A nossa reflexão sobre os frutos da ação do Espírito Santo em nós começa com a tomada de
consciência da realidade de que “Deus deseja nos transformar”.
Conforme nossa aceitação (abertura ao amor de Deus), maior será esta
transformação que se manifesta nos frutos do que sobra deste empreendimento da
ação da Graça de Deus em nós e da nossa correspondência. Os frutos vão ser o
testemunho daqueles que vivem sobre a Fé numa experiência existencial de Jesus.
Antes
de falarmos sobre os frutos desta experiência de amorização de Deus em nós precisamos preparar o nosso terreno. Iremos nos
servir para entendermos melhor esta preparação do simbolismo das duas árvores.
Vamos imaginar que temos duas árvores que estão em diferentes terrenos. Em um terreno existe uma
grande aceitação do que Deus nos determina e cultivo de seu projeto. Por esta
razão esta árvore produz muitos frutos que são a consequência do amor de Deus e
a aceitação do homem de seu projeto. Originalmente todos nós fomos criados
conforme a imagem de Deus, somos um terreno fértil que vai perdendo sua
fertilidade pela influência do uso errado de uma falsa liberdade que nos
arrasta ao pecado (isolamento de Deus e dos irmãos).´
Vamos imaginar também uma árvore seca que está na mesma terra que não foi cultivada.
Precisamos nos curar, precisamos tirar de nós tudo aquilo que impede que Deus
nos ame. A árvore que seca não consegue tirar do terreno nada porque está
isolada em si mesma.
Vamos fazer
neste momento uma oração de Cura para preparar nosso terreno, tirar tudo que
nós construímos de errado em nós mesmos.
Os frutos do
Espírito Santo são nove que se auto complementam uns aos outros: Amor, Alegria, Paz, Fidelidade, Bondade, Paciência, Delicadeza, Mansidão e Temperança
(Gl 05, 22-23). Vamos refletir refletir sobre a Paz, a Fidelidade e Temperança.
PAZ: É o
primeiro fruto do Espírito Santo que notamos em nós, é a consequência lógica de
nosso relacionamento com Deus. Ela faz parte de nossa vida quando temos a
certeza que estamos realizando a Vontade de Deus. Foi a herança que Jesus
ressuscitado deixou para nós (Jo 14, 27: “Deixo-vos a paz”).
Só poderemos ter paz no momento em que sentirmos no
nosso interior a missão de nossa existência. A paz é silenciosa por excelência,
é um estado de espírito daqueles que sabem quem é Deus. Daqueles que experimentam em seu interior a graça de
um profundo relacionamento com Ele.
A paz
é um sentimento interior que se manifesta ao exterior, precisamos viver o
ordinário de nossa vida como extraordinário e o extraordinário como ordinário.
Deus está sempre presente com seu amor, não podemos nos apegar aos falsos
valores que podem nos arrastar para uma felicidade momentânea.
A paz também é
comprometimento, é luta contra nós
mesmos e contra os valores que nos afastam da verdade. O cristão deve ser
mártir, deve ser uma denúncia viva de todo o mal, por esta razão esta paz que é
fruto do Espírito Santo provoca um conflito muitas vezes interior e exterior. É
a plena certeza da verdade que nos torna livres.
Quando temos
paz nos tornamos uma extensão viva de Jesus para o mundo dilacerado por tantos
sofrimentos.
FIDELIDADE: “Se sou fiel no pouco ele me confiará
mais...” A fidelidade a Deus é o Sim que se repete todos os dias
através de nossa oração. Ser fiel é entregar-se plenamente a Deus, fazer que
sua Palavra seja concretizada em nossos atos.
“Mostra-te
fiel até a morte” (Ap 2, 10).
O
nosso sim definitivo a Deus depende de vários outros sins que vamos dando
durante a nossa vida. A fidelidade nunca acontece de uma hora para outra, ela é
conseqüência de vários momentos de pequena fidelidade.
TEMPERANÇA: “Porque, embora corporalmente distante,
estou presente a vós em espírito, e me alegro em ver a firmeza da vossa fé em
Cristo” (Cl 02, 05). Através da Temperança controlamos nossas ações e
paixões. Todos somos desafiados a viver este controle.
Precisamos
saber nos controlar, vencer nossas raízes de orgulho, vaidade e auto-suficiência
que nos arrastam para uma vida dissoluta, independente de Deus. Somos
desafiados a viver a humildade em cada momento de nossa vida. Este fruto exige
de nós uma clareza muito grande de nosso ideal.
Podemos
perceber na vida dos santos que eles estavam sempre dispostos a vencer a eles
mesmos em favor da missão que o Senhor lhes apresentava.
Padre Giribone - OMIVICAPE
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