segunda-feira, 29 de setembro de 2014

OS VINHATEIROS HOMICIDAS


“O PROJETO DE SALVAÇÃO APRESENTADO POR JESUS CRISTO É A MAIOR OPORTUNIDADE QUE TEMOS NESTA VIDA PARA ENCONTRARMOS A SALVAÇÃO”.


Deus tem um projeto de salvação para todos nós. O nosso desafio consiste em sermos sensíveis no sentido de aceitarmos em nossa vida o que Ele projetou. A parábola dos vinhateiros homicidas nos leva a refletir sobre a forma como aceitamos Jesus Cristo que nos apresenta a imensa bondade do Pai que nos criou para participarmos de sua felicidade. O que recebemos de Deus devemos saber distribuir aos que não tem. Somos administradores do amor de Deus nesta vida. O mês de outubro é dedicado às missões. Pelo nosso santo batismo nos tornamos missionários. Vamos rezar também por todos os missionários que deixam tudo para evangelizar outros povos que ainda não conhecem Jesus Cristo.

 



EVANGELHO (Mt 21, 33-43):

Naquele tempo, Jesus disse aos sumos sacerdotes e anciãos do povo: “Escutai esta outra parábola: Certo proprietário plantou uma vinha, pôs uma cerca em volta, fez nela um lagar para esmagar as uvas e construiu uma torre de guarda. Depois arrendou-a a vinhateiros, e viajou para o estrangeiro. Quando chegou o tempo da colheita, o proprietário mandou seus empregados aos vinhateiros para receber seus frutos. Os vinhateiros, porém, agarraram os empregados, espancaram a um, mataram a outro, e ao terceiro apedrejaram. O proprietário mandou de novo outros empregados, em maior número do que os primeiros. Mas eles o trataram da mesma forma. Finalmente, o proprietário enviou-lhes o seu filho, pensando: ‘Ao meu filho eles vão respeitar’. Os vinhateiros, porém, ao verem o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro. Vinde, vamos matá-lo  e tomar posse de sua herança!’ então agarraram o filho, jogaram-no para fora da vinha e o mataram. Pois bem, quando o dono da vinha voltar, o que fará com estes vinhateiros?” Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “Com certeza mandará matar de modo violento estes perversos e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entregarão os frutos no tempo certo”. Então Jesus lhes disse: Vós nunca lestes nas Escrituras: ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos’? Por isso eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos”.


“O Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos”.

Muitas vezes nos deparamos nos evangelhos com situações que inicialmente nos parecem contraditórias. Deus fez um grande “investimento” em relação ao povo de Israel. Considerou o seu povo predileto. Parece com o investimento do dono da vinha desta parábola. Tudo foi preparado para que o povo encontrasse a verdadeira realização. O que aconteceu na realidade, é que este mesmo povo não irá ser mais o único a encontrar a salvação. Alguns deles irão ocupar o último lugar na aceitação do projeto de Deus dado por Jesus Cristo.
A vontade de Deus é que todos se salvem. Todos devem encontrar o verdadeiro ideal de suas vidas que são os valores que nos levam à eternidade. Somos desafiados a cultivar a nossa sensibilidade dentro da linguagem misteriosa de Deus. A nossa relação com Ele só acontece na obscuridade da fé.
A parábola do dono da vinha e dos operários infiéis tem um significado muito importante e de grande atualidade para nós. Ela representa a salvação, a realização plena do homem. A vinha não nos pertence, pois não somos os donos, mas arrendatários ou administradores. Para sermos felizes devemos fazer o que o dono da vinha nos pede. Fazer o contrário do que a parábola propõe tentando receber com carinho o Filho e os enviados do dono da vinha.
Os anciãos e os sacerdotes representavam as pessoas mais “capacitadas” do povo para interpretar a graça de Deus. Eles se perdem com um jurisdicismo frio e racional. Esta atitude irá fazer com que eles não entendam a realidade do Reino. Podemos cair neste mesmo erro quando transformamos Cristo em objeto de estudo e não de amor. Outros irão ocupar os seus lugares tendo mais abertura à proposta da graça.
A pedra rejeitada se torna a pedra angular. Mais uma vez Deus nos mostra que não podemos colocá-lo dentro de nossos padrões. O que pode ser desprezível aos olhos dos homens, pode se tornar essencial aos olhos de Deus. Nem sempre o que aparece é melhor. O alicerce de uma casa fica no obscuro do solo, mas é essencial para a casa se manter intacta durante muitos anos.
Não podemos aceitar a Deus se não formos humildes e desconfiarmos de nossas próprias seguranças pessoais. A humildade é a chave para descobrirmos a vontade de Deus em nossas vidas. O conhecimento intelectual deve nos levar à noite da fé. Aceitamos a Cristo em nosso coração nos servindo da razão como um instrumento.
A preocupação fundamental de nossas vidas deve ser no sentido de produzirmos muitos frutos. Estes frutos são a prática do bem que permanece na história. Dentro de um mundo que pensa em ser feliz por métodos errados. Vivemos numa crise mundial de relacionamento humano. Estamos em um mundo de competição. A proposta de altruísmo comunitário do cristianismo sempre será um sinal de contradição. Devemos ser missionários de uma nova realidade colocando amor onde não existe mais amor.

 

“Senhor Jesus, te pedimos a capacidade de nos abrirmos com humildade ao seu plano de amor”.



segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O VALOR DA OBEDIÊNCIA


“OBEDECER A DEUS É NOSSO GRANDE DESAFIO”.


A vida cristã é cheia de desafios e lutas. Quanto mais forte nossa adesão ao projeto de Jesus mais desafios surgem. Vivemos numa constante batalha contra o nosso egoísmo e contra as “ideologias individualistas” enraizadas no mundo. A Palavra de Deus nos orienta no que devemos fazer em meio a estes fortes desafios. Ela nos mostra o que Deus espera de nós em meio aos desafios que o mundo nos apresenta. A proposta da Palavra é altruísta enquanto a filosofia do mundo é consumista. Estamos dentro de um processo de conversão. Devemos descobrir o que Deus quer de nós e procurarmos concretizar sua vontade em nossa vida e no meio em que vivemos.




 EVANGELHO (Mt 21, 28-32):

Naquele tempo, Jesus disse aos sacerdotes e anciãos do povo: “Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de opinião e foi. O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?” Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “O primeiro”. Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo, que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Porque João veio até vós, num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os cobradores de impostos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele”.



“Em verdade vos digo, que os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus”.

Esta frase, em uma primeira análise, pode nos causar certa estranheza pela forma rude como Jesus nos apresenta. Podemos pensar que não vale a pena ser justos se os que são considerados pecadores estarão a nossa frente no paraíso. O que está sendo posto em relevo nesta situação é a vontade de Deus. Quem é capaz de concretizá-la em meio as suas limitações? Devemos saber o que o Senhor deseja de nós. A vontade de Deus deve ser descoberta e colocada em prática em nossa vida o quanto antes possível.
Não é o que aparece externamente que marca a nossa existência, mas é o bem que fazemos em nossa vida que muitas vezes não é observado por ninguém. Uma pessoa que talvez seja tida por má ou injusta na realidade, dentro de suas limitações, procura fazer a vontade de Deus e isto é que importa.
Jesus nos apresenta duas situações concretas. Os que dizem obedecer a Deus só nas aparências e os que procuram, embora suas limitações, concretizar a sua vontade na realidade de suas vidas. A resposta concreta na experiência vale mais que a teoria. A Igreja carece de pessoas que experimentem o amor de Deus e levem este amor ao mundo.
Quando cremos realmente em Deus lutamos para concretizar sua vontade passando muitas vezes por cima de nós mesmos e de nossas pequenas vontades. O filho que realmente obedece é o que efetivamente faz a vontade do pai. As nossas inclinações podem nos arrastar a dizermos não a Deus em uma primeira instância, mas quando percebemos a nossa realidade passamos a obedecer e seremos mais felizes. A obediência a Deus é fonte de verdadeira felicidade.
O mudar de opinião do sentido egoísta para o altruísta, proposto por Cristo, é converter-se. Quando entramos em nós mesmos descobrimos que somos amados e que o Pai só quer o bem de seus filhos. Este bem não é o aparente e transitório apresentado muitas vezes pelo consumismo. É o bem definitivo que nos faz muito mais felizes. Devemos inverter a mentira apresentada pela grande mídia com a alegria de sermos mártires da vontade de Deus no mundo. Estar de acordo com o Criador é a maior realização da criatura.
Jesus coloca os pecadores em frente dos que se dizem mais puros, porque pode acontecer que estas pessoas, devido ao sofrimento de suas vidas, se tornem mais dóceis ao pedido do Senhor. O sofrimento das imperfeições podem nos levar a uma sensibilidade maior a misericórdia de Deus. As pessoas que amam mais são mais perdoadas.
As coisas de Deus são muito misteriosas para nós. Ele sempre nos surpreende com sua bondade inefável. Nós somos movidos pelo espírito comercial e de competição. Deus se move pelo amor que deposita em cada criatura. A lógica de Deus é a lógica da partilha. Vivemos no mundo a lógica da competição que tem como conseqüência a depressão e o sofrimento.
Quando fomos batizados fizemos uma profissão de fé de tentarmos concretizar a vontade de Deus em nossas vidas. Somos sempre “desafiados” a uma verdadeira conversão de atitudes e forma de ser. O Criador procura a realização completa de suas criaturas que devem saber administrar suas vidas a partir da liberdade que cada um tem de buscar os verdadeiros valores que trazem como consequência a prática do bem.


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

OPERÁRIOS DA VINHA


“DEUS AMA TODAS AS PESSOAS DA MESMA FORMA. A NOSSA SALVAÇÃO ACONTECE NA ABERTURA AO SEU AMOR”.


A nossa relação com Deus sempre será misteriosa acontecendo sempre no âmbito da fé. Esta passa a ser a divisora de águas em nossa vida. Quando aceitamos de coração o que Deus deseja de nós nos comprometemos com seu amor. Ele dá a mesma oportunidade a todas as pessoas. Alguns aceitam antes e outros depois o seu infinito amor. Diante de Deus somos iguais e Ele deseja que façamos parte de sua felicidade profunda. O direcionamento da nossa liberdade é que irá fazer a diferença. A luta contra nós mesmos se faz necessária para educarmos a nossa liberdade na busca pela verdade.



EVANGELHO (Mt 20, 01-16):
Naquele tempo, Jesus contou esta parábola a seus discípulos: “O Reino dos Céus é como a história do patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça desocupados, e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo’. E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados? Eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O patrão lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos começando pelos últimos até os primeiros!’ Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata. Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: ‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualastes a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro’. Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’ Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.




“Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence?”
A bondade infinita de Deus continua nos questionando fortemente. Especialmente por estarmos inseridos num mundo onde os valores materiais estão acima dos espirituais. A pessoa humana está sendo encerrada dentro de um conceito de compra e de venda. Não se está dando importância ao que ela pode ter de mais precioso em seu interior. A moda externaliza as pessoas fazendo que vejam só para o transitório.
Esta bondade ou graça está à disposição de todos nós desde antes de nosso nascimento. Deus não faz distinção de pessoas. O seu coração ama profundamente a todas as suas criaturas. Todos fazem parte de seu projeto de amorização. Quando olhamos para a profundidade de nossa vida percebemos que somos amados. O amor de Deus por nós é concreto e forte em nossa vida.
No fato de sermos gerados, percebemos que Deus depositou em nós 1000% de seu amor (amor inefável, fora da nossa compreensão racional). Somos suas criaturas prediletas. Amadas por Ele antes mesmo de nosso nascimento.
Esta parábola tem muito a ver com a propagação ou generalização da Graça de Deus. Todos são beneficiados da mesma forma pelo desejo de promoção que o Senhor tem em relação as suas criaturas. Deus é justo com todos. Procura dar sua salvação a todos que se abrem ao seu amor. Os caminhos e os tempos podem ser diferentes. A estabilidade do amor, que caracteriza o Ser de Deus, é estável e acontece com a mesma intensidade. A falha acontece na forma de nós recebermos este amor.
Quando buscamos a santidade estamos em busca de uma estabilidade no amor na constante instabilidade da vida. Hoje somos envolvidos por um mundo de competição que visa o lucro e a prosperidade em um direcionamento errado. Até mesmo muitas religiões, que se consideram cristãs, pregam em seus discursos um negócio com Deus. O materialismo se infiltrou dentro do sentido religioso por ingenuidade das pessoas que estão carentes de uma verdadeira espiritualidade.
A verdadeira pregação cristã tem base na misericórdia e na solidariedade que terá como conseqüência a prática efetiva do bem. A pessoa fechada em si mesma jamais poderá encontrar as raízes da verdadeira felicidade. Devemos nos alegrar com a salvação que é dada de uma forma gratuita para todos. Alguns a recebem logo no início de suas vidas, através de suas famílias, outros irão se converter por outros meios. Vemos esta realidade no momento da morte de Jesus em relação ao bom ladrão que foi o primeiro santo canonizado pelo próprio Senhor. A fonte de misericórdia no coração de Jesus inundou a vida deste homem fazendo que toda sua existência fosse entregue nas mãos do Senhor.
Assim como Deus perdoa a todos da mesma forma Ele ama aos seus filhos e quer a salvação de todos sem exceção. Só poderemos entender o seu gesto se experimentarmos a verdadeira alegria que é fruto do altruísmo universal, ou seja, de nossa abertura de coração a todos que precisam de nosso auxílio.


“Senhor Jesus fazei que sempre nos reconheçamos amados por ti.”

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ


“NÃO EXISTE CRISTO SEM CRUZ E CRUZ SEM O CRISTO”.

O escândalo da cruz continua surtindo efeito em nossa sociedade. Neste próximo domingo coincide a celebração da exaltação da santa cruz. Esta festa recorda a aparição da Cruz para Constantino ao tomar Roma e se tornar o primeiro imperador a ser batizado. Devemos refletir sobre a esperança que está por detrás deste símbolo que de representante da morte passou a ser representante da vida. O pior instrumento de tortura e morte importado da África pelos romanos para inibir os inimigos do Império se transformou a partir da ressurreição de Jesus o Cristo o símbolo mais difundido na história da humanidade. A cruz é um sinal de vitória a partir do despojamento por isto a sua atualidade para um mundo que busca em si mesmo a felicidade e que se afunda cada vez mais em seu próprio egoísmo. A cruz passa a ser um símbolo dos que aderem ao projeto de solidariedade e amor de Cristo.



EVANGELHO (Jo 03, 13-17):

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: “Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem. Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna. Pois Deus amou tanto o mundo, que deu seu Filho unigênito, para que não morra todo aquele que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas    para que o mundo seja salvo por ele”.



“Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado”.

O diálogo de Jesus com Nicodemos no início do evangelho de São João nos revela a preciosidade do gesto de entrega de Jesus na cruz recordando o simbolismo usado por Moisés quando o povo de Israel era mordido pelas serpentes no deserto. Do mesmo modo a serpente do materialismo está tentando nos morder e nos levar ao conforto que nos desconforta de uma falsa tranquilidade. Quando negamos a cruz de Cristo estamos negando toda sua história. As religiões modernas que se afirmam cristãs afastam a cruz do Cristo porque querem uma prosperidade nesta vida. Buscam o sucesso e a riqueza bem o contrário do que Jesus veio nos ensinar.
O sentido da vida fica diferente quando olhamos para a cruz de Cristo. A cruz foi um instrumento de tortura, desprezo e morte criado ou copiado pelos romanos para que ninguém se atrevesse a desafiar o Império. Ela era destinada especialmente para os que eram revolucionários. Talvez na história da humanidade não iremos encontrar um instrumento ou método de morte mais horrível do que a cruz. A pessoa crucificada morria no total desprezo sofrendo humilhações e muitas dores chegando finalmente a morte por asfixia. Jesus morre na cruz livremente para nos salvar. A dor da cruz se transforma em glória para a humanidade. Sem o sofrimento oferecido ou assimilado não se chega à felicidade profunda nesta vida. Após a sua ressurreição este terrível instrumento vai passar a ser um sinal de vida e esperança. É pela cruz que chegamos à ressurreição.
Hoje a cruz passa a ter um outro formato. Somos muitas vezes crucificados pelo relativismo dos valores que nos são impostos através dos meios de comunicação que querem nos impor outros valores diferentes do projeto de Deus. A moda do comodismo e da indisciplina leva o ser humano a mentir para si mesmo. A busca de facilidades nos leva a infelicidade.
A cruz passou a ser um símbolo de vitória para os cristãos. Esta vida é uma peregrinação rumo à eternidade. Estamos nos preparando para a vida eterna e não podemos temer as cruzes que surgem em nossa caminhada. Quando olhamos para a cruz percebemos que somos amados por Deus. Nenhum herói da história fez o que Jesus fez por nós. É fácil sermos conduzidos por ideologias em nossa vida. O difícil é sermos fiéis ao amor concreto que Deus sente por cada um de nós.
Quem ama sofre. Não existe amor sem a saída de nós mesmos, de nosso egoísmo que na realidade nos engana nos afastando do princípio gerador da vida. Hoje vivemos longe de nós mesmos, procuramos substitutivos alienantes que vão endurecendo o nosso coração.
A cruz é o grande sinal da revolução do amor. Só por meio dela iremos transformar este mundo decaído na sua própria insensibilidade. Somos convidados a viver a solidariedade de nossa própria vida. Jesus nos ensina que receberemos mais se perdermos mais em favor de nossos irmãos. Este perder é ganhar no sentido mais concreto.
Devemos lutar com todas as nossas forças para sermos missionários da Redenção de Cristo. Anunciadores da grande verdade de que ele deu a sua própria vida para nos salvar.



 “Que a sua Cruz Senhor nos recorde constantemente a realidade do grande amor que sentes por nós”.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

ORAÇÃO E MISERICÓRDIA


“A ORAÇÃO UNIDA A MISERICÓRDIA FAZ QUE O CRISTÃO SEJA UM AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO DA HISTÓRIA”.


Iniciamos com muita alegria o mês da Palavra de Deus. A Bíblia unida ao ensinamento do magistério da Igreja é a grande fonte onde encontramos o que Deus deseja de cada um de nós em particular e na nossa vivência comunitária. Jesus nos pede no evangelho deste domingo que sejamos autênticos com nossos irmãos sabendo viver a “correção fraterna” quando necessária. O tema da oração também se faz presente. Pela oração somos fortificados em nossa fé. Quando oramos em conjunto este nosso clamor chega a Deus e Ele nos atende.


EVANGELHO (Mt 18,15-20):

Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: “Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público. Em verdade vos digo tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. De novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isto vos será concedido por meu Pai que está nos céus. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou aí, no meio deles”.



“Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou aí, no meio deles”.

O tema da fraternidade sempre esteve presente no cristianismo desde Pentecostes. A presença do Espírito Santo na comunidade apostólica foi a força permanente de unidade que percebemos ainda hoje na Igreja. Quando absorvemos com alegria o que o Senhor nos pede somos imbuídos de espírito fraterno. Esta fraternidade cristã só é possível no momento em que somos verdadeiros consigo mesmos e com nossos irmãos. A humanidade caminha para sua própria ruína se não perceber o seu valor comunitário. Jesus veio até nós para nos ensinar que a essência de nossa vida é nos construirmos construindo os outros. O ensinamento de Jesus serve para todo ser humano. Devemos praticar o bem e evitar o mal. Descobrir a alegria do despojamento em nossa vida. Saber perder para ganhar. Hoje muitas pessoas querem ganhar e acabam perdendo. O egoísmo não oferece nada ao ser humano.
Não existe pai que não queira ver seus filhos felizes entre si em comum acerto. A grande consequência do pecado original foi a competição entre os irmãos. Infelizmente estamos sendo preparados para competir e não para promover o outro. Esta é uma fonte de infelicidade e frustração que a maioria das pessoas assume em suas vidas. Percebemos na vida dos santos que a experiência de Deus leva imediatamente a experiência dos irmãos. Quando nos amamos de verdade participamos da felicidade que Deus preparou para nós.
A grande característica de que estamos concretizando a vontade de Deus acontece quando partilhamos nossa vida dentro da comunidade. Deus está no meio daqueles que procuram ser igual a Ele.
Deus Trindade é a verdadeira comunidade. Nosso Criador nos fez para a partilha. Nela encontramos a nossa razão de ser. Somos participantes do mistério de Deus à medida que buscamos a solidariedade de nossa existência. Através da vida de oração descobrimos quem é Deus e quem somos nós.
O conhecimento e a técnica devem estar a serviço da verdadeira realização do homem. Notamos cada vez mais uma grande evolução na humanidade em alguns aspectos. Por outro lado ainda vemos pessoas que morrem de fome, que não tem o básico para sua sobrevivência. Somos irmãos, não podemos esquecer-nos desta realidade.
Estamos dentro de um surto fortíssimo de depressão, há um grande consumo de remédios para regular nossas ansiedades. Percebemos a grande crise afetiva em todas as partes. O vazio absoluto que existe em nosso coração só pode ser preenchido pelo absoluto de Deus, do contrário, caminhamos para a verdadeira morte que é o isolamento.
Quando amamos o próximo estamos nos amando, sendo que o amor é exigente. É promoção do outro dentro de sua realidade. Amar também é sofrer e ser mártir. As crises nas famílias têm suas raízes no esquecimento de que toda vocação é um desafio. Colocar Deus em primeiro lugar é retirar todo egoísmo de nossas intenções.
Vamos nos utilizar da Palavra de Deus para encontrarmos a fonte dos verdadeiros valores que irão nos levar a viver uma vida nova no desafio do espírito comunitário.


“Senhor Jesus que possamos entender cada vez mais o significado de sua vinda até nós.”