No seguimento de Jesus Cristo encontramos
alegrias e tristezas. Momentos de solidão espiritual e de grande júbilo. Entre
os altos e baixos temos a certeza que este caminho nos leva à eternidade. Pedro
novamente professa esta realidade para Jesus quando acontece a crise da
aceitação de Jesus como Pão da Vida. Dentro do mês vocacional celebramos a
vocação dos leigos. Os leigos são pessoas comprometidas nos diversos trabalhos dentro
das comunidades. Eles têm uma importância fundamental para a evangelização.
Quando assumimos o nosso batismo, nos comprometemos com o todo do Cristo. Somos
alimentados por Ele para levarmos sua mensagem a todos os ambientes onde nos
encontrarmos.
EVANGELHO
(Jo 06,
60-69):
Naquele
tempo, muitos dos discípulos de Jesus que o escutaram, disseram: “Esta palavra
é dura. Quem consegue escutá-la?” Sabendo que seus discípulos estavam
murmurando por causa disso mesmo, Jesus perguntou: “Isto vos escandaliza? E
quando virdes o Filho do homem subindo para onde estava antes? O Espírito é que
dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e
vida. Mas entre vós há alguns que não crêem”. Jesus sabia, desde o início, quem
eram os que não tinham fé e quem havia de entregá-lo. E acrescentou: É por isso
que vos disse: ninguém pode vir a mim a não ser que lhe seja concedido pelo
Pai”. A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam
mais com ele. Então, Jesus disse aos doze: “Vós também vós quereis ir embora?”
Simão Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna.
Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus.
“A quem iremos, Senhor? Tu
tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o
Santo de Deus”.
O texto do
Evangelho de São João neste capítulo seis é um dos mais radicais da Sagrada
Escritura. A aceitação de Jesus como “Pão da Vida” se faz necessária para a
nossa salvação. Neste momento surge a grande crise em que os discípulos que
seguiam a Jesus, uma parte deles, irão abandoná-lo por acharem suas palavras
muito duras. Por que duras? Porque muitos queriam um Cristo que resolvesse seus
problemas momentâneos. Um messias político que resolvesse o problema social que
o povo estava enfrentando. Hoje estão sendo criadas muitas religiões que
procuram satisfazer a pessoa e não levá-la a verdadeira conversão. O verdadeiro
seguimento de Jesus Cristo se faz muitas vezes na dor da partilha e da
solidariedade. Devemos ter como objetivo a vida eterna para passarmos pelos
sofrimentos momentâneos que são inerentes ao seguimento de Jesus.
O crer em
Jesus é aceitar todo o seu processo de salvação. Não podemos dividi-lo em
partes conforme nossa vontade. Quando Jesus fala que é o espírito que dá a
vida, ele nos afirma que já temos presente em nossa existência o essencial para
a nossa salvação. A palavra de Jesus é que nos leva a verdadeira vida.
Percebemos muita oposição a esta verdade presente no imediatismo que o mundo
vive. Somos arrastados a ir de encontro ao mais cômodo deixando de lado, muitas
vezes os sacrifícios da vida, que vão nos forjando para o essencial.
A resposta de
Pedro é cheia de fé e esperança no Senhor. Mesmo que o mundo nos ofereça muitas
vantagens, elas são ilusórias em relação aos valores eternos. Podemos associar
esta resposta de Pedro ao momento em que ele professa a sua fé em Jesus como
sendo o Cristo, o Filho de Deus (Mt 16, 16). O plano de Deus em relação à
salvação da humanidade é claro e objetivo. Ele não muda sua palavra e suas
atitudes como muitas vezes nós gostaríamos que fosse.
Muitos
cristãos consagrados pelo batismo se afastam de Jesus para tentar encontrar
outras respostas no relativismo que a sociedade oferece. Até mesmo o próprio
nome de Jesus é usado para afastá-lo dele. Ele é o pão vivo que desceu do céu
para nos salvar. Para nos alimentarmos dele precisamos nos despojar de nós
mesmos para sermos realmente livres na verdade.
Temos que ter
a mesma coragem que Pedro teve de responder a nós mesmos que o seguimento de
Jesus Cristo é o essencial em nossa vida para não nos perdermos nas coisas
transitórias.
A presença de
Jesus na Eucaristia é o maior tesouro que temos em nossa vida. Ele está no meio
de nós. Devemos confiar nesta realidade e apresentar tudo o que somos nossas
limitações e dificuldades para nos tornarmos novas criaturas em seu amor.
“Senhor Jesus ajuda-nos a olhar sempre para o
que não passa para passarmos sobre o que passa”.
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