segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O MAIOR DE TODOS OS MANDAMENTOS

 

“A VIDA DO CRISTÃO SE DEFINE PELO AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO”.

Deus nos criou para participarmos de sua felicidade. Ele é o Sumo Bem. Aproximamo-nos de Deus a partir da prática do Bem. Esta prática nos define exatamente o que é o amor: saída de nós mesmos para a comunicação e construção do outro. Não seremos felizes se nos afastarmos do Criador. Se Deus é amor, seremos felizes se vivermos o amor, pois através dele nos identificamos com o nosso Criador. Infelizmente, percebemos que o ser humano pensa em ser autor de sua própria realização deixando de lado a fonte da vida. Fora de nossa origem não seremos felizes. O individualismo do mundo que vivemos nos arrasta a buscarmos vitórias sem nos importarmos com a vida dos irmãos. Tudo que temos pertence a Deus e só nele encontraremos respostas para nossas interrogações mais profundas.

 


EVANGELHO (Mt 22, 34-40):
Naquele tempo, os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram em grupo, e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: “Mestre, qual é o maior mandamento da lei?” Jesus respondeu: “ ‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’ Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’. Toda a lei e os profetas dependem destes dois mandamentos.


“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração e teu próximo como a ti mesmo”.

Quando refletimos sobre a essência de qualquer coisa, buscamos encontrar o sentido de sua existência. Muitos objetos foram criados pelo homem através da história para suprir alguma necessidade fundamental. O questionamento feito pelo homem sábio desta passagem do evangelho nos mostra o porquê existimos. A resposta forte e decidida de Jesus nos indica que estamos neste mundo para amarmos e servirmos a Deus e a nossos irmãos.
Vivemos continuamente em um processo de amorização. Se estivermos amando estamos mais próximos do objetivo de nossa existência. Se estivermos cheios de egoísmo e nos afastamos do processo de amorização, estamos nos deteriorando. Vivemos como cadáveres ambulantes, só servindo as nossas paixões.
Todo cristão, ao ser batizado, procura levar em sua vida os valores de Cristo que se encerram na prática efetiva do amor. O nosso relacionamento com Deus deve transbordar para o relacionamento com o próximo. Hoje percebemos o caminho inverso. Muitas pessoas pensam em ser felizes numa realização egoísta sem perceber que no fundo fomos todos criados para um profundo relacionamento interpessoal. Estamos em uma grande crise de afeto onde as pessoas não conseguem se sentirem amadas e se tornam incompetentes em amar os semelhantes.
Muitas vezes em nossa vida escutamos e refletimos sobre o mandamento do amor. O que significa amar a Deus sobre todas as coisas? Nós seres humanos temos um centro afetivo onde colocamos uma “hierarquia de valores” que vamos assumindo durante nossa existência. Se desviarmos este centro afetivo para as coisas materiais, que na realidade são instrumentos para se alcançar o verdadeiro relacionamento com Deus; nos perdemos em busca de algo superficial que jamais irá preencher o nosso vazio interior.
Toda criatura humana nasce com uma profunda “fome” do Eterno. No fundo de seu ser quer se relacionar com o Criador. Esta fome pode ser facilmente desviada para coisas mais imediatas. Para bens que não levam à comunicação com Deus. Pode acontecer também que o homem queira “inventar” relacionamentos com o sobrenatural que não lhe levam a nada. Hoje há um falso misticismo que é como se fosse um pequeno curativo para uma imensa ferida. Muitos cristãos se afastam da Eucaristia que é fonte de paz e alegria para se apegar as modas espirituais da modernidade. Um católico que muda de religião põe em risco a sua salvação, pois nega a Jesus Cristo como um todo.
O pecado fez que o homem se afastasse de Deus, fugisse de sua face. Quando o homem pensou que poderia fazer tudo sem o Criador, se perdeu redondamente transmitindo a imperfeição para as gerações futuras. Infelizmente não falamos mais em pecado porque ele normalmente faz parte de nossa vida. Procuramos encontrar várias soluções para melhorar a vida do homem sobre a terra e nos esquecemos facilmente do fundamental.
A consequência deste primeiro mandamento é a concretização do amor dentro da comunidade. Não podemos amar a Deus se não nos amamos e amamos o próximo que é esta pessoa que está mais perto de nós em nossa vida.
Os dois elementos se complementam na verdadeira realização do homem. Não somos Criadores, mas participamos da criação. Somos protagonistas de um mundo mais fraterno e justo onde todas as pessoas tenham condições de sobrevivência. Ainda temos muitos seres humanos com fome em um mundo onde existe alta tecnologia.


“Aumentai Senhor Jesus a nossa sensibilidade para percebermos claramente o sentido de nossa vida.”


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