segunda-feira, 29 de abril de 2013

SOMOS MORADAS DE DEUS



SOMOS CRIADOS PARA PARTICIPAR DA MORADA DE DEUS”.
  
A grande maravilha do cristianismo consiste na possibilidade de Deus vir coabitar em nosso coração à medida que vamos descobrindo sua vontade e concretizando-a em nossa vida. O Evangelho deste sexto domingo da páscoa nos apresenta um aspecto fundamental: “Somos morada de Deus”. O amor não é um gesto isolado da vida. Exige despojamento e reconhecimento do que se ama. Quando buscamos fazer a Vontade de Deus, estamos facilitando o grande desejo que Ele tem de habitar em nosso coração.
A maioria das pessoas hoje se alimenta da mentira apresentada pelo ilusionismo da grande mídia que desvirtua o sentido real de nossas vidas. Jesus oferece a verdadeira paz que é fruto de nossa relação profunda com Deus. O mundo seria melhor se as pessoas vivessem de acordo com o sentido mais profundo de suas vidas.
  

EVANGELHO (Jo 14, 23-29):

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama, não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. Isto é o que vos disse enquanto estava convosco. Mas o defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito. Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. Ouvistes que vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. Disse-vos isto, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis.

 

“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada”.

No momento em que procuramos corresponder ao amor de Deus nos tornamos sua morada. Deus deseja participar de nossa vida, quer que sejamos muito felizes. Para isto fomos criados. Ele teve um projeto muito claro aos nos criar: nos fez para participarmos de sua felicidade. O pecado tira nossa originalidade e passamos a corromper a nossa comunicação íntima com Deus perdendo de vista a nossa característica principal como criaturas humanas. O pecado nos faz “caricaturas” e não imagem de Deus. É isto que a sociedade não consegue perceber. Vive na ilusão do materialismo e acredita que isto seja o mais importante se desviando da verdade que liberta. Vivemos dominados pela mágica ilusionista da mídia que vai nos impondo verdades diferentes da Palavra de Deus.
Não existe amor na desobediência. Quando obedecemos a quem amamos estamos vivendo em conexão com a pessoa amada. O amor exige escuta do amado. Se quisermos amar Jesus devemos procurar obedecê-lo. A chave da nossa felicidade está na tentativa de descobrirmos o que Deus quer de nós e concretizarmos sua vontade em nossa vida. No momento em que penetramos no Mistério Trinitário percebemos o grande valor que temos por sermos criaturas de Deus. Fomos criados para participarmos da felicidade que Deus vive. Jesus nos promete uma presença espiritual no meio de nós e na nossa vida. O cristão vive na presença de um Deus que jamais se esquece de seus filhos.
Jesus como Filho de Deus põe sua morada no íntimo dos fiéis juntamente com o Pai e o Espírito Santo. Quando aceitamos plenamente o projeto de Deus em nossa vida, estamos facilitando o desejo que Ele tem de fazer parte de nossa existência. Esta é a fonte da verdadeira alegria que pode explicar o sentimento misterioso dos Santos que eram capazes de entregar suas vidas por causa de Cristo.
A habitação da Trindade na alma do fiel é o dom supremo feito a nós seres humanos, merecido pela morte e ressurreição de Cristo, e por ele oferecido a quem corresponde ao seu amor, ouvindo e praticando fielmente sua Palavra. Mistério inefável que para ser compreendido e vivido exige particular iluminação divina. *Este parágrafo foi retirado do livro do Pe. Gabriel de Sta Maria Madalena OCD que se intitula Intimidade Divina, Ed. Loyola, pg. 400.
Podemos perceber que ao mesmo tempo em que é uma graça Deus querer habitar em nós, é um grande desafio. Depois da revelação do Mistério Trinitário as nossas atitudes e os nossos valores precisam coincidir com o Projeto de Deus. Não estamos soltos, estamos comprometidos em viver e praticar o Bem.
A Morada é a comunhão plena do homem (criatura) com Deus (Criador). Santa Teresa de Jesus dedicou um livro sobre este assunto comparando a pessoa a um Castelo. A pessoa pode viver nos muros de sua existência ou na sala mais nobre onde Deus quer habitar. Tudo vai depender da tomada de consciência daquilo que realmente ela é. O pecado impede a relação com Deus. Quanto mais profundidade o homem coloca em seu viver, mais relação ele vai ter com Deus, consigo e com os seus semelhantes. Neste sentido percebemos a importância da oração que deve transformar nossas atitudes.
Devemos tomar consciência de nossa riqueza. Há um espaço profundo. A dignidade da alma é a divindade escondida que vai trazer-lhe a plenitude. O grande problema da humanidade é que ela se torna cada vez mais ignorante de sua própria realidade. O materialismo nos afasta da verdade revelada através do Espírito Santo em nós.
Depois do grande presente que Deus nos deu nesta capacidade de um profundo relacionamento com Ele, somos convidados a cultivar esta realidade entrando em nós mesmos. Sentindo-nos amados através da oração. Quanto mais nos comunicarmos com Deus, mais sabemos quem somos e assim teremos mais condições de transformar a realidade.
Jesus nos mostra que existe uma diferença entre a Paz que vem da nossa relação com Deus e a paz ilusória que o mundo oferece. A paz do Messias é a Paz vivida em plenitude. É também um desafio em relação ao despojamento que precisamos viver para alcançá-la. O mundo oferece uma paz transitória baseada no conforto material.
O Espírito Santo vem para nos ensinar o essencial. É o Mestre da Verdade. Nos ajuda na escolha do que é melhor para nós. Ele é o nosso Consolador, pois sempre nos recorda a presença do Ressuscitado no meio de nós. Não podemos nos perturbar nem temer porque o Senhor vai a nossa frente em relação à grande batalha da busca pelo bem.
A vivência do amor exigente nos traz alegria e serenidade. Quando estamos tentando concretizar a vontade de Deus em meio as nossas limitações, sentimos a Paz interior que o mundo desconhece.

 “Senhor Jesus, tu estás no meio de nós ontem, hoje e sempre”.

 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

O MANDAMENTO DO AMOR



“PELO AMOR SOMOS RECONHECIDOS COMO DISCÍPULOS DE CRISTO”.

novo mandamento apresentado pelo Senhor exige de nós uma vida de amor e solidariedade. Ser cristão é viver o amor de forma incondicional. Amar é sair de si mesmo e ir ao encontro do desconhecido do outro. Não podemos dizer que conhecemos a Deus se não vivemos o amor com os nossos semelhantes. Somos reconhecidos pela vida concreta que testemunhamos. Jesus nos manda amar uns aos outros para cumprirmos com a vontade de Deus que é Pai de todos. Somos todos irmãos por sermos criados por Deus. Não existe diferença de grau no amor de Deus por nós. Somos amados da mesma forma. O amor de Deus por nós é ilimitado. Devemos promover a vida e o bem estar de todos para vivermos o que o Senhor nos pede.


EVANGELHO (Jo 13, 31-35):

Depois que Judas saiu do cenáculo, disse Jesus: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. Se Deus foi glorificado nele, também o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo. Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”.

“Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.


Jesus sentiu que estava próximo o momento em que iria dar sua vida por nós. Como se estivesse com uma tremenda necessidade de transmitir o fundamental, chama seus discípulos de filhinhos. É um termo próprio de São João, é uma intimidade muito forte com o Senhor, uma certeza de que Deus não nos abandona. Logo ele diz: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros”. O mandamento que Jesus nos coloca é muito difícil de ser concretizado. Ele continua afirmando que devemos nos amar assim como Ele nos amou. De tudo isto nasce a identidade dos que querem seguir Jesus. Quem afirmar ser discípulo de Jesus deve viver o amor incondicional. Os cristãos são reconhecidos pelo seu altruísmo. O testemunho do amor desinteressado é um processo de toda vida que passa pela nossa consagração batismal. Viver o amor onde não existe amor. Colocar amor para colher amor. O Santo Batismo que recebemos nos torna mais íntimos de Deus e de sua afetividade inefável.
O verdadeiro amor exige saída, perda para a edificação do outro. Exige negação de nosso pequeno plano em relação ao Plano de Deus. Precisamos sair de nosso egoísmo para um altruísmo existencial. Quando amamos o próximo somos promotores de sua vida. Não podemos viver na competição constante que nos é imposta pelas relações comerciais. Hoje a grande mídia nos afasta do sentido da fraternidade nos isolando uns dos outros. Não seremos felizes vivendo um projeto de vida egoísta e individualista baseado no relativismo do mundo. A sociedade procura disfarces para o ser humano mascarando o sentido profundo de sua existência.
O amor sempre será uma novidade. Assim como não podemos explicar o grande amor que as mães sentem por seus filhos, não podemos explicar o quanto Deus nos ama e o quanto Ele sai de si mesmo para nos edificar. O ato de amor é uma perda momentânea para se adquirir a plena realização.
A prática do amor existencial exige uma atitude de Fé, de entrega ao plano de Deus. Nós cristãos temos um grande exemplo desta realidade na pessoa de Maria que soube concretizar perfeitamente a Vontade de Deus em sua vida. Ela é a mãe do silêncio que soube ouvir o que Deus lhe ensinava. Sem oração nunca iremos descobrir a realidade da presença de Deus em nossa vida. Maria é o grande exemplo para todas as mulheres. Ela intercede pelas mulheres que estão abandonadas ou que são enganadas com uma falsa visão da feminilidade. Como seria importante que todas as mulheres vivessem a sua maternidade assim como Maria viveu. Quanto mais “mães” tivermos no mundo, mais pessoas que amam de verdade irão surgir. A maternidade de Maria é exemplo de amor para todas as mulheres da face da terra, especialmente para aquelas que se iludem facilmente com as vaidades do mundo.
O nosso mundo precisa de afeto, precisa de doçura, precisa de alento. Vamos parar um pouco e ver para dentro de nós mesmos. Vamos tentar perceber o quanto vale a nossa vida e o quanto Deus espera de cada um de nós.


“Senhor Jesus, queremos viver o amor com todas as pessoas conforme nos ensinastes”.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

JESUS CRISTO É O BOM PASTOR



O quarto domingo da Páscoa nos apresenta a figura de Jesus como o bom pastor que defende e ampara as ovelhas na peregrinação para a eternidade. Devemos assumir a grande responsabilidade de nos ajudarmos mutuamente em nosso processo de salvação. Estamos correndo o risco de sermos arrastados para longe de Deus pela ação nefasta dos falsos pastores. Estes estão presentes especialmente na “Grande Mídia” que tenta dispersar as ovelhas destruindo a família. Neste domingo vamos rezar também pelas nossas vocações. Especialmente pelos sacerdotes para que vivam com alegria seu ministério e tenham um grande amor por Jesus e Maria.


EVANGELHO (Jo 10, 27-30):

Naquele tempo, disse Jesus: “As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão. Meu Pai, que me deu essas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebentá-las da mão do pai. Eu o Pai somos um.”


“As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem”.

Deus em seu infinito amor pelo ser humano deu o tinha de melhor para que ele participasse de sua infinita alegria. A comparação com a tarefa do pastor tem este sentido profundo. Deus está sempre “preocupado” com a nossa salvação. Jesus se serve de uma atividade milenar que até hoje existe em alguns países. A função do pastor é cuidar de forma incondicional do rebanho. Não podemos calcular o amor que Deus sente pelas suas criaturas. Ele deseja que todos se salvem. É nesta realidade que podemos entender o seu profundo esforço que se assemelha ao pastor que procura o bem de suas ovelhas.
Quando nos consagramos a Deus em nosso batismo, queremos seguir os passos de Jesus em nossa vida. Procuramos configurar a nossa vida com Cristo. No momento em que experimentamos o amor de Deus nos tornamos pastores de nossos irmãos. Especialmente pelo nosso testemunho. Surge uma grande alegria em nosso coração que começa a contagiar todas as pessoas especialmente as que perderam o sentido de suas vidas. Buscar o bem universal é tarefa de todo cristão. Não é fácil a concretização do que sentimos e experimentamos dentro da realidade em que vivemos. O mundo moderno sofre as consequências do egoísmo e das rupturas. Há uma grande crise afetiva que destrói o ser humano em suas raízes. Esta crise é alimentada pelos falsos pastores que tentam destruir a verdadeira afetividade humana.
O pastor está sempre atento aos ataques do inimigo do rebanho. Hoje os lobos têm várias formas de se apresentarem. O relativismo, especialmente com as coisas de Deus, faz que as pessoas se afastem da verdade, ou assumirem outras verdades que são só paliativos para os verdadeiros problemas que afligem o homem. Este relativismo faz que o coração da pessoa fique enrijecido valorizando as coisas materiais.
O cristão deve ser ovelha de Jesus e pastor dos irmãos. Só a partir de uma profunda experiência transformadora poderemos “falar” de Deus. A verdadeira pregação envolve todo o ser da pessoa. Por esta razão o testemunho se torna um complemento essencial para o que falamos. As palavras sem a vivência se tornam vazias. É certo que todos estão em um processo de busca do essencial. Por esta razão precisamos ser verdadeiros conosco mesmos. Deus exige de nós uma atitude de amor e não de teoria.
A ovelha é reconhecida pela sua humildade e mansidão. Para aceitarmos a verdade de Cristo precisamos ser humildes. Somos desafiados a aceitar em nossa vida o amor de Deus. Santa Teresa de Jesus nos afirma que quando andamos na verdade somos humildes. Para que a Graça de Deus possa atuar em nossa vida, precisamos abrir nossos corações. Retirar dele todo egoísmo e vaidade.
Se andarmos juntos com o pastor e do rebanho não seremos mortos pelas feras que estão em nosso redor. Seremos duplamente protegidos e livres do mal que nos ronda.

 

“Senhor Jesus, cuide sempre de nós para que possamos ser suas ovelhas dóceis a seu chamado de amor”.


segunda-feira, 8 de abril de 2013

A PESCA MILAGROSA: É O SENHOR QUE ESTÁ ENTRE NÓS.




O terceiro domingo da Páscoa nos apresenta mais um momento com o Ressuscitado. A “pesca milagrosa” nos mostra como não estamos mais sozinhos. Jesus se manifesta glorioso para preparar a grande missão dos discípulos após Pentecostes. Eles serão as testemunhas do plano de salvação de Deus para toda criatura humana. Deus quer salvar a todos. Os discípulos serão os primeiros anunciadores da verdade que aceita por nós inicia um processo de libertação que vai culminar na vida eterna. O Senhor realiza sinais de sua presença hoje no meio de nós. Precisamos escutá-lo em nosso interior. O materialismo é extremamente prejudicial porque nos afasta de nosso eixo. O apego as coisas transitórias nos desviam do essencial. Jesus está presente em nosso meio da mesma forma que esteve na vida dos seus discípulos. Quando cultivamos uma amizade aberta e sincera com Jesus seremos transformados em novas criaturas.

EVANGELHO (Jo 21, 01-14):
Naquele tempo, Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus. Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Também vamos contigo”. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. Então Jesus disse: “Moços, tendes alguma coisa para comer?”  Responderam: “Não”’. Jesus disse-lhes: “Lançai a rede à direita da barca, e achareis”. Lançaram, pois a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. Então o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar. Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. Logo que pisaram a terra, viram brasas acessas, com peixe em cima, e pão. Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”. Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.

“É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar.

A afirmação de João sobre a certeza da presença de Jesus ressuscitado é um testemunho que movimenta logo Pedro que foi escolhido por Jesus para ser o chefe da Igreja. Pedro não quer perder tempo, deseja profundamente seu encontro com o Mestre que agora é Senhor.
A pesca milagrosa comprova a presença de Jesus como todos os milagres, sinais e prodígios que ele realizou. Ela foi consequência de um fato novo. Os sinais da presença do Mestre comprovam uma nova época, uma nova história. Os discípulos não estão mais sós. Jesus estará sempre presente em suas vidas de agora em diante. Os cristãos são anunciadores da presença real de Jesus Vivo no meio de nós.
É extraordinário pensar na alegria e na surpresa que invadiu a vida destes homens que estavam tristes e decepcionados com os fatos que haviam acontecido. Acreditavam que Jesus iria fazer uma restauração somente política, mas a sua restauração era muito maior. É uma restauração em nível mais profundo, dos valores, da busca do essencial tendo como prêmio a vida eterna. O centro da doutrina cristã é fazer o bem em qualquer ambiente.
Deus muitas vezes tem uma lógica misteriosa, uma linguagem que nos deixa sem ação. Toda humanidade foi transformada pelo novo acontecimento. Dentro de seus corações os discípulos experimentaram a felicidade que antecede a alegria eterna. A certeza de que esta vida é uma passagem para o eterno, é uma preparação para o definitivo. Deus nos ama muito e nos preparou para Ele. Somos peregrinos nesta vida. Não levaremos nada conosco a não ser o bem que promovemos nesta vida.
Os discípulos ainda não tinham recebido o Espírito Santo. Estavam incapacitados para entenderem o que significava a ressurreição para suas vidas e para o futuro da humanidade. Todos estes fatos seriam recordados e ganhariam uma nova interpretação após Pentecostes com a vinda do Espírito Santo. Talvez por esta razão que eles ainda estavam confusos.
O materialismo perde sua alternativa a partir da ressurreição de Jesus. A fascinação da sensualidade é uma folha frágil em relação ao fato da ressurreição.  A vida venceu a morte. O pecado perdeu sua autoridade sobre a pessoa humana. A sensualidade perde seu sentido frente ao amor de Deus. O mundo hedonista dos prazeres se torna limitado na busca da felicidade eterna que é certa a partir da Ressurreição do Senhor.
Pedro sempre toma iniciativa. Tanto para ir pescar como para se jogar no mar e ir imediatamente ao encontro do Senhor. Imaginamos a alegria que invadiu seu coração ao perceber que era Jesus que estava na margem? Além do amigo, o próprio Cristo, o ungido para restaurar todas as coisas. Deus que lhe deu a vida e a grande missão de iniciar e governar a Igreja.
Sempre que nos encontramos verdadeiramente com Jesus somos enviados para a missão. Devemos sofrer também as consequências da sua amizade e de seu amor. O sofrimento faz parte da vida dos que querem amar de verdade. O despojamento é fonte de verdadeira alegria. Não podemos seguir a Cristo sem passarmos pela ponte da cruz. Ela é necessária para se descobrir o caminho da vida. Não podemos temer as dificuldades e nossas limitações, mas termos a certeza da presença do Ressuscitado em nossa vida.
Falta pouco para Pedro deixar de ser um simples pescador, para cumprir com a grande missão que o Senhor irá lhe confiar de pregar a Boa Nova da Salvação a todos os povos. A experiência de Jesus irá se transformar em Palavra e Sacramento para que todo ser humano tenha oportunidade para se salvar.  

 “Senhor Jesus, nós queremos viver nossa vida conforme o vosso projeto”.



sábado, 6 de abril de 2013

FESTA DA MISERICÓRDIA


DEVOÇÃO AO JESUS DA MISERICÓRDIA




“Diz à humanidade sofredora que se aconchegue no Meu misericordioso Coração, e Eu a encherei de paz. A humanidade não encontrará a paz enquanto não se voltar, com confiança, para a minha misericórdia”.

 

Estas palavras foram pronunciadas por Jesus Cristo na aparição a Santa Maria Faustina Kowalska nos anos trinta do século passado. A missão desta santa iniciou-se em 22 de fevereiro de 1931, quando o misericordioso Salvador lhe apareceu. Ela viu Jesus vestido de túnica branca, com a mão direita levantada a fim de abençoar, enquanto a esquerda pousava no peito, fazendo que a túnica, levemente aberta, deixasse sair dois grandes raios, um vermelho e outro pálido. A Santa Faustina fixou em silêncio o olhar de Jesus que lhe disse:

“Pinta uma imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus eu confio em Vós. Desejo que esta Imagem seja venerada, primeiramente, na vossa capela e, depois no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar esta Imagem não perecerá. Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. Neste dia, estão abertas as entranhas da Minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças. A Festa da Misericórdia saiu das Minhas entranhas. Desejo que seja celebrada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa. A humanidade não terá paz enquanto não se voltar à fonte da Minha misericórdia” (Diário nº 699).


Neste próximo domingo em muitas comunidades católicas será exposta a imagem de Jesus Misericordioso. O sacerdote que divulgar esta devoção receberá muitas graças para si e para sua comunidade. Também podemos alcançar a graça da Indulgência Plenária conforme a Igreja prescreve para este dia.

 

segunda-feira, 1 de abril de 2013

A PAZ QUE O SENHOR NOS TRAZ PELA SUA MISERICÓRDIA


“RECONHECER JESUS RESSUSCITADO É RECONHECER SUA MISERICÓRDIA”.


O segundo domingo da Páscoa é reconhecido oficialmente pela Igreja como Domingo da Misericórdia grande devoção de nosso saudoso Papa João Paulo II. Esta festa nos recorda o momento em que Jesus entra Glorioso no Cenáculo com as portas fechadas e transmite a grande consequência dos que experimentam a Deus. A Paz é fruto do amor misericordioso de Deus para com suas criaturas. É o grande fruto do amor de Deus que jamais se esquece de seus filhos. Ele oferece o seu imenso amor a todos os seus filhos através de Jesus Cristo. É o grande mistério de amor da Santíssima Trindade que deseja que façamos parte de sua felicidade.

 

EVANGELHO (Jo 20, 19-31):

Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos de Jesus se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. Depois destas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. E depois de ter dito isto, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados eles serão perdoados; a quem não perdoardes, eles lhes serão retidos”. Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio. Os outros discípulos contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor!” Mas Tomé disse-lhes: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos em suas mãos, e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”. Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” Jesus lhe disse: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” Jesus realizou muitos outros sinais diante dos discípulos, que não estão escritos neste livro. Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo tenhais a vida em seu nome.

 

“Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!”

A humanidade está passando por uma grande crise afetiva que envolve a dimensão mais profunda da pessoa. É uma crise que abala as relações humanas. As pessoas não se sentem amadas e por isso se perdem em seus próprios projetos particulares deixando de lado o plano de Deus. Nós seremos bem-aventurados no momento em que crermos firmemente que Jesus está vivo no meio de nós. Temos a certeza de sua presença e esta realidade é fonte de realização interior. Jesus nos oferece uma felicidade permanente. O cristianismo é uma herança do testemunho apostólico. Somos desafiados a crer no testemunho dos apóstolos que viram Jesus Ressuscitado e ter uma grande amizade com Ele.
A profissão de fé de Tomé, chamado dídimo, que significa pequeno; faz-nos repensar sobre nossa Fé como aceitação do Mistério da presença de Deus em nossa vida. Muitas vezes agimos como ele. Queremos uma comprovação daquilo que só é possível saber pela Fé. A razão é uma ferramenta que tem suas limitações para entendermos a lógica inefável de Deus.
Jesus entra no local onde os discípulos se encontravam com as portas fechadas. Com medo da perseguição e das críticas que os outros poderiam fazer em relação ao seu discipulado. Eles ainda não tinham experimentado a força do Espírito Santo que fará a abertura do Cenáculo e o anúncio do testemunho da Ressurreição de Jesus. Os cristãos do mundo inteiro devem anunciar hoje esta grande realidade sem medo algum de qualquer perseguição.
A saudação de Jesus se refere à grande necessidade do ser humano que é ter paz. Uma paz que muitas vezes exigirá sofrimento daqueles que irão ser seus apóstolos após Pentecostes. A segunda saudação de paz está unida à missão apostólica. Os apóstolos a partir deste momento recebem a graça do sacramento da Reconciliação. O perdão dos pecados que nos renova da nossa incapacidade de amar. O que seria de nós sem este sacramento. Viveríamos longe da Graça de Deus.
Jesus pede que os seus discípulos perdoem os pecados. É o mistério da Igreja, a forma de mediação mais perfeita que Deus deixou para nossa salvação. Infelizmente com o surgimento do protestantismo muitas pessoas relativizaram este mandato de Jesus pensando em um perdão pessoal. O pecado atinge a comunidade e o sacerdote em nome de Deus e da comunidade prejudicada com suas faltas, nos perdoa. É um momento de profunda libertação para todos nós. Se este sacramento fosse mais freqüente em nossa vida, certamente teríamos menos problemas de ordem afetiva e emocional.
Crer é aceitar e se entregar ao que Deus nos apresenta com sua linguagem paradoxal. Os discípulos “viram o Senhor”. Hoje devemos crer nesta verdade que perpassa os séculos. O testemunho é uma verdade que se vê na testa. Na frente da pessoa envolvida pelo mistério. Jesus não está morto, mas vive no meio de nós, na sua Igreja nos sacramentos, na pessoa de cada irmão especialmente os mais necessitados.
Crer é ter a vida em Cristo. É se dispor a negar-se a si mesmo em favor da missão que Ele nos confia. Quando acreditamos somos enviados ao sofrimento. A experiência de Deus é rica em misericórdia. Por esta razão ela é uma experiência de perdão. Quando somos perdoados nos sentimos amados. Por esta razão a humildade é necessária para sermos realmente felizes em nosso processo de ressurreição.
Somos pecadores, mas o Senhor é misericordioso e quer nos reconciliar. A comunicação perdida com Deus através do pecado original é derrotada pelo próprio amor que Deus sente pelas suas criaturas. A experiência da misericórdia afasta o inimigo de nossa presença e faz que confiemos no amor inefável de Deus.
Hoje, através de nossa vida, devemos mostrar ao mundo que Cristo está vivo. Especialmente pelos valores que vamos assumindo em nossa existência em direção ao Pai. Os cristãos precisam viver na alegria verdadeira que nasce da conexão com o Criador através de Jesus Cristo. Hoje queremos ser os bem-aventurados, que mesmo sem termos visto o Senhor acreditamos no testemunho daqueles que nos antecederam na Fé.
“Meu Senhor e meu Deus”. A profissão de fé do apóstolo Tomé marcou a história da humanidade. Podemos cair na tentação de achar que ele era uma pessoa fraca e insensível. Mas o crer no Cristo ressuscitado é o maior desafio que temos em nossa vida. Crer é concretizar na vida os valores de Cristo. Pela fé teremos paz que é um dom necessário para sermos felizes.
A saudação que Jesus ressuscitado faz ao estar junto aos seus discípulos é muito importante para que saibamos qual é a conseqüência da vida de seus seguidores. A paz é fruto do amor que invade o coração daquele que crê. O processo de ressurreição começa já nesta vida quando iniciamos a aceitar a realidade do amor que Deus sente em grande escala por nós.
O perdão é uma graça dada a partir do Espírito Santo e isto provoca a unidade dentro de nós mesmos e na vivência comunitária.  Tomé representa todos nós que queremos uma comprovação tátil daquilo que é sobrenatural. Quando amamos temos certeza de fatos que não conhecemos de um modo racional. A razão é um instrumento que deve nos levar a experiência de sermos criaturas amadas por Deus. 
Os primeiros mártires da Igreja nos dão provas de que quando vamos nos entregando ao mistério da ressurreição, nos desapegamos da sociedade que valoriza o que não tem valor.
Como é importante aceitarmos o testemunho de nossos irmãos. Vermos a transformação que acontece em suas vidas a partir da fé. Se Tomé tivesse valorizado aquilo que seus irmãos tinham experimentado, ele não seria revestido da dúvida em relação ao fato da ressurreição de Jesus.
A partir do mistério da Ressurreição de Jesus a história da humanidade já não é mais a mesma e a definição sobre a existência humana toma outro sentido. Jesus está vivo no meio de nós oferecendo a sua infinita misericórdia. Não podemos mais perder tempo com alegrias momentâneas, tudo o que estamos passando é preparação para a vida definitiva.
Se existimos é porque somos amados. Estamos sobre o olhar amoroso de Deus que nos criou para a vida. A conversão ou o nosso processo de ressurreição exige de nossa parte uma mudança em nosso olhar. Para nos santificarmos precisamos olhar como Deus olha. Deixarmos de lado todo egoísmo para experimentarmos o amor.

 

“Senhor Jesus nós confiamos em vossa misericórdia.”