“A TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS
NOS REVELA O QUE SEREMOS NA VIDA ETERNA”.
Neste
domingo o santo evangelho nos apresenta o grande fenômeno da transfiguração de
Jesus. Este fenômeno faz parte do grande mistério da vinda de Jesus para nos
salvar. Ele se mostra glorioso para os seus discípulos a fim de que eles criem
coragem na missão. Um dia nós também seremos transfigurados (glorificados) se
nos abrirmos ao amor de Deus e procurarmos praticar o bem superando, aos
poucos, as nossas limitações. A liturgia deste domingo nos leva até o monte
Tabor onde aconteceu um fato de grande importância para o cristianismo. Jesus
se transfigura (muda de figura pelo poder que ele detém) diante de seus amigos
prediletos mostrando a eles a grandiosidade de sua missão e ao mesmo tempo
encorajando-os para as provações do futuro. Na transfiguração do Senhor
percebemos a força do amor de Deus presente na história. Jesus se apresenta no
meio de Moisés e Elias. Os dois grandes heróis do antigo testamento. O homem
que recebeu a lei (Moisés) e o outro que soube aplicá-la (Elias) dentro do
momento de crise do povo de Israel.
EVANGELHO (Mt 17, 01-09):
Naquele tempo,
Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à
parte, sobre uma alta montanha. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto
brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisto
apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. Então Pedro tomou a
palavra e disse: “Senhor, é bom ficarmos aqui. Se queres, vou fazer aqui três
tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Pedro ainda estava
falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra. E da nuvem uma voz
dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!”
Quando ouviram isto, os discípulos ficaram muito assustados e caíram com o
rosto por terra. Jesus se aproximou, tocou neles e disse: “Levantai-vos, e não
tenhais medo.” Os discípulos ergueram os olhos e não viram mais ninguém, a não
ser somente Jesus. Quando desciam da montanha, Jesus ordenou-lhes: “Não conteis
a ninguém, esta visão até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos”.
“Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado.
Escutai-o!”
Jesus é o verbo
encarnado, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. Quando analisamos a sua
vida, devemos ter em mente esta grande realidade. Percebemos neste fato da
transfiguração a presença dos discípulos que terão uma missão primordial na
divulgação da Boa Nova. Eles são escolhidos para verem o senhor transfigurado.
Eles terão uma missão especial que sempre será motivada por este fato.
Ao
lado de Jesus temos dois grandes personagens do Antigo Testamento. Moisés é o
homem que recebeu a Lei de Deus. Elias é
o homem que recordou ao povo a essência da lei que se havia perdido. Jesus é o
centro, está entre os dois. Une-se o passado e o presente. Para Deus não existe
tempo nem espaço. Ele ama as suas criaturas. Todo seu projeto se resume na
tentativa de fazer a pessoa participar de sua felicidade. Desta aparição destes
dois personagens, podemos concluir que para que aconteça a nossa transfiguração
precisamos “conhecer” e “praticar” o que o Senhor nos pede. Devemos tomar
consciência de que estamos na presença de Deus e que a nossa vida tem um
sentido profundo.
Jesus
nos convida a sairmos de nosso comodismo. Não podemos ter medo da realidade
individualista que nos cerca. Ele ao se apresentar glorioso diante de seus
discípulos quer motivá-los a terem coragem diante das dificuldades que iriam
surgir na futura missão.
A
transfiguração ocorre na nossa vida como um processo. Na mudança de valores
essenciais que acontece quando vamos assumindo a característica do amor que
brota do próprio Criador.
O
que significa se transfigurar? Não poderíamos dizer que é mudar de figura,
mudar de rosto, mudar os valores? Quando passamos a amar de verdade em nossa
vida vemos a realidade de forma diferente. Olhamos com o olhar do coração. Não
com o olhar materialista que encerra a pessoa numa visão de lucro material. Nós
transbordamos aquilo que o nosso coração está cheio.
Quando
nos aproximamos de Deus e de seus valores nos “divinizamos”.
Passamos a amar do jeito que Deus ama. Esta realidade foi percebida na vida dos
santos que pelo seu ser transmitiam algo de sobrenatural. Quando nos afastamos
de nosso princípio vital, do projeto de realização e felicidade que Deus criou
para nós, nos “animalizamos”. Passamos a nos satisfazer com
prazeres momentâneos que o mundo e os nossos instintos nos apresentam.
A
transfiguração é um processo permanente de conversão que todos nós devemos
passar. É a passagem do egoísmo para o altruísmo. De um amor particularizado
para um amor universal. A prática do bem faz que sejamos anunciadores de um
Deus presente em nossa vida.
“Senhor Jesus, que possamos
nos transfigurar buscando constantemente sua mensagem de amor”.
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