segunda-feira, 10 de março de 2014

TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS


 


“A TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS NOS REVELA O QUE SEREMOS NA VIDA ETERNA”.


Neste segundo domingo da quaresma, temos no santo evangelho o grande fenômeno da transfiguração de Jesus. Este fenômeno faz parte do grande mistério da vinda de Jesus para nos salvar. Ele se mostra glorioso para os seus discípulos a fim de que eles criem coragem na missão. Um dia nós também seremos transfigurados (glorificados) se nos abrirmos ao amor de Deus e procurarmos praticar o bem superando, aos poucos, as nossas limitações. A liturgia deste domingo nos leva até o monte Tabor onde aconteceu um fato de grande importância para o cristianismo. Jesus se transfigura (muda de figura pelo poder que ele detém) diante de seus amigos prediletos mostrando a eles a grandiosidade de sua missão e ao mesmo tempo encorajando-os para as provações do futuro. Na transfiguração do Senhor percebemos a força do amor de Deus presente na história. Jesus se apresenta no meio de Moisés e Elias. Os dois grandes heróis do antigo testamento. O homem que recebeu a lei (Moisés) e o outro que soube aplicá-la (Elias) dentro do momento de crise do povo de Israel.



EVANGELHO (Mt 17, 01-09):

Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisto apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. Então Pedro tomou a palavra e disse: “Senhor, é bom ficarmos aqui. Se queres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra. E da nuvem uma voz dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!” Quando ouviram isto, os discípulos ficaram muito assustados e caíram com o rosto por terra. Jesus se aproximou, tocou neles e disse: “Levantai-vos, e não tenhais medo.” Os discípulos ergueram os olhos e não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus. Quando desciam da montanha, Jesus ordenou-lhes: “Não conteis a ninguém, esta visão até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos”.


“Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!”

Jesus é o verbo encarnado, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. Quando analisamos a sua vida, devemos ter em mente esta grande realidade. Percebemos neste fato da transfiguração a presença dos discípulos que terão uma missão primordial na divulgação da Boa Nova. Eles são escolhidos para verem o senhor transfigurado. Eles terão uma missão especial que sempre será motivada por este fato.
Ao lado de Jesus temos dois grandes personagens do Antigo Testamento. Moisés é o homem que recebeu a Lei de Deus.  Elias é o homem que recordou ao povo a essência da lei que se havia perdido. Jesus é o centro, está entre os dois. Une-se o passado e o presente. Para Deus não existe tempo nem espaço. Ele ama as suas criaturas. Todo seu projeto se resume na tentativa de fazer a pessoa participar de sua felicidade. Desta aparição destes dois personagens, podemos concluir que para que aconteça a nossa transfiguração precisamos “conhecer” e “praticar” o que o Senhor nos pede. Devemos tomar consciência de que estamos na presença de Deus e que a nossa vida tem um sentido profundo.
Jesus nos convida a sairmos de nosso comodismo. Não podemos ter medo da realidade individualista que nos cerca. Ele ao se apresentar glorioso diante de seus discípulos quer motivá-los a terem coragem diante das dificuldades que iriam surgir na futura missão.
A transfiguração ocorre na nossa vida como um processo. Na mudança de valores essenciais que acontece quando vamos assumindo a característica do amor que brota do próprio Criador.
O que significa se transfigurar? Não poderíamos dizer que é mudar de figura, mudar de rosto, mudar os valores? Quando passamos a amar de verdade em nossa vida vemos a realidade de forma diferente. Olhamos com o olhar do coração. Não com o olhar materialista que encerra a pessoa numa visão de lucro material. Nós transbordamos aquilo que o nosso coração está cheio.
Quando nos aproximamos de Deus e de seus valores nos “divinizamos”. Passamos a amar do jeito que Deus ama. Esta realidade foi percebida na vida dos santos que pelo seu ser transmitiam algo de sobrenatural. Quando nos afastamos de nosso princípio vital, do projeto de realização e felicidade que Deus criou para nós, nos “animalizamos”. Passamos a nos satisfazer com prazeres momentâneos que o mundo e os nossos instintos nos apresentam.
A transfiguração é um processo permanente de conversão que todos nós devemos passar. É a passagem do egoísmo para o altruísmo. De um amor particularizado para um amor universal. A prática do bem faz que sejamos anunciadores de um Deus presente em nossa vida.


 “Senhor Jesus, que possamos nos transfigurar buscando constantemente sua mensagem de amor”.




Nenhum comentário:

Postar um comentário