A Igreja sempre alimentou uma grande
devoção a mãe de Jesus. Por Jesus ser o Filho de Deus nós passamos a ser filhos
de Maria. A devoção a Nossa Senhora nos traz uma grande alegria e segurança em
nossa caminhada cristã. No próximo domingo celebramos a festa da Assunção de
Maria. O Papa Pio XII (01 de novembro de 1950) declarou oficialmente que Maria
foi glorificada por Deus e intercede por todos nós. Ela foi “elevada” ao céu
por Deus pelo imenso merecimento que teve em aceitar a grande missão de ser a
mãe do Salvador.
A devoção a Nossa Senhora é parte
integrante da vida dos cristãos desde o início da sua história. Maria recebeu e
recebe muitos títulos no decorrer da história da humanidade. Eles nascem conforme
as necessidades concretas que surgem na caminhada rumo ao Pai. Se recorremos às
nossas mães em nossas dificuldades, é justo recorrermos a mãe de Jesus que é
nossa mãe comum que intercede junto a Deus por nós. Ela é muito atenciosa as
nossas necessidades.
Dentro do mês vocacional celebramos
também o dia dos consagrados (religiosos). O religioso procura dar testemunho
de Jesus através de seu carisma e de sua entrega a Deus pela alegria que brota
de seu gesto de solidariedade na sua consagração.
EVANGELHO (Lc 01, 39-56):
Naqueles
dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a
uma cidade da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando
Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou
cheia do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as
mulheres e bendito o fruto de teu ventre! Como posso merecer que a mãe de meu
Senhor me venha visitar? Logo que a saudação chegou aos meus ouvidos, a criança
pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque
será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. Então Maria disse: “A minha alma
engrandece o Senhor, e meu espírito exulta em Deus, meu salvador, porque olhou
para a humanidade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão
bem-aventurada, porque o todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu
nome é santo, e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os
que o respeitam. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de
coração. Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os
famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. Socorreu Israel, seu servo,
lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera aos nossos pais, em favor
de Abraão e de sua descendência para sempre”. Maria ficou três meses com
Isabel; depois voltou para casa.
“Bendita
és tu entre as mulheres e bendito o fruto de teu ventre!”
A devoção a
nossa Senhora inicia no fato misterioso da Anunciação do anjo e da Encarnação
do Verbo no momento em que ela aceita ser a mãe do Salvador. Temos dois grandes
mistérios: a escolha de Deus feita a ela e sua aceitação. Deus faz a Maria uma
proposta de envergadura gigantesca. Maria é convidada a ser a mãe do Messias,
do Cristo, enviado do Pai para salvar a humanidade. É muito difícil saber
exatamente o que se passou no coração de Maria neste momento. É um mistério que
vai acompanhar a história do cristianismo até o final dos tempos. Quando Maria
aceitou ser a mãe de Jesus, ela aceitou a tarefa árdua de auxiliar Deus no
plano de salvação de toda a humanidade.
A “Anunciação”
e a “Encarnação” só foram possíveis pela grande humildade e obediência de
Maria. Ela abandonou seu plano pessoal para aceitar o plano de Deus. Este fato
só poderia ter acontecido em um ambiente de profunda comunicação (oração) com o
Senhor. Como aconteceu várias vezes com os grandes heróis do Antigo Testamento,
poderíamos tirar de Maria estes dois grandes exemplos: quem reza obedece e se
esquece de si mesmo para realizar em sua vida o que Deus determina. A oração
está ligada a capacidade de despojamento. A paz que almejamos em nossa vida só
é possível quando obedecemos a Deus.
O dogma da
Assunção dá uma qualidade especial à missão de Maria. Poderíamos dizer que é
conseqüência da Anunciação e Encarnação. Por seus imensos merecimentos Maria é
elevada ao Céu. Ela não irá passar pelo processo de glorificação comum como nós.
Ela recebe, de imediato, a graça da ressurreição como merecimento por ter
aceitado ser a mãe do Salvador.
Deus “deseja”
profundamente que as pessoas participem de sua felicidade. Ele não se conforma
com a incapacidade de correspondência ao seu amor da parte da pessoa e por isto
vai de encontro a sua fraqueza para salvá-lo. Maria faz parte deste desejo
através do mistério da Encarnação do Verbo. Ela se torna instrumento essencial
no plano de Deus. Na recuperação do homem perdido pelo pecado. Por Eva a
humanidade cai na divisão do pecado e pelo sim solidário e livre de Maria o
homem se une novamente ao seu Criador. Pelo sim de Maria nos é restituída à
capacidade de dizermos sim a Deus.
Na atitude de
Maria ir ao encontro de sua prima Isabel, percebemos uma forte disponibilidade
e solidariedade na alegria. Esta é a característica dos que servem a Deus.
Quando procuramos à concretização da vontade de nosso Criador somos
“desacomodados”. Saímos de nós mesmos e vamos ao encontro de Deus, de nós
mesmos e de nossos irmãos. Este é o segredo da verdadeira felicidade: vencer
nosso egoísmo e sermos solidários.
A maioria das
pessoas de hoje são infelizes porque não se conhecem em profundidade. Erram
em suas opções. A competição econômica reinante em nosso mundo é como o
aguilhão do escorpião que se volta contra ele mesmo quando se sente
encurralado. Estamos sofrendo os efeitos do egoísmo, mas infelizmente não
queremos sair desta situação. O tempo não é bem administrado em relação ao que
faz a pessoa realmente feliz. Somos manipulados a ficarmos na mesmice do
relativismo implantado pela grande mídia.
A graça de
Deus é capaz de fazer que nos valorizemos no sentido pleno da palavra. O canto
do “magnificat” de Maria não é um canto de auto-suficiência de sua pessoa. É a
realidade que cobre aqueles que se sentem verdadeiros servos de Deus. Através
da humildade vamos nos transformando no que o Senhor projetou para nós.
Maria está no céu gloriosa. Certamente muito preocupada com a nossa salvação. Ela realmente se considera nossa mãe pelo próprio mandato de Cristo nos últimos momentos em que estava na cruz entregando sua vida para nos salvar. Vamos sempre recorrer a Maria em todos os momentos de nossa vida e sempre estaremos fazendo o que seu Filho nos pede.
“Querida mãe do Céu. Olhe para vossos filhos que caminham na
instabilidade desta vida rumo ao Pai”.
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