segunda-feira, 16 de junho de 2014

SANTÍSSIMO SACRAMENTO


“LOUVAMOS E ADORAMOS A JESUS PRESENTE NA SANTÍSSIMA EUCARISTIA”.

A  Santíssima Eucaristia é um grande mistério de amor que aceitamos pela fé. Ela nos foi dada desde o início da Igreja. Quando o sacerdote acaba de consagrá-la ele diz: Eis o mistério da Fé. É o principal mistério da presença viva do ressuscitado que nos acompanha em nossa história. O amor exige presença. Deus está presente de uma forma real e única no Sacramento da Eucaristia. A Igreja superou muitas situações difíceis graças à realidade da presença de Jesus na Hóstia Consagrada. Hoje, infelizmente sofremos a dor de tantas denominações cristãs que se dividem cada vez mais por falta de uma real compreensão da Santíssima Eucaristia.

 

EVANGELHO (Jo 06, 51-58):

Naquele tempo, Jesus disse às multidões dos judeus: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é minha carne dada para a vida do mundo”. Os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?” Então Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me recebe como alimento viverá por causa de mim. Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre”.



“Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Aquele que come este pão viverá para sempre”.

O capítulo seis do evangelho de São João é conhecido como o grande discurso sobre o Pão da Vida. Ele passa ser um divisor de águas no seguimento de Cristo até em nossos dias. Foi a partir deste momento que muitos deixaram Jesus por acharem suas palavras muito duras.
É interessante perceber que Jesus coloca a Eucaristia como condição para se alcançar à vida eterna. Nesta afirmação está contido algo essencial e imprescindível para a nossa salvação. O alimento se torna vida dentro de nós. Quando recebemos Jesus na comunhão estamos recebendo a sua pessoa que muda a nossa vida desde dentro. A Eucaristia é o alimento espiritual que nos ajuda na opção pelo bem e na coragem de nos afastarmos do mal.
A presença de Jesus é tão real na Eucaristia que quando deixamos de comungar sentimos um grande vazio. Parece que nos falta algo. Mesmo as pessoas que mudam de religião reconhecem esta falta. Percebemos nos retiros e grandes encontros que quando Jesus entra no ostensório as pessoas se transformam. Muitas choram e se emocionam, sentem em seus corações o perdão e a misericórdia do Senhor o que é fundamental para uma mudança de vida.  Há uma transformação clara de comportamento o que garante que Jesus não está ali simbolizado, mas vivo de forma verdadeira.
Na Eucaristia acontece a “transubstanciação”, ou seja, após a consagração com as palavras que Jesus proferiu na última ceia, o sacerdote devidamente ordenado transforma o pão e o vinho em Corpo e Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo. Nós não podemos viver longe desta grande realidade ou seguirmos palavras vazias de pessoas que querem nos afastar desta realidade.
Temos ainda hoje milagres como o de Lanciano que comprovam a permanência real de Jesus na Eucaristia. Este milagre ainda hoje, após tantos séculos do ocorrido, surpreende médicos e cientistas quando examinam o pedaço de carne e o sangue coagulado que lá se encontra de forma intacta e incorrupta.
A presença de Jesus no Sacramento da Eucaristia é a principal graça que temos como herança para a nossa salvação. Quando aceitamos a Cristo o aceitamos como um todo. Jesus é o novo cordeiro que tira os pecados do mundo. A Eucaristia deve nos levar a prática da verdadeira caridade e o amor a todos sem exceção.
Não podemos receber Jesus de forma indigna, pois seria para ele uma grande ofensa. Por esta razão mesma é que temos o Sacramento da Reconciliação instituído também pelo próprio Senhor após a sua ressurreição (Jo 20, 22-23). Deus deseja se unir a nós, mesmo sabendo de nossas fraquezas. É através da Eucaristia que iniciamos um processo de fortalecimento de nossa vida de Fé.
A Eucaristia serve como alimento salutar, como sacramento de cura para nosso egoísmo. Ela é vida que se reparte. Por esta razão precisamos nos tornar a extensão da Eucaristia que celebramos. Ela serve para conservar e cultivar a Graça de Deus em nós. Exige de nós uma verdadeira abertura de coração, vencendo toda a nossa racionalidade, purificando todo o nosso egoísmo. A presença de Jesus na Eucaristia é remédio para a humanidade, ela nos ajuda a sermos solidários, a repartirmos nossa existência com a existência de nossos irmãos.
Nesta quinta-feira em várias comunidades teremos a procissão com Jesus Sacramentado. Não podemos esquecer-nos do sentido espiritual que tem esta procissão por nossas ruas que são preparadas para a passagem de Jesus sobre a espécie Eucarística. Este momento é um momento de muita devoção. Nele acontece a cura dos corações de muitas pessoas que não tem a real consciência deste Grande Mistério.
O fato de Jesus caminhar conosco é muito importante, pois Ele deve fazer parte de nossas vidas. Da realidade de nosso cotidiano. Quando Jesus estava no meio de seu povo seu olhar se voltava para todos, especialmente para os doentes e necessitados. Ao olharmos para o Ostensório contendo a Hóstia Consagrada, nesta quinta-feira, vamos pedir a Jesus uma renovação total de nossas vidas. A libertação do pecado e uma vida de profunda fraternidade.
Deus nos ama tanto que quer fazer parte de nossa vida. Esta festa nos alegra muito e nos compromete a vivermos a mensagem de Cristo contida nos Evangelhos.

“Venha nos curar Senhor Jesus através desta passagem no meio de nós.”


COMO COMEÇOU A DEVOÇÃO DA FESTA DO CORPUS CHRISTI.

Ao redor o ano 1000 se despertou um grande entusiasmo eucarístico. Isto ocorreu devido a questões que surgiram para defender o mistério eucarístico contra heresias que surgiram colocando dúvidas sobre este sacramento.
O motivo principal para a instituição desta festa foi a revelação que teve Santa Juliana de Carmellón, Liège (Bélgica, 1193-1298). A ela deu-se o fato de uma aparição ou sonho de um disco luminoso com uma franja escura. A interpretação deste fato foi que o disco luminoso significava o ano litúrgico e a franja escura o vazio que se encontrava nele pela ausência de uma festa em honra ao Santíssimo Corpo de Cristo. Santa Juliana falou do acontecido ao seu confessor, que comunicou o fato a vários teólogos com o fim de indagar seus pareceres. Entre eles se encontrava o provincial dos dominicanos Hugo de Thierry e o cônego de Liège Jacques de Troyes. Este insistiu ao bispo Roberto para que a festa fosse estabelecida na diocese de Liège, e assim o fez em 1246.
Anos mais tarde Jacques de Troyes foi eleito Papa com o nome de Urbano IV. O interessante é que ele mesmo não estava mais tão interessado em introduzir a festa como uma solenidade universal.
Por esta época aconteceu um fato milagroso sucedido em Bolsena, segundo o qual um sacerdote peregrino sentiu grandes dúvidas sobre a presença eucarística ao celebrar a missa na igreja de Santa Cristina. Da Hóstia Consagrada saíram algumas gotas de sangue que mancharam o corporal. Ao saber do acontecido, o Papa Urbano IV quis ver os corporais e mandou trazê-los a Orvieto, onde estava e neste local se encontram até hoje. Este fato influenciou  ao Papa a estabelecer na Igreja universal a festa do Corpus.
A procissão do Corpus aconteceu mais tarde sendo que as primeiras tiveram início em Colônia. Ao princípio se levava o Santíssimo fechado na píxide. Aos poucos se queria ver a Hóstia Consagrada e assim apareceram as Custódias ou Ostensórios para que todos pudessem contemplar a presença de Jesus no Santíssimo Sacramento.
Obs. Estes dados foram retirados do Curso de Liturgia da Biblioteca de Autores Cristãos,  Madri, 1961.




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