“PARA
SEGUIRMOS A CRISTO, PRECISAMOS SABER RENUNCIAR AO NOSSO EGOÍSMO”.
Jesus exige de seus seguidores a capacidade de deixarem tudo
pelo Reino. Quando dizemos sim ao projeto de Deus, devemos saber dizer não ao
nosso projeto particular. A nossa vida é um grande mistério, o conhecimento de
Jesus irá definir em plenitude o que nós somos. O tema da renúncia sempre foi
muito bem elaborado em toda a espiritualidade cristã. Ela, na realidade deve
nos levar ao amor maior, a verdadeira prática do bem. A vida de Cristo foi um
sacrifício pela nossa salvação e nós não alcançaremos a santidade sem oferecer
a Deus as nossas dificuldades e provações que na realidade servem para
crescermos no reconhecimento do que somos e de quem é Deus para nós.
EVANGELHO (Lc 09,
18-24):
Certo dia, Jesus
estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus
perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?” Eles responderam: “Uns dizem que
és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos
antigos profetas que ressuscitou”. Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que
eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. Mas Jesus proibiu-lhes
severamente que contassem isto a alguém. E acrescentou: “O Filho do homem deve
sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da
lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”. Depois Jesus disse a todos:
“Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e
siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua
vida por causa de mim, esse a salvará".
“Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada
dia, e siga-me”.
O
tema da renúncia faz
parte integrante do cristianismo desde o seu princípio. O próprio Cristo nos dá
o exemplo de renúncia quando oferece a sua vida para nos salvar. A pergunta que
fica é sempre relacionada com a finalidade última da pessoa humana. Estamos em
uma peregrinação. A fé cristã tem base no fato da ressurreição de Jesus e a
nossa futura ressurreição onde viveremos em plenitude o que hoje vivemos
limitados.
Jesus faz a pergunta aos seus
discípulos para ver se eles teriam a coragem de deixar tudo pelo projeto de
Deus. A linguagem usada por Ele sempre é misteriosa, não conseguimos ler de
forma objetiva. Deus nos fala na nuvem. Por esta razão pela fé iremos entender
qual é o sentido de renunciarmos as coisas que aparentemente são boas por um
bem maior. É como ver um bordado do lado do avesso. Não tem graça, mas quando
virado se vê a arte que foi bordada. As
vezes Deus não mostra o lado direito e quer ver nossa fé nos momentos
mais difíceis.
Devemos analisar a consequência
daquilo que iremos optar. Se fazemos o bem com sacrifício renunciando a nós
mesmos, seremos mais felizes. Se obedecemos aos nossos instintos e somos
levados pelas alegrias momentâneas que o mundo oferece, viveremos em uma
constante angústia. É isto que tem experimentado a nossa sociedade cheia de
sofrimento e depressão. Quer encher o vazio existencial com coisas que só
aumentam o seu vazio.
O amor exige sofrimento. Quando
amamos de verdade precisamos “deixar” muitas coisas por aquilo que temos
preferência, não podemos abraçar tudo. São João da Cruz nos diz que se
quisermos o Tudo, devemos ir pelo nada. A felicidade é um processo de
amorização de nossa vida quando a vontade de Deus se coincide com a nossa
vontade.
Deus nos ama porque “saiu” de si
para construir o homem criando-o à sua imagem e semelhança. Este é o grande
mistério que envolve toda a nova perspectiva cristã que se opõe ao relativismo
de nosso mundo. Devemos ser corajosos em nossa opção lutando sempre pela
estabilidade no amor dentro da instabilidade de nossa vida.
"Senhor Jesus, fazei que
saibamos renunciar a nós mesmos para vivermos os seus valores e sermos mais
felizes junto com nossos irmãos”.
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