“DEUS AMA TODAS AS PESSOAS DA MESMA FORMA. A NOSSA SALVAÇÃO ACONTECE NA ABERTURA AO SEU AMOR”.
A nossa
relação com Deus sempre será misteriosa acontecendo sempre no âmbito da fé.
Esta passa a ser a divisora de águas em nossa vida. Quando aceitamos de coração
o que Deus deseja de nós nos comprometemos com seu amor. Ele dá a mesma
oportunidade a todas as pessoas. Alguns aceitam antes e outros depois o seu
infinito amor. Diante de Deus somos iguais e Ele deseja que façamos parte de
sua felicidade profunda. O direcionamento da nossa liberdade é que irá fazer a
diferença. A luta contra nós mesmos se faz necessária para educarmos a nossa
liberdade na busca pela verdade.
EVANGELHO (Mt 20, 01-16):
Naquele tempo, Jesus contou esta parábola
a seus discípulos: “O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de
madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. Combinou com os
trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. Às nove
horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça
desocupados, e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei
o que for justo’. E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três
horas da tarde, e fez a mesma coisa. Saindo outra vez pelas cinco horas da
tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: ‘Por que estais aí
o dia inteiro desocupados? Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O
patrão lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. Quando chegou a tarde,
o patrão disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária
a todos começando pelos últimos até os primeiros!’ Vieram os que tinham sido
contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. Em seguida
vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais.
Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata. Ao receberem o
pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: ‘Estes últimos trabalharam
uma hora só, e tu os igualastes a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia
inteiro’. Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo.
Não combinamos uma moeda de prata? Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero
dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. Por acaso não
tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com
inveja, porque estou sendo bom?’ Assim, os últimos serão os primeiros, e os
primeiros serão os últimos”.
“Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence?”
A bondade
infinita de Deus continua nos questionando fortemente. Especialmente por
estarmos inseridos num mundo onde os valores materiais estão acima dos
espirituais. A pessoa humana está sendo encerrada dentro de um conceito de
compra e de venda. Não se está dando importância ao que ela pode ter de mais
precioso em seu interior. A moda externaliza as pessoas fazendo que vejam só
para o transitório.
Esta bondade ou graça está à disposição de
todos nós desde antes de nosso nascimento. Deus não faz distinção de pessoas. O
seu coração ama profundamente a todas as suas criaturas. Todos fazem parte de
seu projeto de amorização. Quando olhamos para a profundidade de nossa vida
percebemos que somos amados. O amor de Deus por nós é concreto e forte em nossa
vida.
No fato de sermos gerados, percebemos que
Deus depositou em nós 1000% de seu amor (amor inefável, fora da nossa
compreensão racional). Somos suas criaturas prediletas. Amadas por Ele antes
mesmo de nosso nascimento.
Esta parábola tem muito a ver com a propagação ou
generalização da Graça de Deus. Todos são beneficiados da mesma forma pelo
desejo de promoção que o Senhor tem em relação as suas criaturas. Deus é justo
com todos. Procura dar sua salvação a todos que se abrem ao seu amor. Os
caminhos e os tempos podem ser diferentes. A estabilidade do amor, que
caracteriza o Ser de Deus, é estável e acontece com a mesma intensidade. A
falha acontece na forma de nós recebermos este amor.
Quando buscamos a santidade estamos em busca de uma
estabilidade no amor na constante instabilidade da vida. Hoje somos envolvidos
por um mundo de competição que visa o lucro e a prosperidade em um
direcionamento errado. Até mesmo muitas religiões, que se consideram cristãs,
pregam em seus discursos um negócio com Deus. O materialismo se infiltrou
dentro do sentido religioso por ingenuidade das pessoas que estão carentes de
uma verdadeira espiritualidade.
A verdadeira pregação cristã tem base na
misericórdia e na solidariedade que terá como conseqüência a prática efetiva do
bem. A pessoa fechada em si mesma jamais poderá encontrar as raízes da
verdadeira felicidade. Devemos nos alegrar com a salvação que é dada de uma
forma gratuita para todos. Alguns a recebem logo no início de suas vidas,
através de suas famílias, outros irão se converter por outros meios. Vemos esta
realidade no momento da morte de Jesus em relação ao bom ladrão que foi o
primeiro santo canonizado pelo próprio Senhor. A fonte de misericórdia no
coração de Jesus inundou a vida deste homem fazendo que toda sua existência
fosse entregue nas mãos do Senhor.
Assim como Deus perdoa a todos da mesma forma Ele
ama aos seus filhos e quer a salvação de todos sem exceção. Só poderemos
entender o seu gesto se experimentarmos a verdadeira alegria que é fruto do
altruísmo universal, ou seja, de nossa abertura de coração a todos que precisam
de nosso auxílio.
“Senhor Jesus fazei que sempre nos reconheçamos amados por ti.”
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