“A SEMENTE DO AMOR DE DEUS
DEVE BROTAR EM NOSSOS CORAÇÕES”.
O grande
desafio de nossa vida consiste em aceitarmos plenamente o fato de que somos
criaturas muito amadas por Deus. Não somos Criador, mas sim criaturas. Esta
certeza é muito importante para nós. Participamos do mistério da criação como
criaturas o que criamos é uma possibilidade dada pela inteligência que vem de
Deus. Somos colaboradores na obra de salvação da humanidade. A parábola do
semeador ou da semente fértil nos indica que somos a partir de nosso livre
arbítrio colaboradores da graça de Deus presente em nós e na vida de nossos
irmãos. Tudo depende da forma como aceitamos ou rejeitamos o plano amoroso de
Deus.
EVANGELHO
(Mt 13, 01-23):
Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi
sentar-se às margens do mar da Galiléia. Uma grande multidão reunui-se em volta
dele. Por isso Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava
de pé, na praia. E disse-lhes muitas coisas em parábolas: “O semeador saiu para
semear. Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os
pássaros vieram e as comeram. Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde
não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era tão
profunda. Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram,
porque não tinham raiz. Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os
espinhos cresceram e sufocaram as plantas. Outras sementes, porém, caíram em
terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por
semente. Quem tem ouvidos, ouça!”
Os discípulos
aproximaram-se e disseram a Jesus: “Por que falas ao povo em parábolas?” Jesus
respondeu: “Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos
Céus, mas a eles não é dado. Pois à pessoa que tem, será dado ainda mais, e
terá em abundância; mas a pessoa que não tem, será tirado até o pouco que tem.
É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque olhando eles não vêem, e
ouvindo, eles não escutam, nem compreendem. Desse modo se cumpre neles a
profecia de Isaías: ‘Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar,
sem nada ver. Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram
com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos, nem ouvir com
os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os
cure’. Felizes sois vós, porque vossos olhos vêem e vossos ouvidos ouvem. Em
verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir
o que ouvis, e não ouviram. Ouvi, portanto, a parábola do semeador: Todo aquele
que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi
semeado em seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. A semente
que caiu em terreno pedregoso é aquele que ouve a palavra e logo a recebe com
alegria; mas ele não tem raiz em si mesmo, é de momento: quando chega o
sofrimento ou a perseguição, por causa da palavra, ele desiste logo. A semente
que caiu no meio dos espinhos é aquele que ouve a palavra, mas as preocupações
do mundo e a ilusão da riqueza
Sufocam a
palavra, e ele não dá fruto. A semente que caiu em boa terra é aquele que ouve
a palavra e a compreende. Este produz fruto. Um dá cem, outro sessenta e outro
trinta”.
“A
semente que caiu em boa terra é aquele que ouve a palavra e a compreende. Este produz fruto”.
A parábola do semeador é de
uma riqueza extraordinária para nós e nela podemos extrair várias consequências
práticas para a nossa vida cristã. Jesus conta a parábola, diz porque deve
utilizar esta linguagem e faz uma explicação de seu sentido. As coisas de Deus
têm uma expressão distinta e misteriosa. Só aqueles que forem realmente
humildes poderão entender o significado mais profundo do projeto de Deus.
Esta parábola está diretamente relacionada com o
mistério do amor de Deus presente em nossa vida. A semente do amor de Deus está
no fundo de nosso coração. Quando nos abrimos a Deus somos cada vez mais
comprometidos com seus sentimentos. Ele se preocupa conosco e quer que façamos
parte de sua vida. Passamos a amar de forma distinta daqueles que são
envolvidos por outras realidades. Os que se abrem a Deus estão mais comprometidos
e junto com o sofrimento, que vem como consequência da adesão ao projeto de
Deus, se tornarão um instrumento mais forte de sua graça para evangelizar os
que ainda não descobriram a verdade.
Os que receberem mais terão que produzir mais.
Receber mais amor é dar mais amor. Tomar consciência do amor de Deus nos
compromete mais a expandir seu amor pelo mundo. Nesta parábola percebemos certa
semelhança com a parábola dos talentos. A aproximação de Deus inclui uma doação
maior e a busca de que outras pessoas sintam a mesma realidade. Podemos
perceber esta verdade na vida dos santos que buscaram a santidade santificando
os demais.
Poderíamos fazer muitas interpretações em relação
aos espinhos, as pedras e aos pássaros que impedem a germinação da semente.
Vemos em nosso mundo muita superficialidade sendo promovida em todas as áreas.
O homem torna-se escravo de si mesmo e das mentiras que produz para sua própria
ruína. Acaba explorando a si mesmo, não se valoriza da forma como Deus o
valoriza e por isto se perde. Em Deus encontramos o sentido de nossa vida. Fora
dele acabamos explorando a nós mesmos.
O caminho do sofrimento dos que não conhecem a Deus
se inicia com o imediatismo (pássaros), passa pelo relativismo (pedras) e
finaliza no egoísmo (espinhos). Começamos no caminho do mal a relativizar os
valores a partir de nosso imediatismo até pensarmos que somos autores de nossa
realização. A ansiedade que temos em nosso coração nos arrasta a querermos uma
felicidade imediata que na realidade não existe. O egoísmo leva o homem a
fechar-se sobre si mesmo. Este fechamento não lhe trás nenhum resultado.
Quando a semente frutifica em nossa vida somos
também semeadores. O cristão é transmissor da graça de Deus. Não pode ser um
“isolante” no seu próprio egoísmo. Ele tem que ser fecundo dentro da
fermentação do amor que acontece no seu interior constantemente. O grande
antídoto para a falta de germinação da semente é a vida de oração ou a oração
sistemática que aumenta a consciência da presença de Deus que está bem próximo
de nós.
“Senhor Jesus ajudai-nos a aceitar o seu amor dentro de nossos corações.”
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