quarta-feira, 30 de maio de 2012

FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE


“SOMOS CRIADOS PELA TRINDADE PARA CONVIVERMOS ETERNAMENTE COM ELA”.


Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Um Deus em três pessoas. Somos criados semelhantes a Deus para vivermos em unidade com nossos irmãos praticando o Bem já que Ele é o Sumo Bem. A busca da felicidade encontra resposta na própria pessoa de Deus. Seremos felizes quando partilharmos nossa vida. Deus Trindade vive na alegria e na felicidade absoluta e quer que nós pessoas humanas “convivamos” eternamente com Ele. O mistério cristão da Trindade nos define como pessoas solidárias. Por esta razão que o cristianismo sempre será perseguido dentro de um mundo egoísta que se ilude na mentira do individualismo. O Mistério de Amor da Trindade não se associa com o pensamento individualista implantado no mundo pela “grande mídia” que serve ao poder econômico. Procura iludir sempre a pessoa humana deviando-a do seu sentido último. Somos criaturas de Deus e só nele encontraremos a raiz da verdadeira alegria.



EVANGELHO (Mt 28,16-20):
Naquele tempo, os onze discípulos foram para a Galiléia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando viram Jesus, prostaram-se diante dele. Ainda assim alguns duvidaram. Então Jesus aproximou-se e falou: “Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que eu estarei convosco todos os dias até ao fim do mundo”.

“Eis que eu estarei convosco todos os dias até ao fim do mundo. Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

A festa da SANTÍSSIMA TRINDADE é a festa da nossa identidade, pois fomos criados conforme a imagem de Deus que é uma vivência concreta do Amor. “Deus tem um amor preferencial por cada um de nós”. Deus é PAI (CRIADOR), FILHO (REDENTOR) e ESPÍRITO SANTO (SANTIFICADOR) um só Deus em três pessoas. Este mistério só pode ser explicado pela luz da Fé que exige de nós aceitação e entrega.
Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Fomos criados para participarmos da sua felicidade. Esta é a realidade última de nossas vidas. O mistério da Trindade está ligado ao mistério da nossa própria existência, por esta razão somos diferentes de todos os outros seres criados. Podemos nos comunicar intimamente com Deus e saber o que Ele quer de nós. O Criador jamais abandona suas criaturas. Deus sempre estará presente em nossa vida em qualquer situação, mesmo que por nossa ignorância pensemos em nos afastar d’Ele. Somos desafiados a cultivar a presença de Deus vinte quatro horas do dia. Ele nos olha com seu olhar de amor, já fez sua opção fundamental por nós.
A Santíssima Trindade é o mistério primordial do cristianismo, fonte de todo dom e de todo bem. A revelação deste mistério pertence ao Novo Testamento. O Antigo Testamento põe toda a atenção em proclamar e exaltar a unidade de Deus: um só é o Senhor. Israel, que vivia em contato com povos pagãos, tinha necessidade de ser continuamente chamado a reconsiderar esta verdade para não cair na idolatria.
Através do Santo Batismo entramos numa profunda relação com a Santíssima Trindade. Por meio dele renasce em nós a "Vida Nova". O homem se reconhece filho do Pai Celeste que lhe decretou a regeneração; irmão de Cristo que lho mereceu com o sangue da Cruz; templo do Espírito Santo que lhe infunde o espírito de adoção. Diante de Deus, o batizado não é simples criatura e, sim, filho introduzido na intimidade de sua vida trinitária, a fim de que viva em sociedade com as três Pessoas divinas, que nele habitam.
Nas palavras de São João da Cruz, é a chama de amor viva que arde "no mais profundo centro", pois "o centro da alma é Deus" (Chama Viva de Amor 1,12), onde "o Verbo, Filho de Deus, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, está essencial e presencialmente escondido no íntimo ser da alma" (Cântico Espiritual 1,6). A grande viagem que a pessoa deve fazer é ir ao seu centro, descobrir o Amado que não se mistura com os apetites sensuais da vida mundana. Se descobrimos este tesouro não seremos mais escravizados pelas diversas “drogas” que existem no mundo que nos alienam da verdade que, aos poucos, irá nos tornar livres e felizes.
Devemos viver em plenitude os dons da Santíssima Trindade abrindo-nos à ação do Espírito Santo para nos comportarmos como filhos do Pai Celeste, como irmãos de Cristo.
Associado ao mistério da Trindade está à presença permanente de Jesus na Eucaristia, a comunhão transformante e dignificante de nossa vida, e a intercessão permanente de Maria que participa neste mistério através da Encarnação.

 

"Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo! Como era no princípio, agora e sempre! Amém”.

Padre Giribone - OMIVICAPE



quinta-feira, 24 de maio de 2012

PENTECOSTES A FESTA DO ESPÍRITO SANTO


“O ESPÍRITO SANTO NOS ENSINA QUE SOMOS PROFUNDAMENTE AMADOS POR DEUS”.


Celebramos neste próximo domingo a festa da vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos reunidos com Maria Santíssima. Conhecida como festa de Pentecostes. Era  uma celebração judaica, festa da Aliança e do dom da Lei. Recordava o recebimento das tábuas da Lei dadas a Moisés (Ex 20, 01-21). Era também uma festa associada às colheitas, à riqueza da vida, aos frutos do campo e do trabalho do homem. Celebrada cinqüenta dias após a Páscoa. A festa cristã de Pentecostes celebra a vinda do "Espírito Santo" (At 2, 01-11). Ela conserva também esse sentido de plenitude. É o tempo da colheita, da Vida Nova. É tempo de viver e aproveitar os Dons que o Senhor nos dá para nossa santificação. Nesta festa comemoramos o início da Igreja quando os Apóstolos “tomam consciência” do grande mistério que envolveu suas vidas com a presença do ressuscitado saindo para a missão universal.

ORAÇÃO: Ó Deus, que pelo mistério da festa de hoje, santificais a vossa Igreja inteira, em todos os povos e nações, derramai por toda a extensão do mundo os dons do Espírito Santo, e realizai agora no coração dos fiéis as maravilhas que operastes no início da pregação do evangelho. Por nosso Senhor Jesus Cristo na unidade do Espírito Santo. Amém.

I LEITURA (At 02, 01-11):
Quando chegou o dia de pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como se fosse uma forte ventania, que encheu a casa onde eles se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava. Moravam em Jerusalém judeus devotos de todas as nações do mundo. Quando ouviram o barulho, juntou-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua. Cheio de espanto e de admiração, diziam: “Esses homens que estão falando não são todos galileus? Como é que nós os escutamos em nossa própria língua? Nós que somos pertos, medos e elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judéia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egito e da parte da Líbia, próxima de Cirene, também romanos que aqui residem; judeus e prosélitos, cretenses e árabes, todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus na nossa própria língua!”



EVANGELHO (Jo 20,19-23):

Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles disse: “A paz esteja convosco”. Depois destas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado.  Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. Novamente, Jesus disse: “A Paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. E depois de ter dito isto, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.

“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os inspirava”.

O  fato da vinda do Espírito Santo transformou a história da humanidade. A partir deste momento os discípulos de Jesus não terão mais medo de anunciarem que ele é o Cristo, o ungido, o Filho de Deus que veio nos salvar. Celebrar pentecostes é recordar o momento em que os discípulos de Jesus se tornaram Apóstolos. De seguidores de Jesus como mestre, começam a dar testemunho dele como Senhor Ressuscitado. O seguimento antes de pentecostes era desde fora. Após a experiência no Espírito Santo, eles terão um seguimento desde dentro. De agora em diante será uma amizade com o Cristo Vivo que se manifesta dentro da comunidade.
A leitura histórica do cristianismo deve ser feita de trás para frente a partir de Pentecostes. A Efusão do Espírito Santo transformou a vida destas primeiras pessoas e até hoje realiza a mesma transformação. Ela é provocada pela tomada de consciência de que somos amados por Deus. Não estamos “soltos” sem apoio, pois o Senhor está conosco. Quando descobrimos esta realidade não temos mais medo de anunciar a verdade e experimentamos em nosso interior à verdadeira alegria.
A linguagem nova dos apóstolos não será mais uma simples teoria filosófica, mas é fruto da graça santificante que se transforma em linguagem universal. Por esta razão eles são entendidos enquanto discursavam. Eles irão anunciar as maravilhas de Deus que irá tocar o coração dos judeus e de todas as pessoas de boa vontade.
A experiência com o Espírito Santo é transformadora de nossa vida. Quando refletimos sobre o mistério de Pentecostes temos que sempre utilizar o verbo transformar. O egoísmo já não tem lugar na vida do que experimenta o amor de Deus. A palavra transformação é sinônimo de conversão. De agora em diante tudo será dissolvido no amor de Deus. Quando isto acontece as coisas do mundo se tornam enjoadas. O mundo não exerce nenhuma atração sobre os que vivem sobre o amor.
Após pentecostes, a compreensão do sentido da vinda de Jesus é mais clara e a Igreja toma a sua forma como comunidade daqueles que acreditam em Deus e em seu projeto. Ela irá dar continuidade através da transmissão apostólica das graças recebidas com a vinda de Cristo. Não existe cristão fora da Igreja. Todos que são batizados legitimamente pertencem a ela mesmo que não queiram ou não saibam devido à grande formação de igrejas paralelas que de alguma forma também absorvem o mistério trinitário. Só existe um cristianismo e uma só Igreja de Cristo. Por esta razão nossa catequese deve ser cada vez mais sólida ensinando ao povo a verdade que realmente liberta a pessoa.
Jesus envia o Espírito Santo para que possamos ter uma experiência profunda de perdão e misericórdia. Só quando nos sentimos perdoados e nos capacitamos para aceitar o amor de Deus. Aqui se celebra a vitória sobre o pecado, a vitória sobre nossas limitações, pois o amor de Deus por nós é maior do que todas as coisas. Somos amados acima de nossas limitações. Os apóstolos e seus sucessores são revestidos do poder de perdoar os pecados. Este poder não é humano, mas vem diretamente do coração de Deus que ama suas criaturas. Lembramos que Jesus antes de curar fisicamente algum enfermo, sempre perdoava os seus pecados. A experiência de perdão é capaz de curar qualquer enfermidade.
A paz é conseqüência da certeza do porque existimos. O sacramento da Reconciliação é muito importante para nós, especialmente no sentido de abrir nosso coração ao amor de Deus. Hoje existe um grande número de pessoas sofrendo de depressão, justamente porque o amor de Deus ainda não conseguiu penetrar profundamente em suas vidas.
Quando recebemos o perdão de Deus nos tornamos novas criaturas com uma alegria infinita.
Não podemos deixar de pedir ao Senhor a Graça do Espírito Santo em todas as atividades que vamos empreender, especialmente naquelas que sejam relacionadas com a caridade, para não errarmos o caminho e concretizarmos efetivamente a vontade de Deus.
Quando estamos envolvidos pelo Espírito Santo somos criaturas novas. Nosso amor se reparte para toda humanidade, somos promotores da unidade e da verdade que nos torna livres. A alegria invade nosso coração, vencemos a discórdia e o espírito anti-comunitário reinante na sociedade comercial que vivemos. O ser humano é muito mais do que compra e venda. Somos amados por Deus e estamos a caminho de uma união definitiva com Ele.

 

 “Divino Espírito Santo, consumi em mim tudo aquilo que me impede que eu me consuma em Vós”.

Padre Giribone - OMIVICAPE

terça-feira, 22 de maio de 2012

FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO



A nossa reflexão sobre os frutos da ação do Espírito Santo em nós começa com a tomada de consciência da realidade de que “Deus deseja nos transformar”. Conforme nossa aceitação (abertura ao amor de Deus), maior será esta transformação que se manifesta nos frutos do que sobra deste empreendimento da ação da Graça de Deus em nós e da nossa correspondência. Os frutos vão ser o testemunho daqueles que vivem sobre a Fé numa experiência existencial de Jesus.
Antes de falarmos sobre os frutos desta experiência de amorização de Deus em nós precisamos preparar o nosso terreno. Iremos nos servir para entendermos melhor esta preparação do simbolismo das duas árvores.
Vamos imaginar que temos duas árvores que estão em diferentes terrenos. Em um terreno existe uma grande aceitação do que Deus nos determina e cultivo de seu projeto. Por esta razão esta árvore produz muitos frutos que são a consequência do amor de Deus e a aceitação do homem de seu projeto. Originalmente todos nós fomos criados conforme a imagem de Deus, somos um terreno fértil que vai perdendo sua fertilidade pela influência do uso errado de uma falsa liberdade que nos arrasta ao pecado (isolamento de Deus e dos irmãos).´


Vamos imaginar também uma árvore seca que está na mesma terra que não foi cultivada. Precisamos nos curar, precisamos tirar de nós tudo aquilo que impede que Deus nos ame. A árvore que seca não consegue tirar do terreno nada porque está isolada em si mesma.


Vamos fazer neste momento uma oração de Cura para preparar nosso terreno, tirar tudo que nós construímos de errado em nós mesmos.
Os frutos do Espírito Santo são nove que se auto complementam uns aos outros: Amor, Alegria, Paz, Fidelidade, Bondade, Paciência, Delicadeza, Mansidão e Temperança (Gl 05, 22-23). Vamos refletir refletir sobre a Paz, a Fidelidade e Temperança.
 

PAZ:   É o primeiro fruto do Espírito Santo que notamos em nós, é a consequência lógica de nosso relacionamento com Deus. Ela faz parte de nossa vida quando temos a certeza que estamos realizando a Vontade de Deus. Foi a herança que Jesus ressuscitado deixou para nós (Jo 14, 27: Deixo-vos a paz).
Só poderemos ter paz no momento em que sentirmos no nosso interior a missão de nossa existência. A paz é silenciosa por excelência, é um estado de espírito daqueles que sabem quem é Deus. Daqueles  que experimentam em seu interior a graça de um profundo relacionamento com Ele.
A paz é um sentimento interior que se manifesta ao exterior, precisamos viver o ordinário de nossa vida como extraordinário e o extraordinário como ordinário. Deus está sempre presente com seu amor, não podemos nos apegar aos falsos valores que podem nos arrastar para uma felicidade momentânea.
A paz também é comprometimento, é luta contra  nós mesmos e contra os valores que nos afastam da verdade. O cristão deve ser mártir, deve ser uma denúncia viva de todo o mal, por esta razão esta paz que é fruto do Espírito Santo provoca um conflito muitas vezes interior e exterior. É a plena certeza da verdade que nos torna livres.
Quando temos paz nos tornamos uma extensão viva de Jesus para o mundo dilacerado por tantos sofrimentos.


FIDELIDADE:  “Se sou fiel no pouco ele me confiará mais...” A fidelidade a Deus é o Sim que se repete todos os dias através de nossa oração. Ser fiel é entregar-se plenamente a Deus, fazer que sua Palavra seja concretizada em nossos atos.

         Mostra-te fiel até a morte” (Ap 2, 10).
         
O nosso sim definitivo a Deus depende de vários outros sins que vamos dando durante a nossa vida. A fidelidade nunca acontece de uma hora para outra, ela é conseqüência de vários momentos de pequena fidelidade.


TEMPERANÇA: “Porque, embora corporalmente distante, estou presente a vós em espírito, e me alegro em ver a firmeza da vossa fé em Cristo” (Cl 02, 05). Através da Temperança controlamos nossas ações e paixões. Todos somos desafiados a viver este controle.
Precisamos saber nos controlar, vencer nossas raízes de orgulho, vaidade e auto-suficiência que nos arrastam para uma vida dissoluta, independente de Deus. Somos desafiados a viver a humildade em cada momento de nossa vida. Este fruto exige de nós uma clareza muito grande de nosso ideal.
Podemos perceber na vida dos santos que eles estavam sempre dispostos a vencer a eles mesmos em favor da missão que o Senhor lhes apresentava.

Padre Giribone - OMIVICAPE

          



sábado, 19 de maio de 2012

ASCENSÃO DO SENHOR



“JESUS SOBE AOS CÉUS NOS MOSTRANDO O SENTIDO PROFUNDO DE NOSSA VIDA”.

Pax  Domini  sit  semper  vobiscum!

Jesus sobe aos céus diante de seus discípulos pelo seu próprio poder de Filho de Deus para nos mostrar que seus valores são permanentes e que não devemos nos apegar com as coisas transitórias desta vida. Se o mundo refletisse mais sobre esta realidade certamente seria bem melhor. As pessoas iriam se respeitar mais fariam o possível para viverem a solidariedade. Não teríamos pessoas que sofressem males que são causados pela ganância do homem que pensa ser o autor da felicidade.

ORAÇÃO: Ó Deus todo-poderoso, a ascensão do vosso Filho já é nossa vitória. Fazei-nos exultar de alegria e fervorosa ação de graças, pois, membros de seu corpo, somos chamados na esperança a participar da sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo na unidade do Espírito Santo. Amém.


EVANGELHO (Mc  16, 15-20):

Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos, e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; se pegarem em serpentes ou beberam algum veneno mortal, não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”. Depois de falar aos discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus. Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio dos sinais que a acompanhavam.

 

“O Senhor Jesus foi levado ao céu. Os discípulos então saíram e pregaram por toda parte”.

Jesus sobe ao Pai para que o Espírito Santo venha completar a obra de salvação da humanidade. O mistério do cristianismo se resume nas constantes “baixadas de Deus” em direção ao ser humano e da tentativa deste de subir ao eterno. O mundo só poderá ser melhor quando colocarmos em prática os ensinamentos de Jesus. Estamos nos preparando para a grande celebração de Pentecostes que irá nos recordar da força de amor de Deus que permanece conosco para não errarmos em nossa opção.
A vivência e a prática do amor é o maior desafio que temos como cristãos dentro do mundo. Jesus transmite o amor do Pai e nos envia o Espírito Santo. Toda espiritualidade cristã é “Cristocêntrica” e “Trinitária”. Tem como centro Jesus Cristo, o Filho de Deus que nos revela o Pai nosso Criador e nos envia o Espírito Santo responsável pela amorização que deve acontecer em nossa vida. Esta amorização é a ação básica do cristão que pela força do Espírito Santo transforma a realidade de sua vida concreta.
Só iremos amar se nos considerarmos amados. O primeiro desafio na prática do amor é a experiência do mesmo em nossa vida. Quando praticamos os mandamentos do Senhor estamos dentro de seu plano de amor. O que se torna para nós a verdadeira fonte de alegria e felicidade. O ser humano hoje não é feliz porque vive afastado de sua originalidade. Está longe de seu próprio centro.
Quando nos sentimos verdadeiramente amados, passamos a amar os nossos semelhantes em um amor desinteressado. Talvez por esta razão que nós cristãos não somos aceitos pela sociedade consumista. Quanto mais próximos estivermos do amor de Deus mais afastados estaremos dos falsos valores do mundo.
Jesus deu sua própria vida para nos salvar. A nossa consagração batismal é uma espécie de doação a todos os nossos semelhantes. O cristão vive sua fé no altruísmo. Sempre direcionando sua vida para o bem do próximo. Talvez por isto não somos entendidos pela sociedade que tem base no egoísmo na lei da oferta e da procura.
Jesus oferece sua amizade a partir do momento que tentamos concretizar em nossa vida os mandamentos de Deus que tem como objetivo a nossa verdadeira realização. Quando vivemos uma vida de oração, aumentamos o nosso grau de amizade com o Senhor. O verdadeiro amigo não mede esforços para a realização do outro. Jesus deu sua própria vida para nos salvar. Não existe maior prova de amor do que este gesto radical. Devemos cultivar a presença de Deus através de nossa amizade com Jesus. Ver os seus valores e colocá-los em prática.
Para concretizarmos a vontade de Deus em nossas vidas, precisamos superar nossos próprios egoísmos. Estarmos sempre atentos ao que optamos essencialmente no decorrer de nossa vida. Nós nos transformamos naquilo que amamos. A paz que Jesus nos oferece é diferente da paz do mundo que busca sua satisfação na superficialidade. A fonte da alegria está na certeza do amor que Deus sente por nós, independente de nossas limitações.
A experiência com Jesus sempre nos leva ao anúncio do Evangelho. Não podemos ficar olhando para o alto sem procurarmos uma transformação concreta de nossa realidade. O cristão é chamado, como todo ser humano, a prática do bem dentro da realidade onde se encontra. Deve amorizar os ambientes. Levar o amor aonde não existe amor. Fazer que o mundo seja mais altruísta do que egoísta.

“Senhor Jesus fazei que olhemos para as coisas do alto para podermos transformar a realidade das coisas do mundo.”


Padre Giribone - OMIVICAPE

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Milagre Eucarístico de Lanciano



"A minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele" (Jo 6,55-56).

Nossos sacrários mantêm entre nós a realidade da Encarnação: "O Verbo se fez carne e habitou entre nós..." E habita ainda verdadeiramente presente entre nós, não somente de uma maneira espiritual, mas com seu próprio Corpo. Esta presença real da carne de Cristo (uma carne viva, unida à alma e à divindade do Verbo, pois Jesus está hoje ressuscitado) é admiravelmente manifestada pelo milagre de Lanciano. Um milagre que dura há mais de 12 séculos e que a ciência examinou, e diante dos fatos, teve que se inclinar.
           Sim, um milagre, e bem destinado ao nosso tempo de incredulidade. Pois, como diz São Paulo, os milagres são feitos não para aqueles que crêem, mas para os que não crêem. E Deus permitiu para todos os que ainda duvidam da presença Eucarística do Cristo ou que a negam, que um milagre, que dura 12 séculos, fosse nos últimos anos, posto em evidência e verificado pela própria ciência. "Isto é meu corpo! Isto é meu sangue!", disse Cristo (cf. Mt 26,26-28).
           Este prodigioso milagre deu-se por volta dos anos 700, na cidade italiana de Lanciano, na igreja do mosteiro de São Legoziano, onde viviam os monges da Ordem Basiliana (de São Basílio).

           Entre os monges, havia um que se fazia notar mais por sua cultura mundana do que pelo conhecimento das coisas de Deus. Sua fé parecia vacilante, e ele era perseguido todos os dias pela dúvida de que a hóstia consagrada fosse verdadeiro Corpo de Cristo e o vinho Seu verdadeiro Sangue. Mas a Graça Divina nunca o abandonou, fazendo-o orar continuamente para que esse insidioso espinho saísse do seu coração.
           Foi quando, certa manhã, celebrando a Santa Missa, mais do que nunca atormentado pela sua dúvida, após proferir as palavras da Consagração ele viu a hóstia converter-se em Carne viva e o vinho em Sangue vivo. Sentiu-se confuso e dominado pelo temor diante de tão espantoso milagre, permanecendo longo tempo transportado a um êxtase verdadeiramente sobrenatural. Até que, em meio a transbordante alegria, o rosto banhado em lágrimas, voltou-se para as pessoas presentes e disse:
           "Ó bem-aventuradas testemunhas diante de quem, para confundir a minha incredulidade, o Santo Deus quis desvendar-se neste Santíssimo Sacramento e tornar-se visível aos vossos olhos. Vinde, irmãos, e admirai o nosso Deus que se aproximou de nós. Eis aqui a Carne e o Sangue do nosso Cristo muito amado!"
           A estas palavras os fiéis se precipitaram para o altar e começaram também a chorar e a pedir misericórdia. Logo a notícia se espalhou por toda a pequena cidade, transformando o monge num novo Tomé.


           A Hóstia-Carne apresentava, como ainda hoje se pode observar, uma coloração ligeiramente escura, tornado-se rósea se iluminada pelo lado oposto, e tinha uma aparência fibrosa; o Sangue era de cor terrosa (entre amarelo e o ocre), coagulado em cinco fragmentos de formas e tamanhos diferentes.
           Serenada a emoção de que todo o povo foi tomado, e dadas aos Céus as graças devidas, as relíquias foram agasalhadas num tabernáculo de marfim, construído a mando das pessoas mais credenciadas do lugarejo.
           A partir de 1713, até hoje, a Carne passou a ser conservada numa custódia de prata, e o Sangue, num cálice de cristal.
           Os Frades Menores Conventuais guardam o Milagre desde 1252, por vontade de Landulfo, bispo da vila de Chieti. Os monges da Ordem de São Basílio guardaram o Milagre até 1176 e os Beneditinos até 1252.
           Em 1258 os Franciscanos construíram o santuário atual, que foi transformado em 1700 de romântico-gótico em barroco. Desde 1902 as relíquias estão custodiadas no segundo tabernáculo do altar monumental, erigido pelo povo de Lanciano no centro do presbitério.


O Milagre e a Ciência
          
Aos reconhecimentos eclesiásticos do Milagre, a partir de 1574, veio juntar-se o pronunciamento da Ciência moderna através de minuciosas e rigorosas provas de laboratório.
           Foi em 18 de novembro de 1970 que os Frades Menores Conventuais decidiram, devidamente autorizados, confiar a dois médicos de renome profissional e idoneidade moral a análise científica das relíquias. Para tanto, convidaram o Dr. Odoardo Linoli, Chefe de Serviço dos Hospitais Reunidos de Arezzo e livre docente de Anatomia e Histologia Patológica e de Química e Microscopia Clínica, para, assessorado pelo Prof. Ruggero Bertelli, Prof. emérito de Anatomia Humana Normal na Universidade de Siena, proceder aos exames.
           Após alguns meses de trabalho, exatamente a 4 de março de 1971, os pesquisadores publicaram um relatório contendo o resultado das análises:

  • A Carne é verdadeira carne.
  • O Sangue é verdadeiro sangue.
  • A Carne é do tecido muscular do coração (contém, em seção, o miocárdio, endocárdio, o nervo vago e, no considerável espessor do miocárdio, o ventrículo cardíaco esquerdo).
  • A Carne e o Sangue são do mesmo tipo sangüíneo (AB) e pertencem à espécie humana.
  • No Sangue foram encontrados, além das proteínas normais, os seguintes minerais: cloreto, fósforo, magnésio, potássio, sódio e cálcio. As proteínas observadas no Sangue encontram-se normalmente fracionadas em percentagem a respeito da situação seroproteínica do sangue vivo normal. Ou, seja, é sangue de uma pessoa VIVA.
  • A conservação da Carne e do Sangue, deixados em estado natural por doze séculos e expostos à ação de agentes físicos, atmosféricos e biológicos constitui um fenômeno extraordinário.
           E antes mesmo de redigirem o documento sobre o resultado das pesquisas, realizadas em Arezzo, os doutores Linoli e Bertelli enviaram aos Frades um telegrama nos seguintes termos:
                                     


                            "E o Verbo se fez Carne!"
           
           E o impressionante é que é a Carne do Coração. Não a carne de qualquer parte do Corpo adorável de Jesus, mas a do músculo que propulsiona o Sangue – e portanto a vida – ao corpo inteiro; do músculo que é também o símbolo mais manifesto e o mais eloqüente do amor do Salvador por nós.
           A Eucaristia é, na verdade, o dom por excelência do Coração de Jesus. "Meu Coração é tão apaixonado de amor pelos homens", disse um dia o Cristo em Parayle-Monial, revelando seu Sagrado Coração a Santa Margarida Maria. Uma paixão que o conduziu à cruz, que torna hoje presente sobre nossos altares, em nossos sacrários e até em nossos corações.
           Em todo o caso, guardemos isto: na Eucaristia eu recebo o Cristo todo inteiro. É verdadeiramente que se dá e que eu como.
           Tanto na hóstia como no vinho, está Jesus Cristo vivo e inteiro (corpo, sangue, alma e divindade). A comunhão eucarística existe nas duas espécies, na espécie do pão e na espécie do vinho, só que o vinho não é somente o sangue de Jesus, mas sim o próprio Jesus. E da mesma forma a hóstia não é somente carne, mas sim o próprio Jesus. O que aconteceu em Lanciano, acontece em todas as igrejas do mundo e em qualquer missa, a única diferença é que lá em Lanciano além de transubstanciar a substância (pão e vinho), transubstanciou-se também a aparência.


"Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a
vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6,54).

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O MANDAMENTO DO AMOR

“RECONHECER A PRESENÇA DE DEUS É FONTE DA VERDADEIRA FELICIDADE”. 


Estar com Deus reconhecendo a sua presença em nossa vida nos traz a verdadeira felicidade que o mundo tanto almeja. Só o amor poderá mudar a humanidade que perde tempo com subterfúgios alienantes de sua verdadeira finalidade. O amor a Deus e ao próximo nos garante a eternidade e uma vida feliz neste mundo. A sociedade sofre as consequências de pensar que no egoísmo poderá encontrar felicidade. O que adianta termos tanta tecnologia se não somos felizes em nossos relacionamentos? A prática do grande valor do amor trazido por Cristo nos leva a verdade que vai nos tornando livres com uma alegria interior que transforma toda realidade. 


EVANGELHO (Jo 15, 09-17): Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Eu vos disse isto, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena. Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá sua vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando. Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça. O que então pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá. Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros”. 


“Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”. 

No tempo pascal meditamos constantemente sobre a presença de Jesus ressuscitado em nosso meio. Quando descobrimos a força da verdadeira amizade com o Senhor nossa vida se transforma. Jesus nos pede exatamente aquilo que Ele vive: O amor incondicional a todas as pessoas. Seu amor não está sujeito às limitações que nós vivemos, pois Jesus é Deus. Seu amor é transformante e unificador de nossos afetos desordenados. Ninguém tem maior autoridade do que ele para nos dizer o que devemos fazer para nos prepararmos para nossa felicidade eterna. Ele nos apresenta valores eternos, permanentes que muitas vezes não se coincidem com os bens perecíveis do mundo. A vivência e a prática do amor é o maior desafio que temos como cristãos. Jesus transmite o amor do Pai e nos envia o Espírito Santo. Toda espiritualidade cristã é “Cristocêntrica” e “Trinitária”. Tem como centro Jesus Cristo, o Filho de Deus que nos revela o Pai que é nosso Criador e nos envia o Espírito Santo que é responsável pela “amorização” que deve acontecer em nossa vida. Este amor se expande pelo mundo como um testemunho no meio do individualismo que engana as pessoas como se fosse um mágico que ilude com suas mágicas a platéia que fica atenta em outra coisa enquanto ele com sua arte faz o contrário. O pior é que a maioria das pessoas gosta da ilusão e se esquecem da verdade contida na Palavra de Deus. Só iremos amar se nos considerarmos amados. O primeiro desafio na prática do amor é a experiência do mesmo em nossa vida. Quando praticamos os mandamentos do Senhor estamos dentro de seu plano de amor. O que se torna para nós a verdadeira fonte de alegria e felicidade. O ser humano hoje não é feliz porque vive afastado de sua originalidade. Está longe de seu próprio centro. Esvazia sua afetividade naquilo que não merece seu amor. Esta realidade pode ser percebida pelo grande consumo de diversas drogas que desviam a pessoa de seu centro. Quando nos sentimos verdadeiramente amados, passamos a amar os nossos semelhantes em um amor desinteressado. Jesus deu sua própria vida para nos salvar. A nossa consagração batismal é uma espécie de doação a todos os nossos semelhantes. O cristão vive sua fé no altruísmo. Sempre direcionando sua vida para o bem do próximo. Jesus oferece a sua amizade a partir do momento que tentamos concretizar em nossa vida os mandamentos de Deus que tem como objetivo a nossa verdadeira realização. Promete-nos colocar sua alegria em nossos corações no momento em que tentamos fazer a vontade do Pai. Imaginem esta alegria comparada com o lixo oferecido pela nossa sociedade? É alegria verdadeira. A cada minuto que passa nos faz mais felizes pois sabemos que ela nos aproxima do definitivo. Quando vivemos uma vida de oração, aumentamos o nosso grau de amizade com o Senhor. Reconhecemos sua presença em nossa vida. O verdadeiro amigo não mede esforços para a realização do próximo. Jesus deu sua própria vida para nos salvar. Não existe maior prova de amor do que este gesto radical. Para concretizarmos a vontade de Deus em nossas vidas, precisamos superar nossos próprios egoísmos. Estarmos sempre atentos ao que buscamos no decorrer de nossa vida. Nós nos transformamos naquilo que amamos. A paz que Jesus nos oferece é diferente da paz do mundo que busca sua satisfação na superficialidade. A fonte da alegria está na certeza do amor que Deus sente por nós independente de nossas limitações. 


“Senhor nos ajude a viver o seu mandamento do amor dentro do mundo.”

Padre Giribone - OMIVICAPE