísmo humano. É a esperança de vencermos a nós mesmos para concretizarmos a vontade de Deus em nossas vidas.
Jesus nos mostra no presépio que não adianta apegos as coisas transitórias.  É interessante percebermos que Jesus nasce e morre pobremente para depois ressuscitar. O início e o fim da vida terrena de Jesus se resumem na palavra “desapego”. Para sermos glorificados e entrarmos na presença inefável de Deus não podemos ter nada que nos impeça de visualizarmos o essencial. A vaidade e o orgulho destroem a pessoa, lhe desviam a atenção para as coisas perecíveis.
Somos peregrinos em direção ao eterno. Deus se doa por nós que somos fragilizados pela mancha do pecado original. Ele prova que ama suas criaturas. O amor não é mais uma subida como pensavam os gregos. Jesus nos mostra que ele também é uma perda (descida) para se alcançar a vitória. Deus vem até nós. Desce para que nós possamos subir.
Devemos reunir as nossas famílias para rezarmos nesta festa e pedirmos à paz que vem do Senhor. Lutar pelos valores que nos unem e nos fortalecem no essencial. A realidade nos mostra uma grande crise nas instituições. Esta acontece porque o homem não sabe dar razão para sua existência se apegando ao que não é essencial. O cristão deve lutar pelos valores e pelas estruturas que os mantêm firmes na esperança. Não podemos perder a alegria que provém de nossa crença em Deus e no seu infinito amor por nós. Ele nos ama com um amor cheio de ternura e humildade. Vêm numa gruta aonde os animais se abrigavam a noite. Não veio em um palácio cheio de riquezas. Isto nos prova que o que vale é o nosso interior. A conexão com Deus é que nos traz a paz.
Natal é um tempo de abertura ao Espírito Santo. Tempo de oração e reconciliação. Maria nos dá o exemplo no sentido que devemos aceitar a vontade de Deus em nossa vida. Nós não sabemos o que é melhor para nós. Sem Deus a nossa vida perde sentido. Passamos a nos ocupar com o que não é essencial. Desviamo-nos do bem e obedecemos ao que a ditadura das relações comerciais e do relativismo nos impõe.
A lição de humildade do Natal é muito importante para nós na medida em que nos ensina a apreciar o que tem sentido para a nossa vida. Não importa os nossos títulos e honrarias se o nosso coração não estiver cheio de amor e de paz. Como cristãos sempre estaremos remando contra a correnteza. Sendo sempre criticados por não querermos aceitar o que a maioria aceita com tranqüilidade.
Que possamos nos preparar com alegria para este Santo Natal com o sacramento da reconciliação e com a celebração da eucaristia promovendo a união de nossas famílias.

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“Senhor Jesus que nasceste pobre para nos enriquecer. Transformai nossos corações neste Santo Natal.”

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

MARIA VISITA ISABEL


“O EXEMPLO DE MARIA NOS LEVA A SAIR DE NOSSO COMODISMO E IR AO ENCONTRO DE NOSSOS IRMÃOS”.



A figura de Maria é indispensável para entendermos o mistério cristão. O sim de Maria foi necessário para que o Salvador viesse até nós. Ela faz parte integral do plano salvífico de Deus. A atitude de humildade e respeito de Maria na visita a sua prima Isabel. Que estava grávida de São João Batista, embora sendo idosa, pois para Deus nada é impossível, é uma atitude de pura disponibilidade e alegria partilhada com sua amiga. Como seria bom que entendêssemos esta realidade. Deus está presente em nossa vida. Ele nos ama profundamente e quer a nossa verdadeira realização ao seu lado.


 

EVANGELHO (Lc 01, 39-45):

Naqueles dias Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. Entrou em casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.

 

“Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.

O mistério que envolve a vida de Maria é muito profundo e está relacionado diretamente com o projeto de salvação de Deus em relação a toda a humanidade. Pelo sim misterioso de Maria veio a salvação da humanidade. Ela é a serva obediente que soube escutar a Deus. Mesmo em seu tempo era difícil saber o que o Senhor queria. Ela é serva por ser humilde e estar atenta ao que o Senhor lhe inspirava.
O grande desafio que encontramos em nossa vida é tentarmos conhecer a vontade de Deus e procurarmos concretizá-la dentro da realidade em que nos encontramos. A nossa conversão começa a acontecer no momento em que sabemos o que o Senhor quer de nós e temos força de vencermos nosso egoísmo para entrarmos na órbita de Deus. É um processo de aceitação do mistério de Deus em nossa vida. Crer é aceitar o que o Senhor nos pede em meio à instabilidade de nosso cotidiano. A humildade é a grande ferramenta para nos abrirmos ao que o Senhor nos pede. Por meio dela iremos conseguir ler os sinais visíveis do amor de Deus que não só irá servir para nossa salvação, mas para de diversas pessoas.
Deus age sempre dentro da “contradição” do que esperamos. Tem uma lógica diferente da nossa. Quantas mulheres que tinham influência na sociedade que gostariam de assumir o grande compromisso de Maria. Por que ela foi dócil ao chamado de Deus, sensível ao seu amor. Por isto é Cheia de Graça. Para fazermos à vontade de Deus temos que tirar todo egoísmo de nosso coração.
Talvez para nós hoje seja praticamente impossível imaginarmos o que significou a missão que Deus confiou a Maria. Estamos tão acostumados com a imagem da encarnação do verbo que pouco refletimos sobre a grandiosidade do fato. A nossa felicidade passa pela descoberta do objetivo de nossa vida. Se refletimos sobre o sentido último de nossa vida iremos selecionar os valores e viveremos na verdade que irá nos levar a uma felicidade infinita.
A maioria das pessoas hoje é infeliz porque não descobrem o sentido de suas vidas. A maioria  não sabem porque existem e nem para onde vão. Neste mundo cheio de subjetividade e relativismo Maria passa a ser o exemplo mais sólido daquela que é feliz mesmo com os desafios da concretização da vontade Deus que sempre vai contra o nosso egoísmo e a nossa vontade inicial de satisfação momentânea.
Maria sai de sua casa e vai ao encontro de sua prima e recebe uma saudação inesperada. Isto porque Deus já estava presente na vida de sua prima Isabel. Ela também recebeu a graça de um filho em um momento inesperado da sua vida. São duas mulheres que se encontram felizes pela intervenção de Deus em sua maternidade. Para Deus nada é impossível. Esta deve ser a frase que permeia a vida do cristão em meio a tantas dificuldades.
Que nesta preparação para o Santo Natal possamos estar totalmente abertos ao Senhor, disponíveis ao que Ele nos pede dentro da realidade da nossa vida.


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“Senhor que o exemplo de Maria nos abra ao seu infinito amor.”





segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

JOÃO BATISTA

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“OS CRISTÃOS SÃO RECONHECIDOS PELA SOLIDARIEDADE DENTRO DO EGOÍSMO DO MUNDO”.

João Batista é o último profeta do Antigo Testamento e podemos dizer que é o primeiro dos profetas do Novo Testamento. Ele absorve a espiritualidade do profeta Elias mostrando ao povo que Deus está presente e que devemos obedecê-lo para sermos felizes. Sua pregação é uma preparação para o Reino de Deus com a vinda de Jesus. O plano de Deus está sempre em favor da pessoa humana que deve corresponder a sua bondade através do gesto solidário. A preparação para o Santo Natal entra na dimensão da partilha. As exigências do Batista se coincidem com as de Jesus: amar e partilhar.


EVANGELHO (Lc 03, 10-18):

Naquele tempo, as multidões perguntavam a João: “Que devemos fazer?” João respondia: “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo!” Foram também para o batismo cobradores de impostos, e perguntaram a João: “Mestre, que devemos fazer?” João respondeu: “Não cobreis mais do que foi estabelecido”. Havia também soldados que perguntavam: “E nós, que devemos fazer?” João respondia: “Não tomeis à força dinheiro de ninguém, nem façais falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário!” O povo estava na expectativa e todos se perguntavam no seu íntimo se João não seria o messias. Por isso, João declarou a todos: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha ele a queimará no fogo que não se apaga”. E ainda de muitos outros modos, João anunciava ao povo a boa nova.

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“Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo”.

A vida do cristão é uma constante interrogação sobre a Vontade de Deus e a forma de como concretizá-la na realidade em que se vive. São muito interessantes as interrogações de diversas pessoas de categorias diferentes em relação a João Batista. Inicialmente é interrogado pelo povo sobre o que deveriam fazer. João aconselha à multidão a prática da caridade. O ter pode obscurecer nossos corações quando não é utilizado para o bem comum. Depois surgem os cobradores de impostos. Considerados como pecadores públicos. Recebem de João o conselho de cobrarem só o que é devido. Finalmente vão os soldados lhe interrogar e recebem como resposta que devem praticar a justiça. Percebemos que cada um deve cumprir o seu papel dentro da sociedade sem se utilizar dos cargos recebidos como forma de dominação, mas sim de serviço especialmente aos mais necessitados.
Percebemos em João a busca da verdade, ele não quer se servir de seu poder para sua própria satisfação. Utiliza o dom que Deus lhe deu para anunciar a Boa Nova da Salvação. Nós recebemos de Deus muitos dons que devemos utilizar não para a nossa própria satisfação, mas para a construção da comunidade. Quando somos verdadeiros somos conduzidos a praticar o bem na situação em que nos encontramos.
João fala da eficácia do batismo do messias. Virá a força do Espírito Santo que ajudará as pessoas a descobrirem qual é a vontade de Deus e a sua concretização dentro da realidade. Estamos dentro de uma realidade marcada pelo relativismo de valores. A invocação ao Divino Espírito Santo é necessária para nos firmarmos nos valores essenciais de nossa vida no seguimento de Jesus Cristo. Quando buscamos a verdade com humildade o Espírito Santo vem em nosso auxílio para nos orientar no que devemos fazer em meio às dificuldades que encontramos na caminhada da vida.
A tentativa de se unir as duas vontades, de Deus e a nossa faz que se descubra dentro de nós um tesouro infinito de amor. Um Deus apaixonado pelas suas criaturas que nos leva a uma vida de verdadeira felicidade. Devemos nos deixar queimar pela chama viva do amor de Deus para sermos felizes. Há uma grande diferença entre as alegrias momentâneas oferecidas pelo mundo e a felicidade verdadeira daqueles que reconhecem a presença do amor de Deus dentro de si, nos irmãos e na realidade.

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“Senhor ajuda-nos a vivermos o teu amor solidário dentro da realidade social que nos encontramos.”



segunda-feira, 30 de novembro de 2015

VOZ QUE CLAMA NO DESERTO

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“COM ALEGRIA DEVEMOS ANUNCIAR A VERDADE DE JESUS CRISTO NO MEIO DO MUNDO”.

Estamos dentro de uma sociedade que quer descobrir tudo, mas infelizmente ainda não cultiva o essencial: reconhecer a presença amorosa de Deus. Ele está sempre presente em nossa vida, embora a maioria das pessoas não queira reconhecer que só nele encontraremos Paz. Aceitar Jesus como um todo em nossa vida é o caminho da verdadeira felicidade. A vida do cristão sempre será um sinal de contradição dentro do mundo. Este tempo de Advento é um tempo de espera e alegria no Senhor que nos ama sempre em todos os momentos de nossa existência. Através da oração e da prática do bem estejamos sempre prontos para a vinda definitiva de Jesus.

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EVANGELHO (Lc 03, 01-06):
No décimo quinto ano do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador da Judéia, Herodes administrava a Galiléia, seu irmão Filipe, as regiões da Ituréia e Traconítide, e Lisânias a Abilene; quando Anás e Caifás eram sumos sacerdotes, foi então que a palavra de Deus foi dirigida a João, o filho de Zacarias, no deserto. E ele percorreu toda a região do Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados, como está escrito no livro das palavras do profeta Isaías: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas. Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixadas; as passagens tortuosas ficarão retas e os caminhos serão aplainados. E todas as pessoas verão a salvação de Deus’”.

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“Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas’”.

A pregação de João Batista era voltada para a conversão do povo de Israel que havia perdido o sentido básico da Revelação de Deus a Moisés. João vem com uma missão semelhante ao profeta Elias: mostrar o essencial para o povo. Deus é fiel a sua aliança e jamais se esquece de seu povo. João é a voz que clama no deserto. É um sinal forte de contradição para a deteriorização do sentido religioso do povo de Israel. Reconhecer a presença de Deus é a grande verdade que havia sido colocada em segundo plano pelo povo.
A nossa situação como cristãos hoje é bastante semelhante à situação de João Batista. Estamos em um deserto onde o egoísmo prevalece em relação à fraternidade. Diversas divisões se percebe nos mais variados níveis da nossa sociedade. Somos cristãos dentro deste deserto. Devemos anunciar a solidariedade no meio da desigualdade.
Preparar o caminho do Senhor é anunciar a verdade no meio da falsidade. É procurar unir as pessoas em torno de um ideal mais sólido: a busca do cultivo da presença de Deus que nos ama infinitamente. Quando o ser humano se afasta de seu princípio vital ele busca em si mesmo a sua satisfação caindo na sua própria ruína. Não podemos ser autores de nossa felicidade nos afastando daquele que realmente pode nos fazer felizes.
Nós ansiamos pela salvação de Deus. Queremos ver a manifestação de sua glória em meio a tantos sofrimentos que a humanidade atravessa por sua própria culpa. Este tempo é um tempo de confiança, de esperança da manifestação de Deus que já acontece nos sinais simples que Ele nos dá em vários momentos de nossa vida.
A maior função dos cristãos hoje é testemunhar a alegria de serem consagrados a Deus através de seu batismo e da vocação que escolhem para vivê-lo. Não é uma alegria momentânea fruto do egoísmo, mas sim uma alegria permanente fruto do amor que foi plantado em nossos corações desde o momento que o Senhor nos chamou para a vida.
Não podemos mudar os caminhos do mundo se nos dividimos uns com os outros. Os cristãos devem ser pessoas da unidade e da solidariedade entre todos. Só o amor pode mudar o mundo. Só a fraternidade e a solidariedade podem fazer que o ser humano pense mais sobre si mesmo. E volte-se para o essencial.

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“Obrigado Senhor pelo deserto de nossa vida, pois nele podemos perceber o essencial.”



segunda-feira, 23 de novembro de 2015

ESTAR PREPARADOS


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“CULTIVEMOS EM NOSSA VIDA OS CAMINHOS QUE LEVAM ATÉ O SENHOR”.

Estamos iniciando um novo ano litúrgico com o primeiro domingo do advento que terá como base a reflexão do Evangelho de São Lucas (C). A liturgia tem como função trazer a memória os fatos relacionados com a nossa salvação. Ao iniciar o ano litúrgico com o tempo do advento queremos refletir sobre a vinda definitiva do Senhor e ao mesmo tempo, nos prepararmos para a festa do Santo Natal. O cristão deve estar sempre preparado para a vinda de Jesus através da prática concreta do bem dentro da realidade em que se encontra. A grande ferramenta que temos para perseverarmos no amor de Deus é a oração. Por meio dela descobrimos qual é a vontade de Deus e ao mesmo tempo temos força de concretizar sua vontade em nossa vida.

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EVANGELHO (Lc 21, 25-28.34-36):

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas. Então eles verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. Portanto, ficai atentos e orai a todo o momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem”.

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“Ficai atentos e orai a todo o momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem”.

A oração é um trato de amizade com aquele que sabemos que nos ama. Assim nos diz Santa Teresa de Jesus. Se Deus é nosso amigo e nos ama não devemos temê-lo. Ele nos ama acima de nossas limitações. Através da oração descobrimos o que o Senhor quer de nós. A partir deste momento iniciamos nosso processo de conversão. Sentimos em nosso coração que Deus é misericordioso e nos perdoa e quer que estejamos sempre ao seu lado. Procuramos obedecer aos seus mandamentos porque eles são meios para alcançarmos a felicidade.
Estar preparado significa estar amando. Não é o que fazemos que irá nos aproximar ou nos afastar de Deus, mas sim o “como” fazemos. A nossa ação deve ser se voltada para a prática do bem com o coração sempre direcionado para Deus que tanto nos ama.
Não podemos estar insensíveis a Deus. O pecado, o egoísmo individualista pregado pela grande mídia, nos afasta do eixo de nossa existência e por isto o homem pensa que é autor de sua própria felicidade afastando-se da graça de Deus. Quando oramos estamos em conexão com Deus e sabemos dar razão para a nossa vida. Hoje encontramos um grande número de pessoas perdidas em seu próprio mundo. A nossa salvação começa aqui e agora quando nos abrimos, saímos de nosso próprio ostracismo (viver como ostras fechados em nós mesmos), para vivermos uma nova vida de solidariedade e amor.
O cristão não pode viver angustiado, pois ele deve saber o que é a vida e para onde nos direcionamos. Por esta razão não podemos perder nunca o senso da eternidade. Esta vida é uma preparação, uma peregrinação rumo ao eterno. O mundo entra em crise porque relativiza os valores essenciais da vida. Muitas pessoas buscam tudo esquecendo que o Criador é capaz de realizar o ser humano nas raízes de sua existência.
A nossa vida é um profundo mistério. Tudo o que estamos experimentando faz parte deste mistério. Deste fenômeno que não podemos nos acostumar, pois aí nos desviamos do essencial. Precisamos de um olhar de profundidade em relação à realidade para não nos deixarmos manipular pelo materialismo. Os bens temporais devem estar a serviço dos bens eternos. O amor exige saída de nós mesmos para a construção do outro. No amor estaremos verdadeiramente preparados para a vinda definitiva do Senhor.

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“Vem Senhor Jesus renovar nosso coração e nossa vida”.