“OS CRISTÃOS SÃO RECONHECIDOS PELA SOLIDARIEDADE DENTRO DO EGOÍSMO DO MUNDO”.
João Batista é o último profeta do
Antigo Testamento e podemos dizer que é o primeiro dos profetas do Novo
Testamento. Ele absorve a espiritualidade do profeta Elias mostrando ao povo
que Deus está presente e que devemos obedecê-lo para sermos felizes. Sua pregação
é uma preparação para o Reino de Deus com a vinda de Jesus. O plano de Deus
está sempre em favor da pessoa humana que deve corresponder a sua bondade
através do gesto solidário. A preparação para o Santo Natal entra na dimensão
da partilha. As exigências do Batista se coincidem com as de Jesus: amar e
partilhar.
EVANGELHO (Lc 03, 10-18):
Naquele tempo, as multidões
perguntavam a João: “Que devemos fazer?” João respondia: “Quem tiver duas
túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo!” Foram
também para o batismo cobradores de impostos, e perguntaram a João: “Mestre, que
devemos fazer?” João respondeu: “Não cobreis mais do que foi estabelecido”.
Havia também soldados que perguntavam: “E nós, que devemos fazer?” João
respondia: “Não tomeis à força dinheiro de ninguém, nem façais falsas
acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário!” O povo estava na expectativa
e todos se perguntavam no seu íntimo se João não seria o messias. Por isso,
João declarou a todos: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais
forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias.
Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Ele virá com a pá na mão: vai
limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha ele a queimará no
fogo que não se apaga”. E ainda de muitos outros modos, João anunciava ao povo
a boa nova.
“Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais
forte do que eu ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo”.
A vida do cristão é uma constante
interrogação sobre a Vontade de Deus e a forma de como concretizá-la na
realidade em que se vive. São muito interessantes as interrogações de diversas
pessoas de categorias diferentes em relação a João Batista. Inicialmente é
interrogado pelo povo sobre o que deveriam fazer. João aconselha à multidão a
prática da caridade. O ter pode obscurecer nossos corações quando não é
utilizado para o bem comum. Depois surgem os cobradores de impostos.
Considerados como pecadores públicos. Recebem de João o conselho de cobrarem só
o que é devido. Finalmente vão os soldados lhe interrogar e recebem como
resposta que devem praticar a justiça. Percebemos que cada um deve cumprir o
seu papel dentro da sociedade sem se utilizar dos cargos recebidos como forma
de dominação, mas sim de serviço especialmente aos mais necessitados.
Percebemos
em João a busca da verdade, ele não quer se servir de seu poder para sua
própria satisfação. Utiliza o dom que Deus lhe deu para anunciar a Boa Nova da
Salvação. Nós recebemos de Deus muitos dons que devemos utilizar não para a
nossa própria satisfação, mas para a construção da comunidade. Quando somos
verdadeiros somos conduzidos a praticar o bem na situação em que nos
encontramos.
João fala
da eficácia do batismo do messias. Virá a força do Espírito Santo que ajudará
as pessoas a descobrirem qual é a vontade de Deus e a sua concretização dentro
da realidade. Estamos dentro de uma realidade marcada pelo relativismo de
valores. A invocação ao Divino Espírito Santo é necessária para nos firmarmos
nos valores essenciais de nossa vida no seguimento de Jesus Cristo. Quando
buscamos a verdade com humildade o Espírito Santo vem em nosso auxílio para nos
orientar no que devemos fazer em meio às dificuldades que encontramos na
caminhada da vida.
A
tentativa de se unir as duas vontades, de Deus e a nossa faz que se descubra
dentro de nós um tesouro infinito de amor. Um Deus apaixonado pelas suas
criaturas que nos leva a uma vida de verdadeira felicidade. Devemos nos deixar
queimar pela chama viva do amor de Deus para sermos felizes. Há uma grande
diferença entre as alegrias momentâneas oferecidas pelo mundo e a felicidade
verdadeira daqueles que reconhecem a presença do amor de Deus dentro de si, nos
irmãos e na realidade.
“Senhor ajuda-nos a vivermos o teu amor solidário
dentro da realidade social que nos encontramos.”
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