quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

“A VINDA DE JESUS É PARA TODAS AS PESSOAS DE BOA VONTADE”.




A festa da Epifania (revelação ou manifestação), que celebramos no domingo após a festa da Sagrada Família, nos faz refletir sobre a grande finalidade da vinda de Jesus. Ele não vem salvar só o povo de Israel, mas sim todas as pessoas que se abrem ao Reino de Deus. No menino Jesus deitado na manjedoura e adorado pelos reis magos vemos a concretização da grande promessa de Deus feita a Abraão (Gn 17, 01-07). Em Jesus Abraão será pai de todas as pessoas da face da terra. Jesus Cristo irá expandir o Reino de Deus para todas pessoas de boa vontade, ou seja, para os que são humildes e se abrem a Graça de Deus. Somos convidados a seguir a estrela de Jesus rumo a um mundo mais solidário e fraterno. Quando Jesus vem participar de nossa vida somos transformados pelo seu amor e buscamos uma profunda conversão. Estar com Jesus significa acolher a todos e levá-los a uma conversão de vida.

 


EVANGELHO (Mt 02, 01-12):

Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”.
Ao saber disto, o rei Herodes ficou perturbado assim como toda a cidade de Jerusalém. Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da lei, perguntava-lhes onde o messias deveria nascer. Eles responderam: “Em Belém, na Judéia, pois assim foi escrito pelo profeta: e tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo”. Então Herodes chamou em segredos os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. Depois os enviou a Belém, dizendo: “Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo”.
Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no oriente, ia diante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.

 

“Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo”.

A vinda de Jesus é repleta de mistério. Ele nasce numa pobreza extrema e atrai personagens desconhecidos. Os reis magos surgem misteriosamente dos diferentes continentes do então mundo conhecido da época para adorá-lo. Jesus é o centro de toda cultura e de toda história. Poderíamos afirmar que a epifania é como se fosse o que será no futuro Pentecostes onde todas as pessoas “abertas” a vontade de Deus serão renovadas pelo sentimento do amor profundo de Deus em suas vidas. O fato da “baixada” de Deus até nós em Jesus Cristo sempre será surpreendente. Jesus vivo e ressuscitado será foco da pregação de diversas pessoas fora do âmbito do judaísmo.
Como poderemos hoje ver a estrela de Jesus em meio à humanidade dividida em contínua discórdia? Percebemos as pessoas afastadas de seu centro. Perdidas na busca do corruptível, aquilo que não é essencial. Assim como os reis magos somos atraídos à gruta de Belém. Para a humildade que nos revelará aquilo que somos. O homem jamais será feliz enquanto pensar que é autor de sua própria felicidade. Deus nos criou como suas criaturas. Estamos aqui para irmos em direção ao seu chamado. A vida dentro da iniquidade ou indiferença para as coisas de Deus já provou sua falência dentro de um mundo depressivo e cheio de sinais de morte.
Percebemos na figura de Herodes um rei ambicioso que não cumpre com sua função de ajudar na salvação de seu povo. Tem poder, mas não sabe direcioná-lo no sentido da justiça e fraternidade. Todos nós, embora sendo profundamente limitados, podemos fazer algo para que este mundo seja melhor. Devemos utilizar todos os dons e bens que o Senhor nos concede para que o mundo seja transformado pelo amor de Deus derramado em nossos corações. Não podemos ficar cegos na busca das coisas materiais porque elas não nos pertencem. Só o que nos pertence é a vida definitiva que é conquistada pela aceitação da vontade de Deus em nossa vida.
Os reis levam presentes relacionados com o que Jesus representa para nós. O ouro da realeza, o incenso da divindade e a mirra da humanidade. Jesus irá entregar sua vida por cada um de nós. Ele vem libertar o coração de todos os que se sentem oprimidos. Nós quando somos batizados também assumimos estes três múnus: o sacerdócio, a profecia e o reinado. Isto nos é dado para concretizarmos o Reino de Deus no mundo. Não o reino de Herodes, mas sim o reino de solidariedade que Jesus nos ensinou a viver através de sua Palavra e do alimento Eucarístico. Os reis magos nos dão exemplo que precisamos nos desacomodar para sermos felizes. Eles sentem uma grande alegria quando se encontram com o menino Jesus. A mesma alegria que sentimos quando temos a certeza que estamos fazendo a vontade de Deus.
Para seguir a estrela de Jesus precisamos esquecer-nos de nós mesmos e percebermos o quanto somos importantes para Deus e para nossos irmãos. Não podemos parar em nossa peregrinação na tentativa de construir um mundo de paz, de amor e de solidariedade.

 

“Senhor fazei que nos desacomodemos de nossa apatia para irmos ao seu encontro com amor”.

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