terça-feira, 22 de maio de 2012

FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO



A nossa reflexão sobre os frutos da ação do Espírito Santo em nós começa com a tomada de consciência da realidade de que “Deus deseja nos transformar”. Conforme nossa aceitação (abertura ao amor de Deus), maior será esta transformação que se manifesta nos frutos do que sobra deste empreendimento da ação da Graça de Deus em nós e da nossa correspondência. Os frutos vão ser o testemunho daqueles que vivem sobre a Fé numa experiência existencial de Jesus.
Antes de falarmos sobre os frutos desta experiência de amorização de Deus em nós precisamos preparar o nosso terreno. Iremos nos servir para entendermos melhor esta preparação do simbolismo das duas árvores.
Vamos imaginar que temos duas árvores que estão em diferentes terrenos. Em um terreno existe uma grande aceitação do que Deus nos determina e cultivo de seu projeto. Por esta razão esta árvore produz muitos frutos que são a consequência do amor de Deus e a aceitação do homem de seu projeto. Originalmente todos nós fomos criados conforme a imagem de Deus, somos um terreno fértil que vai perdendo sua fertilidade pela influência do uso errado de uma falsa liberdade que nos arrasta ao pecado (isolamento de Deus e dos irmãos).´


Vamos imaginar também uma árvore seca que está na mesma terra que não foi cultivada. Precisamos nos curar, precisamos tirar de nós tudo aquilo que impede que Deus nos ame. A árvore que seca não consegue tirar do terreno nada porque está isolada em si mesma.


Vamos fazer neste momento uma oração de Cura para preparar nosso terreno, tirar tudo que nós construímos de errado em nós mesmos.
Os frutos do Espírito Santo são nove que se auto complementam uns aos outros: Amor, Alegria, Paz, Fidelidade, Bondade, Paciência, Delicadeza, Mansidão e Temperança (Gl 05, 22-23). Vamos refletir refletir sobre a Paz, a Fidelidade e Temperança.
 

PAZ:   É o primeiro fruto do Espírito Santo que notamos em nós, é a consequência lógica de nosso relacionamento com Deus. Ela faz parte de nossa vida quando temos a certeza que estamos realizando a Vontade de Deus. Foi a herança que Jesus ressuscitado deixou para nós (Jo 14, 27: Deixo-vos a paz).
Só poderemos ter paz no momento em que sentirmos no nosso interior a missão de nossa existência. A paz é silenciosa por excelência, é um estado de espírito daqueles que sabem quem é Deus. Daqueles  que experimentam em seu interior a graça de um profundo relacionamento com Ele.
A paz é um sentimento interior que se manifesta ao exterior, precisamos viver o ordinário de nossa vida como extraordinário e o extraordinário como ordinário. Deus está sempre presente com seu amor, não podemos nos apegar aos falsos valores que podem nos arrastar para uma felicidade momentânea.
A paz também é comprometimento, é luta contra  nós mesmos e contra os valores que nos afastam da verdade. O cristão deve ser mártir, deve ser uma denúncia viva de todo o mal, por esta razão esta paz que é fruto do Espírito Santo provoca um conflito muitas vezes interior e exterior. É a plena certeza da verdade que nos torna livres.
Quando temos paz nos tornamos uma extensão viva de Jesus para o mundo dilacerado por tantos sofrimentos.


FIDELIDADE:  “Se sou fiel no pouco ele me confiará mais...” A fidelidade a Deus é o Sim que se repete todos os dias através de nossa oração. Ser fiel é entregar-se plenamente a Deus, fazer que sua Palavra seja concretizada em nossos atos.

         Mostra-te fiel até a morte” (Ap 2, 10).
         
O nosso sim definitivo a Deus depende de vários outros sins que vamos dando durante a nossa vida. A fidelidade nunca acontece de uma hora para outra, ela é conseqüência de vários momentos de pequena fidelidade.


TEMPERANÇA: “Porque, embora corporalmente distante, estou presente a vós em espírito, e me alegro em ver a firmeza da vossa fé em Cristo” (Cl 02, 05). Através da Temperança controlamos nossas ações e paixões. Todos somos desafiados a viver este controle.
Precisamos saber nos controlar, vencer nossas raízes de orgulho, vaidade e auto-suficiência que nos arrastam para uma vida dissoluta, independente de Deus. Somos desafiados a viver a humildade em cada momento de nossa vida. Este fruto exige de nós uma clareza muito grande de nosso ideal.
Podemos perceber na vida dos santos que eles estavam sempre dispostos a vencer a eles mesmos em favor da missão que o Senhor lhes apresentava.

Padre Giribone - OMIVICAPE

          



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