“OS
SANTOS SÃO OS AMIGOS FORTES DE DEUS QUE INTERCEDEM POR NÓS”.
Neste próximo domingo celebramos a
festa de todos os santos da Igreja. É a nossa festa antecipada. Pela graça de
Deus estaremos todos um dia na Glória. Iremos viver a alegria permanente do
eterno convívio com aqueles que procuraram ser fiéis ao que o Senhor lhes
pediu. A santidade consiste na descoberta e na concretização da vontade de Deus
em nossa vida. É uma busca constante de estabilidade no amor na constante
instabilidade da vida. É o grande desafio de se obedecer a Deus na humildade da
Fé.
Estamos dentro
de um mundo fortemente marcado pelo individualismo. Quem busca a santidade
busca a fraternidade vivendo no altruísmo. Dividindo sua vida com a vida dos
irmãos. Em meio a tudo isto: o que significa ser santo? Os santos podem
interceder por nós que peregrinamos neste mundo em direção a eternidade?
Santo é toda
pessoa que está no convívio com Deus na eternidade. Existe um grande número de
santos que não foram canonizados. A Igreja canoniza somente 0,01% dos cristãos
que faleceram. Considerando eles como modelo e intercessores para os cristãos
que estão na Igreja Peregrina. Após um longo processo de beatificação e
canonização, com a confirmação dos milagres de forma científica, determinado
cristão é canonizado pelo Santo Padre o Papa. A partir deste momento podemos
pedir graças por meio desta pessoa, pois são grandes amigos de Jesus. Há muita
confusão em outras confissões religiosas que acham que nós católicos adoramos
os santos. O que na realidade não é verdade. Temo-los como intercessores no
Céu. Eles já foram provados definitivamente na Fé e hoje por estarem na Glória
de Deus rezam por nós que ainda estamos nesta instabilidade da vida.
A Igreja tem
uma visão comunitária da fé. Não nos salvamos e não nos condenamos sozinhos.
Quando alguém, por meio da Graça de Deus, se santifica passa a ajudar aos seus
irmãos a se santificarem. Isto se pode perceber claramente na Sagrada Escritura
em seus grandes personagens, mesmo no Antigo Testamento.
A mãe de Jesus
é a grande intercessora que foi-nos dada por Ele no momento crucial que dava a
sua vida para nos salvar (Jo 19, 25-27). Maria quer que todos se salvem por
saber da maravilha de se estar constantemente na presença de Deus.
Buscar a
santidade é buscar a concretização dos valores do Evangelho em nossa vida numa
constante tentativa de se fazer o bem e evitar o mal. O mundo individualista
precisa ser recheado com o amor de Deus que é passado pelas pessoas virtuosas
que procuram amar a todos sem exceção.
Santidade é a
busca constante da estabilidade no amor na constante instabilidade da vida. Não
temos nesta existência uma vida plana, somos limitados. Temos a certeza que
Deus nos ama acima de nossas limitações. Devemos nos empenhar em direcionar
nossa liberdade na aceitação da vontade de Deus. Sermos seus amigos fortes. Estamos
todos em um processo de conversão. O imediatismo presente em nossa sociedade é
prejudicial para a vivência cristã porque faz que valorizemos os bens temporais
acima dos bens eternos.
Nenhum santo
foi reconhecido pela sociedade quando estava neste mundo, mas isto não nos deve
desanimar na prática do bem. Devemos nos animar e lutar para que este mundo
seja melhor através do amor, da justiça e da solidariedade que são a essência
do Evangelho.
“ESTA
VIDA NOS PREPARA PARA A VIDA DEFINITIVA”.
No dia dois de
novembro celebramos a memória de todos os fiéis falecidos. São todos os irmãos
que já foram para eternidade, que já cumpriram com sua trajetória limitada
nesta vida. Ela é o maior dom que recebemos do Criador. Vamos rezar pelos
nossos falecidos. Podemos aproveitar este dia para alcançarmos a graça da
Indulgência Plenária em favor de algum falecido.
A nossa existência é um grande mistério de
amor. Estamos neste mundo para amar e servir a Deus e aos nossos irmãos.
Encontramos o sentido de nossa vida na prática do bem e no evitar o mal. A
morte física é um filtro muito importante que sempre deve questionar nossas
atitudes: o que estamos fazendo com o tempo mortal que Deus está nos dando? Ela
nos ajuda a perceber que a maioria das pessoas se acostuma a mentir para elas
mesmas se esquecendo que tudo passa. As vaidades do mundo caem por terra diante
da realidade da morte. Para o que vale a fama? As honras e títulos do mundo se
tudo passa e logo não estaremos mais neste mundo?
A maioria
das pessoas que pensam sobre a morte sentem certa insegurança. O que aconteceu
com esta pessoa íntima que conviveu várias vezes comigo? O que vem depois desta
vida? Será que vamos continuar existindo depois desta existência terrena?
Durante a história o homem sempre tentou
encontrar respostas para estes questionamentos. Alguns quiseram dizer que
depois desta nossa existência reencarnamos. Outros afirmavam que os diversos
deuses tomariam conta da pessoa enquanto o seu cadáver estivesse incorrupto
etc. Foram surgindo muitas idéias sobre a vida após a morte. Até o dia em que
um homem que foi crucificado (morreu certamente); aparece para os seus amigos
depois de três dias de seu sepultamento. O curso da história mudou após a
ressurreição de Jesus Cristo. A partir deste momento, através do testemunho de
seus amigos (apóstolos), temos a certeza de que nós também iremos ressuscitar
após esta vida.
O cristianismo não é uma ideia ou uma
teoria, é um fato histórico que mudou o pensamento sobre a vida após a morte.
Após o dia de Pentecostes, os apóstolos começaram a anunciar o grande conteúdo
da fé cristã: Jesus está vivo e ressuscitado.
Cristo deixou uma fórmula para o nosso
processo de ressurreição que é a prática do bem vivendo em profundidade o
mandamento do amor que sempre será um grande desafio para quem vive neste mundo.
Esta existência que estamos vivendo é uma
“segunda gestação” que nos prepara para a vida definitiva. Deus não nos criou
para a morte, mas para a vida. Ele é que nos salva e nos santifica. Devemos
fazer o possível para correspondermos à graça de Deus para progredirmos em
nosso processo de ressurreição. Nesta vida devemos nos preocupar com a nossa
conversão concretizando em nossa vida o que o Senhor nos pede.
É necessário que neste dia de finados
rezemos pelos nossos falecidos. A Igreja nos concede o dom da indulgência
plenária para quem vai ao cemitério ou a uma igreja rezar na intenção do Santo
Padre o Papa uma oração que pode ser um Creio, um Pai Nosso e uma Ave Maria.
Junto é necessária a Confissão e a Santa Missa com comunhão conforme a Igreja
nos prescreve. Você poderá oferecer esta oração pela salvação de uma alma que
esteja no purgatório e esta pessoa irá ter a salvação imediata. É evidente que
para que isto aconteça se faz necessário que estejamos em estado de graça. Com
confissão e celebração da eucaristia.
Recomendamos a leitura do capítulo 15 da
primeira carta de São Paulo aos Coríntios. Todo ele fala sobre a ressurreição.