segunda-feira, 27 de agosto de 2018

O puro e o impuro


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“DENTRO DE NOSSO CORAÇÃO É QUE SURGEM AS NOSSAS ATITUDES”.


É dentro do coração da pessoa humana que surgem tanto as coisas boas como as más. Com a graça de Deus devemos sempre procurar ter boas intenções. Somos desafiados constantemente como cristãos a transformar o egoísmo existente dentro do mundo em atitudes de solidariedade e amor através do cultivo da Graça de Deus. Jesus questiona a atitude daqueles que se preocupam com uma limpeza exterior formal se esquecendo da pureza interior na busca de uma verdadeira conversão.




EVANGELHO (Mc 07, 01-08.14-15.21-23):
Naquele tempo, os fariseus e alguns mestres da lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado. Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre. Os fariseus e os mestres da lei perguntaram então a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?” Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens”. Em seguida, Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: “Escutai todos e compreendei: o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. Todas estas coisas más saem de dentro e são elas que tornam impuro o homem”.

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“O que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior”.

O fenômeno religioso sempre inclui algumas normas morais, ou formas de ser que variam conforme a reflexão religiosa. O judaísmo é uma expressão religiosa revelada por Deus a um povo simples e incapaz, de por suas próprias forças, chegar ao nível de reflexão que este pensamento religioso chegou. As culturas da época antiga foram incapazes de chegar à revelação que o povo judeu chegou. Não resta dúvida de que Deus se manifestou ao povo de Israel que infelizmente, aos poucos, foi se deteriorando na sua originalidade. Foram criadas muitas normas e rituais que aos poucos foram perdendo seu sentido. A Lei se resumia em 613 preceitos, 365 proibições e 248 mandamentos. Na realidade entraram muitos aspectos de higiene e comportamento que se afastaram do princípio de tentar ser como imagem de Deus no mundo.
Jesus vem trazer a Boa Nova da Salvação que não fica só dentro das fronteiras do judaísmo. Ele quer a pureza das nossas intenções que valem mais que nossos atos isolados. Se somos criados pelo amor e para o amor, toda a nossa originalidade se relaciona com nossas intenções mais profundas. Devemos amar a Deus, a nós mesmos e ao próximo com todas as nossas forças nos utilizando de todos os meios para que esta realidade seja concretizada em nossa vida.
Às vezes podemos cair no mesmo erro que os judeus da época de Jesus. Fixar-nos em valores morais externos a nossa pessoa. Podemos ser “puros” no sentido físico, mas impuros no sentido espiritual. Somos desafiados a ver os aspectos positivos de nossos irmãos especialmente dentro das nossas comunidades. As pessoas são profundamente limitadas. Não podemos ficar ancorados em nossas limitações e nas limitações de nossos irmãos. Muitas pessoas são impedidas de receber Jesus na Eucaristia por não estarem numa situação de legítima união matrimonial, no entanto há pessoas que perdem tempo falando “mal” dos irmãos. Estes na verdade jamais deveriam de receber Jesus na Eucaristia que é sinal de amor fraterno sem restrições.
Deus criou todas as coisas para a nossa felicidade. Se olharmos o mundo e os nossos irmãos com o mesmo olhar de Deus, iremos perceber tantas coisas boas que não são aproveitadas e tantas coisas más que fazem que as pessoas se arrastem sobre elas.
A verdadeira pureza de coração consiste em tentar olhar para o mundo como Deus olha. Ter um olhar de amor e passar pelo relativismo do mundo com a grande objetividade de fazer a vontade de Deus. Quando o amor de Deus passa por nós, somos novas criaturas e vemos a realidade de forma diferente.
Vamos rezar sempre ao Divino Espírito Santo para que possamos ser puros de coração e ver a pureza de nossos irmãos e sua capacidade de crescerem constantemente no amor de Deus. Que sejamos transformados pelo seu infinito amor.

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“Senhor Jesus Cristo, ajudai-nos a viver uma vida de pureza percebendo sempre sua presença em nosso meio”.



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