“FESTA DA DEDICAÇÃO
DA BASÍLICA DO LATRÃO”.
Celebramos
neste próximo domingo a festa da dedicação da Basílica do Latrão. Catedral da
Igreja de Roma. Esta igreja tem uma grande história sendo construída no século
III (314-335). Foi uma propriedade doada pelo imperador Constantino fundada
pelo papa Melquíades ao lado do palácio lateranense. Através desta comemoração
se revigora a presidência da Caridade que a Igreja procura viver congregando
todas as igrejas do mundo. A Basílica de São João de Latrão (em italiano: San Giovanni in Laterano),
localizada na Praça Giovanni Paolo II em Roma, é a Catedral do Bispo de Roma:
o Papa . Seu nome oficial é Archibasilica Sanctissimi
Salvatoris (Arquibasílica
do Santíssimo Salvador) e é considerada a "mãe" de todas as igrejas
do mundo.
A Igreja católica decidiu dedicar-lhe todos os anos o
dia santo de 9 de Novembro,
como forma de celebrar a unidade e o respeito para com a Sé Romana.
Como catedral da Diocese de Roma, contém o trono papal (Cathedra Romana), o que a coloca acima
de todas as igrejas do mundo, inclusive da Basílica de São Pedro. Tem o título
honorífico de Omnium Urbis et
Orbis Ecclesiarum Mater et Caput (Mãe
e Cabeça de todas as Igrejas de Roma e do Mundo) * Fonte wikipedia.org
EVANGELHO (Jo 02, 13-22):
Estava próxima a
Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. No templo, encontrou os vendedores
de bois, ovelhas e pombas e os cambistas que estavam aí sentados. Fez então um
chicote de cordas e expulsou todos do templo, junto com as ovelhas e os bois; espalhou
as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. E disse aos que vendiam pombas:
“Tirai isto daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!” Seus
discípulos lembraram-se, mais tarde, que a Escritura diz: “O zelo por tua casa
me consumirá”. Então os judeus perguntaram a Jesus: “Que sinal nos mostras para
agir assim?” Ele respondeu: “Destruí este templo, e em três dias o levantarei”.
Os judeus disseram: “Quarenta e seis anos foram precisos para a construção
deste santuário e tu o levantarás em três dias?” Mas Jesus estava falando do
templo do seu corpo. Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do
que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele.
“Destruí este templo, e em três dias o levantarei”.
Jesus não
despreza a longa tradição do povo de Israel. O templo era o lugar mais sagrado
onde Deus habitava. Onde os sacrifícios eram oferecidos em favor do povo. Com o
passar do tempo tornou-se um lugar de exploração comercial e política. Os
partidos político-religiosos se aproveitavam da situação. Podemos afirmar que a
relativização do templo foi um dos motivos principais da pena de morte que
Jesus recebeu. Ele afirmou a ressurreição de seu corpo em três dias mostrando a
importância de cada pessoa para o Criador. Jesus é o Cristo, enviado do Pai que
está acima do templo material. Cada pessoa humana tem um valor infinito para o
Criador. Se somos templo não iremos morrer, mas sim transformados.
Não temos nem idéia de quanto somos
amados por Deus por sermos suas criaturas. Somos um templo vivo da graça do
nosso Criador, Redentor e Santificador. Quando nos voltamos para o essencial em
nossa vida percebemos que temos um grande valor. Toda a realidade de nossa
existência se transforma. Nós, seres humanos sentimos uma necessidade profunda
de amarmos e nos sentirmos amados.
Somos templo do Espírito Santo. Deus com
seu amor habita em nosso ser. O mundo seria bem melhor se as pessoas tomassem
consciência de que são amadas e que este amor provoca em nós um dinamismo
extraordinário. Santa Teresa de Jesus compara a pessoa a um castelo que na sala
mais central está presente o grande diamante do amor de Deus. Devemos fazer a
longa viagem do mais externo para o mais interno de nosso ser para descobrirmos
realmente o que somos.
O templo material é importante na medida
em que faz que entremos em nós mesmos e percebamos o quanto somos um tesouro
infinito, produto do amor da Santíssima Trindade. O espaço sagrado nos eleva e
nos abre ao mistério da presença de Deus. Quando entramos em uma igreja sentimos
algo que nos torna mais leves. Muitas pessoas fazem questão de entrar nas
igrejas para sentirem paz. Mesmo aquelas que não têm uma prática religiosa
sistemática.
Hoje há falta de unidade entre os
cristãos. Existem muitas denominações religiosas que adotam o nome de Cristo. A
pergunta que fica é se estamos respondendo ao apelo do Senhor de que no final
dos tempos haverá um só rebanho e um só pastor. Somos convidados a buscar o
essencial neste momento doloroso da nossa história. Há separações em todos os
lados. Crise na proposta de comunidade solidária que é o eixo central da
mensagem evangélica.
Jesus relativiza o templo não pela sua
importância no sentido do culto, mas a importância absurda que se dava no
comércio religioso que ele estava favorecendo. Muitas seitas hoje se aproveitam
da miséria das pessoas para lucrar grande soma de dinheiro. O nome de Deus está
sendo pronunciado em vão por muitos fundadores de igrejas. A pregação sobre a
prosperidade material é o ponto chave destes nossos irmãos.
Precisamos nos conscientizar do
essencial. Estudar muito a doutrina. Saber que a Igreja tem mais de dois mil
anos de história que precisam ser analisados com calma. O que está por de trás
da Igreja? Os homens com suas limitações ou o próprio Espírito Santo que passa
por cima destas limitações e permanece na história.
A festa da Basílica do Latrão deve nos
tornar ainda mais conscientes sobre o amor que temos que dar a nossa Igreja e
ao reconhecimento de que somos também parte itinerante desta Igreja viva.
“Venha habitar em nossa vida
Senhor Jesus”.
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