terça-feira, 31 de janeiro de 2012

BASTA TER FÉ



 
NÃO TENHAS MEDO. BASTA TER FÉ (Mc 5, 36).

Esta frase é recolhida do momento em que Jesus motiva o pai da menina que estava tida como morta, incentivando ele a ter fé. A nossa vida é cheia de provações e dificuldades, existem momentos em que pensamos não ter mais saída. Neste momento vem a fé a nos ajudar. Ela nos leva a uma confiança de que Deus pode tudo e que somos dependentes dele.
Não podemos ter medo. Ele é um sentimento que nos faz tímidos no sentido negativo. Podemos perceber que a grande mídia faz este papel. Apresenta notícias muitas vezes manipuladas que vão contra os valores básicos da vida humana. Um exemplo é o grande combate a instituição familiar. A regra de consumo vai contra a regra de afetividade vivida em uma família estruturada. Quando perdemos as raízes perdemos a seiva e somos fadados a morte.
Como se explica hoje o grande número de pessoas doentes física e espiritualmente? Onde está a origem de tantos sofrimentos? A explicação para isto é a falta de paz no coração ou paz de consciência que só poderemos alcançar através do reconhecimento do amor que o Criador tem por nós.
O pai da menina seguiu com Jesus até sua casa, não caiu no desespero. É um exemplo para nós. O Senhor caminha conosco. Ele está em nosso lado, percebe nossos sofrimentos. Da mesma forma devemos ir enfrentando as dificuldades que fazem parte de nossa vida. Vamos seguir confiantes o caminho, sem medo do mal que está ao nosso lado, sem medo de sermos a minoria por tentarmos obedecer a Palavra de Deus.

Padre Giribone - OMIVICAPE

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

DIÁLOGO NA VIDA CRISTÃ FAMILIAR


 
          O título desta mensagem é muito sugestivo para nós. Temos dois conceitos unidos numa mesma realidade. Afirmamos que na vida cristã familiar o diálogo é essencial. Percebemos como a “grande mídia” tenta destruir a família com diversas estratégias como vemos em sua programação.

Quando que uma família pode ser realmente chamada de cristã? Quando os valores de Jesus Cristo fazem parte de seu dia a dia. Quando existe o respeito, o carinho, a fraternidade no sentido mais amplo da palavra. Podemos afirmar, que mesmo não sendo cristão, todo homem precisa de uma família, precisa da identidade familiar. É pela família que a pessoa se prepara para a vida social.
O adjetivo de cristã significa que uma família que professa a Fé em Jesus Cristo, tem características bem diferenciadas das demais. Dentro destas características vem a necessidade de diálogo.
Vocês devem se lembrar dos ensinos básicos da comunicação que explica para nós o que significa dialogar. É a emissão e recepção de uma mensagem. Para que aconteça o diálogo, precisamos destes três aspectos que se correspondem:

 EMISSORèMENSAGEMèRECEPTORèMENSAGEMèEMISSORè...
        
O emissor envia e recebe uma resposta que irá lhe provocar uma reação. No momento em que isto é cortado o diálogo deixou de existir. O diálogo tem sua intensidade na qualidade da mensagem. Pois não adianta muito tempo de diálogo se este diálogo não tem nenhuma qualidade. È o que vemos em uma história em que o pai tinha uma mosca em sua sopa e não deixava sua filha falar sobre a mosca porque imaginava que era outra coisa.
Podemos afirmar que o diálogo é tão importante na vida familiar que ele se torna básico para a felicidade de seus membros. Todos os problemas que acontecem na vida conjugal têm seu início na falta de diálogo entre o casal.
Para que isto aconteça, se faz necessário o diálogo com Deus na vida de oração. Para que o diálogo humano seja profundo, é preciso que o diálogo com Deus seja permanente em nossa vida. Sem espiritualidade a família não tem mais como sobreviver aos apelos do inimigo expresso nos meios de comunicação social. Muitas vezes temos tempo suficiente para a televisão, mas não podemos nos abrir para as pessoas que são mais queridas nossas. As pessoas que realmente devemos todo o nosso carinho e atenção.
A Santíssima Trindade é o maior exemplo de partilha que existe. Se somos criados a imagem de Deus, precisamos viver o que Ele vive em sua essência.  

Padre Giribone - OMIVICAPE

sábado, 28 de janeiro de 2012

“AUTORIDADE NOS VEM PELA BUSCA DA VERDADE”.







IV DOMINGO DO TEMPO COMUM (B)


A Paz do Senhor Jesus Cristo esteja sempre convosco!

Estamos dentro de uma sociedade que sofre terrivelmente pela falta de autoridades em diversos níveis. Fala-se demais e se vive pouco. Muitos planos e poucas realizações que beneficiem realmente a pessoa humana em todos os níveis. O plano de Deus é perfeito, Jesus é a verdadeira autoridade que nos mostra o caminho que nos conduz ao Pai. Ele é capaz de nos ensinar a verdade que nos tornará realmente livres. Só seremos livres quando ganharmos nossa autonomia diante de nossas fraquezas e limitações. Quando não formos dominados pela falsa idolatria do relativismo implantado no mundo pelas relações comerciais.

ORAÇÃO: Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo coração, e amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo na unidade do Espírito Santo. Amém.

EVANGELHO (Mc 01, 21-28):
Na cidade de Cafarnaum, num dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei. Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: “Que queres de nós, Jesus Nazareno? Viestes para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”. Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele!” Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” E a fama de Jesus logo se espalhou por toda parte, em toda a região da Galiléia.

“Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade”.

Deus escolheu o povo de Israel para manter, após a vinda de Cristo, contato com toda a humanidade. Não existem dúvidas sobre esta revelação ou intervenção direta d’Ele na história. Com o passar do tempo o povo hebreu perdeu o sentido mais profundo dos ensinamentos de Deus. Jesus vem pregar com autoridade o Reinado de Deus. Esta autoridade vem pelo próprio fato dele ser o Filho de Deus que veio para modificar o curso da história. As pessoas de boa vontade irão aceitar em suas vidas esta Boa Nova se salvando e se tornando instrumento de salvação para os irmãos já que o fenômeno do cristianismo sempre acontece em cadeia, nunca de forma isolada ou particular.
Jesus vai à sinagoga para refletir sobre a Palavra de Deus e cura os que precisam ser curados ou os que se deixam curar por ele. Hoje temos muitas pessoas dominadas por vários espíritos maus que as afastam da verdade, que os fazem perder o verdadeiro sentido de suas vidas. Jesus vem nos libertar de toda falsidade ideológica pregada pelo consumismo. Não estamos neste mundo para competir, mas para partilhar nossa existência com a existência de nossos irmãos. Crescer em comunidade é a raiz da verdadeira felicidade.
Os mestres da Lei estavam perdidos porque lhes faltava a experiência de Deus. Não adianta só conhecermos a verdade se não temos capacidade de direcionar nossa vida para o que ela nos apresenta. Hoje somos carentes de cristãos que vivenciem a Palavra. Sejam um sinal de testemunho de seu efeito em suas vidas. O testemunho fala muito mais alto que a teoria. Ele é que nos dá autoridade muito mais do que o acúmulo de teorias que possamos ter sobre o que seja melhor para o ser humano.
A pessoa autônoma é a que tem autoridade. É aquela que pode se dominar. Não se deixa manipular pelo lado “mais fácil”. Os valores econômicos hoje, estão acima dos valores afetivos. Este é o grande desafio do cristianismo. Lutar por um mundo novo, fraterno sem injustiças e que todos tenham o mínimo para sobreviver.

“Senhor Jesus, fazei que abramos nosso coração ao que o Senhor nos apresenta para sermos testemunhas da verdadeira alegria”.

Padre Giribone - OMIVICAPE

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

TESTEMUNHO DA VERDADEIRA LIBERTAÇÃO



 

Minha formação teológica foi profundamente marcada pela Filosofia e Teologia da Libertação. Parecia que nos anos 80 quem não pensasse desta forma estava em outro planeta. Eu me voltei muito para a área intelectual. Estudei muito a Sagrada Escritura e participei de muitos movimentos sociais da época, inclusive manifestações do MST, PT, etc. Sentia no fundo de meu coração um grande vazio, mas era moda e tínhamos que concordar com tudo, pois do contrário éramos taxados de “conservadores”. Eu sempre gostei muito da opção pelos pobres sempre amei trabalhar com eles. Inclusive trabalhamos três anos numa periferia de Porto Alegre RS. Não concordava com os exageros e pensava muitas vezes nas coisas que nos falavam que na realidade nos enchiam mais de ódio no coração do que de amor. Havia um grande desprezo pelos sacramentos o que muito me entristecia.
Graças a Deus que fui convidado por um grupo da Renovação Carismática Católica de Passo Fundo RS para celebrar em uma vigília de oração em 1990 recentemente ordenado. Ao final da vigília o grupo de leigos me fez um convite para rezarem por mim para que eu experimentasse a graça do Espírito Santo. No momento algo me dizia para que eu aceitasse e prontamente me prostrei no chão e todos rezaram por mim. Não sei como isto aconteceu, pois era muito orgulhoso e achava que sabia tudo e o que eram aqueles leigos que considerava um grupo de fanáticos. Quando voltei para o seminário onde morava senti durante a noite a força do Divino Espírito Santo transformando todo o meu ser. De teórico da Fé passei a ter um grande amor por Jesus e Nossa Senhora. Tudo se modificou em minha vida. Deus seja louvado.
Hoje me encontro aqui no extremo sul do Brasil na fundação da Obra Missionária Virgem do Carmo Peregrina que tem como um de seus carismas ajudar as crianças necessitadas e os irmãos encarcerados. Tenho certeza que a verdadeira libertação acontece de dentro para fora. É a partir da vida no Espírito é que nos tornamos agentes de libertação. Não podemos esquecer os pobres, mas precisamos ser ricos em Deus para libertarmos os mais empobrecidos. O sacramento da Eucaristia, a Reconciliação e todas as graças dadas por meio da Igreja são os meios mais eficazes que temos para que nossa ação não seja vazia.
Muitos colegas desistiram até mesmo do ministério sacerdotal, porque quiseram somente defender Jesus e não amá-lo de todo coração. Hoje necessitamos de sacerdotes que busquem uma verdadeira conversão para se tornarem agentes da verdadeira libertação que nosso povo precisa.

Padre Giribone - Fundador da OMIVICAPE 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

CRISTOLOGIA DE SÃO JOÃO DA CRUZ


 

É sempre um grande desafio penetrar na intenção profunda de uma pessoa. Mais difícil é saber o que pensa um místico do século XVI como São João da Cruz. Especialmente porque ele nunca quis dizer nada sobre sua pessoa. Não se serviu de fatos de sua vida para explicar o fenômeno místico que percorreu em sua existência.
Todos os grandes especialistas do doutor místico irão afirmar que sua espiritualidade é cristocêntrica-trinitária. Deus trindade se revela a nós por Jesus Cristo que irá ativar a presença do Espírito Santo que nos ajudará a vivermos seus valores dentro da realidade onde nos encontramos.
Nós somos cristãos conforme a visão que tivermos de Cristo. Se ele for um personagem histórico, com base em uma ideologia, afastado de nossa vida, certamente não morreremos por ele. Se ele for um amigo, uma pessoa presente em nossa vida de forma efetiva acontecerá uma revolução em nossos valores. Jesus Cristo não será alguém que está longe de nossa vida. Ele sempre estará em busca de nós para nós buscarmos a ele.
São João da Cruz não é um teólogo. É alguém surpreendido com o grande mistério de nossa fé.  Jesus nos revela constantemente a grande verdade que existe um romance entre a Santíssima Trindade e a pessoa. Para efetivar este romance Jesus é o interlocutor. É o príncipe que beija  a bela adormecida fazendo que todo o castelo de nosso ser reviva novamente.
O carisma carmelita de se manter na Presença de Deus, perpassa a vida de São João da Cruz. Ele terá uma experiência profundíssima sobre esta realidade que para nós seguirá sempre sendo um mistério. Jesus é o Verbo Encarnado que irá nos mostrar o Pai e enviará o Espírito Santificador de nossas vidas.
A união de amor se configura e realiza na vida teologal. Esta é a estrutura dinâmica central do pensamento sãojoanista[1]. O grande desafio da mística cristã é a união das duas vontades. A divina deve se unir a nossa para entendermos quem é Deus em nossa vida (V + v = U). São João da Cruz vai ser “severo” em sua doutrina para que não sobre nada de amor egoísta que possa atrapalhar o nosso relacionamento com o puro altruísmo de Deus.
São João da Cruz tem consciência de que jamais poderemos chegar à compreensão total do mistério de Cristo. Ele nos fala na segunda redação do Cântico Espiritual sobre a abrangência desta realidade: “Por mais mistérios e maravilhas que se descobriram em Cristo os santos doutores e entendido as santas almas neste estado de vida, lhes ficou tudo ainda para dizer, e ainda por entender, e assim há muito que procurar em Cristo: porque é como uma abundante mina com muitos seios de tesouros, que por mais que se procure, nunca se chega ao fim nem término, antes vão em cada seio  procurando novas veias de novas riquezas aqui e ali. Que por isso disse São Paulo (Cl 2, 3) do mesmo, dizendo: Em Cristo moram todos os tesouros e sabedoria escondidos”.
A doutrina sobre Jesus Cristo se apóia sobre fortes pilares bíblico-dogmáticos e se tece com três fortes fios presentes em toda a trama textual e mental Sãojoanista: uma viva e profunda experiência dos insondáveis mistérios de Jesus Cristo; uma forte assimilação e meditação de alguns dos dados revelados acerca dos mistérios da vida do Senhor; e  por fim, uma reflexão teológica e espiritual de orientação predominantemente prática ou mistagógica[2]. Toda vida de SJ+ é recheada de um profundo diálogo com Cristo. Percebemos uma grande semelhança com Santa Teresa neste aspecto, apesar de que todo cristão quer se tornar discípulo e não existe discípulo sem diálogo com o mestre. Se somos discípulos queremos aproveitar o que há de melhor no mestre. O mesmo acontece  com SJ+, ele busca um contato íntimo com o mestre que lhe ensinará quem ele é e quem é Deus para ele.
Na história da vida de SJ+ do Pe. Crisógono (11ª ed., p.254), temos o fato bem conhecido do diálogo  do santo com Cristo em Segóvia contado por seu irmão Francisco: Jesus fala com o santo agradecendo seus favores e dizendo que gostaria de favorecer-lo mais por sua profunda amizade e trabalhos te tinha passado por ele. SJ+ responde a Jesus: “Senhor, o que quero que me deis é trabalhos que padecer por vós e que seja eu menosprezado e tido em pouco”. SJ+ sabia pela sua experiência de que quanto mais servisse ao Senhor esquecendo seus egoísmos mais feliz ele seria e maior conhecimento ele teria da verdade de Cristo presente como amigo em sua vida. Embora o santo seja também um grande teólogo a sua preocupação é manter-se sempre atento a missão de divulgar o amor de Deus a partir de sua bondade infinita manifestada na pessoa de Jesus Cristo. A felicidade só será possível pela União de amor. Afetividade de Deus mais a afetividade humana. A Graça é o exercício de amor efetivo e atual. De forma interior com a vontade e no ato de afeição. De forma exterior realizando obras relacionadas ao serviço do Amado. A configuração com o que amamos faz que se coincida automaticamente nossa identidade com o objeto amado. Nós nos transformamos naquilo que amamos.
Durante muito tempo a interpretação da doutrina de SJ+ foi mal analisada. Se ficou no método sem se recordar do objetivo que é a busca da felicidade na configuração de nossa vida com a de Cristo. É necessária a negação de si mesmo para que aconteça a união das duas vontades.
SJ+ era um apaixonado pela cruz de Cristo, pelo fato extraordinário de ele ter dado a sua vida por amor a nós que somos criaturas. Ele desenhou uma imagem de Cristo na Cruz que tem um significado profundo de doação da parte de Deus em favor dos homens. Era grande devoto do nascimento de Jesus, da sua presença no Santíssimo Sacramento e da Virgem Maria. A Encarnação, a Cruz e a Eucaristia eram os mistérios mais meditados por ele.
Nenhum testemunho externo chegará a exagerar a importância e a centralidade axial do mistério de Cristo Amado e Esposo em sua vida. Nenhum será tão claro e convincente como seus poemas. Todos nascem da ferida e da ansiedade de haver conhecido e não ter a uma  possessão e presença de Cristo irmão, companheiro, amado e amigo[3]. Há uma escala forte de relacionamento com a pessoa de Jesus. Um verdadeiro discipulado no amor e no reconhecimento do que fez por nós e de sua presença viva.
A oração de SJ+ era essencialmente cristológica. A referência de sua vida e de seus escritos sempre colocava no centro a sua profunda relação com Cristo. Sua vida inteira era um diálogo de íntimo trato e amizade com ele. No momento em que fazemos um estudo mais aprofundado de seus poemas iremos perceber uma relação pessoal com Cristo numa totalidade existencial.
A visão teológica de Cristo de SJ+ é a tradicional de seu tempo. Os homens se tornam, por adoção, filhos de Deus através da encarnação do Verbo. Devido a este fato, o homem pode transformar-se de tal modo que chegue a uma autêntica divinização ou deificação (identificação plena com Deus). A obra da criação, da encarnação, da salvação e da divinização Deus Pai realiza por meio da figura de seu Filho. Tudo em Cristo deriva de sua filiação divina e de sua encarnação. Se formos fazer uma leitura ao contrário desta realidade iremos perceber que o homem quando se afasta do projeto de Cristo cai no autêntico sofrimento provocado pelo seu egoísmo. Jesus nos transforma com sua amizade, nos afasta da busca das alegrias momentâneas e nos leva à felicidade divina.
Jesus Cristo é a peça fundamental do romance entre Deus e o homem. Deus vai à busca da pessoa mesmo que ela tenha falhado. Tem um amor mais profundo que o homem que não pode ver todas as dimensões de sua vida. O pecado tem menos força que a decisão  de Deus de amar e igualar consigo o homem no Verbo.
Toda a vida de Cristo tem por finalidade a transformação do humano em divino. O Espírito Santo aproveita em nós o que Cristo deixou em sua  vida e nos transforma para  termos uma relação profunda com Deus. É um amor esponsal, bem mais profundo do que uma simples amizade ou um amor humano.
Jesus Cristo também é visto por SJ+ como “Sabedoria Divina” que encerra todos os tesouros de Deus e todas suas riquezas. No momento em que a pessoa se une a Cristo encontrará uma fonte inefável de conhecimento da realidade do amor de Deus. Jesus é a ponte que liga nossa realidade a realidade divina. Quanto mais forte for nossa comunicação com ele mais conhecimento e maior  transformação.
Na realidade o mistério do homem só se explica pelo mistério do Verbo encarnado. Ele é a imagem do Deus invisível (Cl 01, 15). É também o homem perfeito, que há devolvido a descendência de Adão à semelhança divina, deformada pelo primeiro pecado. A função da redenção é divinizar a pessoa desfigurada pelo pecado que é fonte de egoísmo e individualismo. A conseqüência do pecado é a ilusão de que a pessoa é autora de sua própria felicidade. Jesus vem ensinar o caminho de retorno ao Pai. A pessoa se torna a Morada para a Sabedoria do Filho e de sua Esposa que é a Igreja.
A Encarnação do Verbo aparece na doutrina cristológica de SJ+ como centro de sua reflexão. Há possibilidade de uma divinização da pessoa graças a este mistério. Acontece a recapitulação de todas as coisas em Cristo. Se na Criação a imagem do Filho vestiu de beleza a todas as criaturas, pela Encarnação  lhes comunicou o “ser sobrenatural”. A Encarnação é considerada pelo santo como triunfo e glorificação de Cristo, como primeira união e comunicação de seu resplendor e glória a toda a humanidade.
A união e transformação da pessoa em Cristo é o conteúdo essencial do processo de amor místico e meta do caminho espiritual. Na Encarnação esta busca se concretiza. A culminância da união é o abraço entre a Esposa e o Esposo Cristo. A inserção na vida trinitária se produz pela assimilação da filiação do Filho. Somos filhos no Filho.
Em Cristo, toque delicado, Deus Pai, mão branda, acariciou e tocou o mundo. Com Cristo se aproximou até o íntimo de cada um dos que crêem, lhe conhecem, lhe amam e lhe recebem. Com Cristo entrou o Homem em seu destino trinitário (Segunda Redação da Chama 02, 16-17).
Para a vida do homem se deu não só a criação e a encarnação, senão a vida inteira de Jesus de Nazaré e sobre todo o mistério de sua morte redentora e sua ressurreição santificadora. Encarnação e Redenção constituem um o binômio em que se compreendem todos os insondáveis mistérios de Cristo. São consideradas as mais altas obras de Deus.
A redenção se figura ou reformula como “união” ou desposório de Deus com a natureza humana. É a união hipostática do Verbo com a humanidade em Jesus. A humanidade foi redimida e desposada por Cristo pelos mesmos termos que a natureza humana foi  estragada e perdida. Aqui percebemos os temas paulinos e da patrística, o paralelo Adão-Cristo. A paixão, a morte voluntária e a cruz representam o cume da obra salvadora de Cristo. As palavras que brotam nas poesias e comentários de SJ+ são palavras de seguimento radical com a cruz, palavras que derivam deste mistério.
A morte de Cristo se tornou eficaz por si mesma, não por sofrimentos, enquanto expressão de sua entrega obediente e amorosa a vontade do Pai. Isto torna valiosas nossas próprias cruzes em seu seguimento: a Purificação e a entrega da vontade, a negação. Para o santo vale a cruz enquanto entrega da pessoa de do ser, da vontade, do amor e da vida. Ele não põe a dor e o sangue em primeiro lugar. A ciência da cruz (gnosis) é  a sabedoria máxima que se pode alcançar.      Nada se pode atingir sem ela
Cristo é a Palavra definitiva do Pai e Mediador universal. Pela sua Encarnação e Redenção foi constituído mediador único, universal e definitivo entre Deus e os homens, ainda que exerça às vezes suas funções por meio de outras mediações. O aspecto mais contemplado pelo Santo é a mediação da revelação donde Cristo aparece como palavra definitiva de Deus.
A meditação sobre Cristo como Revelação, Palavra e Mestre tem que completar-se com os títulos de Amado e Esposo, pois são os que iniciam o processo de recepção da Palavra nele oferecida a todo o Homem.
Cristo se torna para nós modelo e exemplo obrigatório de imitação. O caminho de Cristo, enquanto exemplo e luz, implica fundamentalmente a negação do sensitivo e do espiritual. Este caminho de imitação é o que pretende ensinar SJ+ em todas as suas obras. A mística de SJ+ é essencialmente cristocêntrica e mediante Cristo é teocêntrica, se fundamenta na imitação de Cristo.

Padre Giribone - OMIVICAPE


[1] FEDERICO RUIZ, Síntesis Doctrinal,  Introducción a la Lectura de San Juan de la Cruz, Castilla y Leon, 1993, p. 229.
[2] EULOGIO PACHO, Diccionário de San Juan de la Cruz, Monte Carmelo, p. 821.
[3] Idem ao anterior.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

CURA E LIBERTAÇÃO




Do que precisamos ser curados e libertados? A resposta podemos encontrar no próprio sentido da paixão, morte e ressurreição de Cristo. Se não precisássemos ser libertados e curados Jesus não teria passado tudo que passou para nos salvar e não teria enviado o Espírito Santo para nos auxiliar em nosso processo de santificação.
A primeira cura e por conseqüência, a primeira libertação acontece quando nos livramos do pecado e de sua ressonância em nossa vida. O maior problema do pecado é o nosso isolamento de Deus, quebra de comunicação, e a desconfiança de que Ele possa nos perdoar e aceitar novamente.
A nossa oração e todo o nosso empenho deve ser aplicado no reconhecimento do amor que Deus tem por nós. O ser humano é uma bomba que quer se sentir amado e amar. Quando fomos amados na nossa infância, na adolescência, na juventude, na fase adulta, enfim, se estamos nos sentindo amados neste momento, estamos em processo de cura e libertação.
A nossa vida é um grande mistério, todos temos altos e baixos, momentos de profunda alegria e de profunda decepção. Muitas vezes nos colocamos no centro do mundo, somos egoístas e auto-suficientes pensando que somos uma fábrica de realização pessoal. O pecado nos faz fortes, nos estampa uma alegria superficial que é capaz de convencer aos outros e a nós mesmos.
O Espírito Santo vem até nós para abrir o verdadeiro horizonte de nossa vida. Jesus nos diz que iremos conhecer a verdade e a verdade nos libertará (Jo 08, 32). Esta libertação é um processo. Inicia nos aspectos morais de nossa vida até chegar no íntimo de nosso ser, quando nos sentimos moradas de Deus.
Quando olhamos para Jesus com o olhar do filho pródigo (Lc 15, 11ss), estamos abrindo um grande espaço em nosso interior para sermos curados. Quando Jesus curava os doentes olhava para eles especialmente para a abertura ao amor pela Fé. Jesus curava independente da lei judaica, pois para ele era mais importante a salvação da pessoa que um simples cumprir aparente (Lc 14, 01-07). Toda a mensagem de Jesus se relaciona com a cura do egoísmo. Do pensamento que o mundo gira em torno de nosso eu.
A Fé é capaz de nos curar e de curar os nossos irmãos. Todos somos consagrados a Deus pelo nosso batismo, todos nós exercemos o sacerdócio comum dos fiéis. O cristianismo é bonito pelo seu altruísmo. Somos parte da comunidade daqueles que crêem em Deus Trindade. Não podemos entender Deus sem utilizarmos o verbo sair. Deus saiu de si mesmo para nos criar com a finalidade de participarmos de sua felicidade. Só seremos felizes quando fizermos os outros felizes. Rezar pelos outros também é um método para nos livrarmos de nossas fraquezas e limitações.
Hoje percebemos muitos “cadáveres ambulantes”, pessoas que não sabem sua origem e nem seu fim. Não sabem quem as criou e para o que foram criados. As relações comerciais estão acima das relações humanas deteriorando profundamente o sentido da vida humana. Quando nos perguntamos o que somos e para onde vamos não nos conformamos com o consumismo que nos consome.
Somos cristãos (portadores de Cristo pela nossa vida), dentro de um mundo descristianizado. As vezes podemos até participar ativamente da Igreja, mas estamos longe de viver os valores daquele que é o centro de nossa Fé. Só o amor poderá construir algo em nossa vida. Podemos perceber na recuperação dos dependentes e dos detentos, que a mensagem que eles necessitam é a realidade de que embora tenham cometidos muitas coisas más, ainda são amados por Deus. Nós até poderemos fazer uma tentativa de esquecer o nosso Criador, mas Ele é incapaz de passar um momento sem se lembrar de nós. Todas as nossas dificuldades, do passado, do presente e do futuro devemos “entregar” a Deus. Elas não nos pertencem, estão fora de nós e poderão até servir para a nossa verdadeira realização. Devemos transformar os limões de nossa existência em limonada.
Quando olhamos para os mártires, vemos ao lado de suas figuras ou imagens o instrumento em que foram torturados. Eles abraçam estes instrumentos tão terríveis de uma forma tão afável e carinhosa que nos impressiona. Acredito que devemos olhar para a nossa história da mesma forma, os instrumentos de tortura que podem ser os aspectos negativos de nossa existência, devem ser vistos de uma outra forma. Um dia estaremos todos na eternidade e iremos rir de nossas limitações e ver que muitas vezes valorizamos em nossa vida aquilo que não tinha tanto valor e deixamos de lado o essencial.
Não podemos nos ancorar em nosso passado. Tudo passa, só Deus basta nos diz Santa Teresa por que ficarmos ancorados nas sombras de nossa vida sem vermos o sol do amor que Deus sente por nós?
Diante de Jesus vivo em nossa vida seremos curados. Vamos perceber tudo que nos passou de uma forma diferente. O amor irá absorver todas as nossas limitações. Se estamos amando o Amor nos transforma, buscamos mesmo na noite o essencial e somos transformados por ele.
O olhar para dentro de nós mesmos é essencial para sermos curados. Os dois verbos entrar e sair são fundamentais. Entramos dentro para sairmos para fora. O cristão se realiza no altruísmo e não no egoísmo.
Quando descobrimos que a nossa existência é importante para Deus e para os nossos irmãos nos comprometemos com a realidade. Isto podemos perceber na vida dos grandes personagens do Antigo Testamento. Moisés se compromete com o povo ao ver um judeu ser mal tratado. A compaixão fez com que ele perdesse a honra do Egito para ser um libertador do povo de Israel. A solidariedade nos impulsiona a fazermos o bem e até mesmo nos faz esquecer de nossas limitações. Moisés percebeu desde o início que era profundamente limitado para libertar o povo mas a missão o arrastou a fazer o bem. Elias tem uma profunda contemplação de Deus e não é por isto que não se sente limitado, pede até para morrer diante das dificuldades.
Jesus está presente na Eucaristia, ele quer nos olhar desde dentro, das nossas dificuldades. Quando nos colocamos na presença de Jesus Sacramentado a nossa vida é transformada. A troca de olhares é fundamental, precisamos nos abrir a momentos importantes de adoração em nossa vida. A reforma de toda a realidade, da nossa vocação, de todo nosso trabalho começa quando nos colocamos diante de Jesus.
Só o amor pode nos curar. Sabemos de fatos concretos de pessoas que se curaram após se sentirem amadas. Crianças deficientes que mal sabiam falar e após uma adoção com muito afeto se transformaram. Nós não sabemos amar, confundimos amor com sexo ou exploração da pessoa do outro. O mundo materialista procura materializar os nossos corações. Quando nos materializamos nos afastamos da realidade última de nossa vida, nos afastamos do Eterno.
Quando acontece um acidente não nos importamos com nosso braço quebrado se temos que socorrer alguém que está muito mal em nosso lado. Quando colocamos o nosso olhar no Eterno somos capazes de vencer nossa limitação para vermos o essencial.
A oração é o caminho mais seguro para sermos o que o Senhor quer de nós. Quando nos comunicamos com Ele nossa vida muda e vamos entendendo com misericórdia as limitações de nossos irmãos.

Padre Giribone - OMIVICAPE

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A SANTÍSSIMA EUCARISTIA




O cristianismo se diferencia de todas as outras religiões por ter um contato de intimidade com Deus. Ele se torna alimento de salvação para nós. Jesus na eucaristia vem de encontro as nossas fraquezas e limitações. O homem desde que começa a se utilizar do raciocínio, pensa sobre o sobrenatural. Nenhum tipo de relação com a divindade se assemelha ao que o cristianismo oferece.
O crer na eucaristia é um divisor de águas. Após o surgimento do protestantismo a visão sobre a eucaristia foi deturpada de sua originalidade. Devemos recorrer ao que o Senhor nos deixou para entendermos com mais fé este grande tesouro de amor nos dado por Jesus, alimento para a eternidade.


1 – A SANTÍSSIMA EUCARISTIA NO NOVO TESTAMENTO:

A Palavra de Deus se complementa com a eucaristia. Deus se revela ao povo de Israel de uma maneira peculiar. Todo o Antigo Testamento se refere a esta revelação.
Quando Deus veio fazer parte da nossa história em Jesus Cristo temos o gesto mais concreto de amor da parte d’Ele. Vendo que éramos fracos e incapazes de andarmos com nossas próprias formas, Jesus desejou permanecer em nosso meio através da eucaristia.
Existem muitos textos no Novo Testamento que falam direta ou indiretamente da eucaristia. Vamos iniciar pelo capítulo 06 do Evangelho de São João que é todo ele referente ao Pão da Vida. Este capítulo não nos deixa dúvida sobre a presença de Jesus na eucaristia e da necessidade de recebê-lo para alcançarmos a eternidade.
“Quem comer deste pão viverá eternamente”(Jo 06, 51). Todos nós desejamos a eternidade, sentimos em nosso íntimo o desejo de nos eternizarmos, mesmo dentro de muitas limitações, queremos ser melhores. Desejamos viver eternamente, pois a vida é o maior dom que temos. Se existimos é porque somos amados neste instante por Deus.
Quando aceitamos a presença de Jesus em nós, assumimos os seus valores, somos modificados por este alimento que nos cura e nos liberta.
Outro texto fundamental sobre a eucaristia é o capítulo 11 da primeira carta de São Paulo aos Coríntios. No versículo 23 e seguintes, Paulo narra a consagração eucarística que até hoje é utilizada na liturgia. O gesto de Jesus, para quem crê realmente nele é fundamental.
Os evangelhos sinóticos todos eles narram o momento da consagração: Mt 26, 26-29; Mc 14, 22-25; Lc 22, 19-20).
 Nós somos muito limitados para entendermos este mistério, precisamos confiar na Palavra do Senhor que é infalível. É o Espírito Santo que age em favor de nossas limitações. A Eucaristia está ligada a Palavra de Deus, uma consolida a outra na busca de perfeição.


2 – RENOVAÇÃO DO SACRIFÍCIO DE JESUS:

O sacrifício da cruz e o sacrifício do altar: tem tanto valor a celebração da missa, como a morte de Cristo na Cruz. É o maior contato com Deus que podemos ter nesta vida.
Cada celebração eucarística renova o sacrifício de Jesus. Todo o mistério da salvação vem em socorro da fragilidade humana. “Fazei isto em minha memória”. O amor de Deus se renova constantemente para que possamos ser livres de nossos pecados e possamos evoluir em nossa vida espiritual.
A instituição da eucaristia é um mistério que só poderemos entender quando percebemos que Deus tem um amor inefável (misterioso) pelas pessoas. Estamos dentro de um mundo poluído pelo imediatismo que não nos deixa raciocinar sobre o sentido último de nossa vida. este imediatismo nos arrasta para o relativismo onde todas as coisas são aceitas em favor de nosso egoísmo. Este relativismo nos leva a renovação do pecado original nos tornando individualistas.
Jesus deu a sua vida por nós. Não existe amor sem sacrifício. Quem ama sofre pelo amado. O amor exige saída de nós mesmos em relação aos nossos irmãos. A eucaristia renova o gesto de amor de Jesus por nós. Através dela somos resgatados novamente de nossos pecados e nos entregamos a verdade de nossa vida.
Em cada celebração que participamos estamos abertos ao mistério de amor de Deus que nos cria, nos salva e nos santifica. Fomos criados para participarmos da felicidade que Deus vive. Não estamos nesta vida para obedecer aos meios de comunicação que são governados pelas relações comerciais.
Deus mergulha em nossa miséria através da eucaristia que atinge o passado, o presente e o futuro da história. Através da renovação do sacrifício de Jesus as pessoas que morrem são resgatadas para a eternidade. Quando oferecemos uma missa por um defunto, se ele tiver merecimento diante de Deus,  imediatamente ele terá a visão de Deus na eternidade.
Não podemos nunca faltar a missa, especialmente nos domingos e dias santos de guarda. O ideal seria a participação na missa diariamente. Receber Jesus todos os dias para nos fortalecermos na Fé. Somos desafiados a perseverar diante das dificuldades que o mundo oferece. Precisamos abrir o nosso coração para a graça de Deus. Devemos oferecer o que estamos vivendo em nossa celebração para crescermos em nossa adesão a Deus.




3 – SACRAMENTO DA EUCARISTIA E DA RECONCILIAÇÃO:

O que entendemos sobre sacramento? Por que a eucaristia é considerada um sacramento. São sinais visíveis da graça invisível que vem em favor das pessoas para se encontrarem com Deus. Os sacramentos existem para edificarem o homem perdido pelo seu próprio egoísmo. Cada sacramento tem a ver com momentos fortes de nossa vida.
O início da vida cristã acontece com o batismo que é um novo nascimento na graça de Deus. É o reconhecimento da pessoa em relação ao mistério da Santíssima Trindade que habita em nós.
No Santíssimo Sacramento da Eucaristia estão contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, por conseguinte, o Cristo todo (DS 1651). Esta definição dogmática da Igreja está ligada ao desejo de permanência contínua de Jesus Cristo com a nossa fragilidade.
O sacramento da Eucaristia é o ápice de toda a vida cristã. É a comprovação de que Deus nos ama e nunca nos abandonará. É o gesto concreto e misterioso do amor de Deus por nós. Jesus permanece realizando no meio de seu povo, um povo novo da aliança nova, os mesmos milagres que realizava através da Eucaristia. Nós temos este presente de maior importância em nossa vida. Em cada celebração Jesus se serve da fragilidade do sacerdote ordenado para estar conosco e para que nós possamos comungá-lo.
O mundo seria melhor se os cristãos que já recebem Jesus levassem a sério esta realidade: “Nós nos tornamos a extensão viva do Cristo vivo que celebramos”. O mundo tem que ser melhor a partir de nossa vivência eucarística.
A Eucaristia nos ampara nas dificuldades, na luta pela pureza, no combate aos vícios e, sobretudo, aumenta em nós a Fé, a Esperança e a Caridade. É a saúde da alma e do corpo, remédio para todas as enfermidades espirituais.
No momento em que o sacerdote profere as palavras da Consagração Jesus está presente. Vivo para nos livrar de todos os males e nos ajudar para que a nossa vida se associe com a Vontade de Deus. Por esta razão precisamos estar sempre preparados para recebê-la com todo amor e dignidade possível. A preparação para receber este sacramento deve ser feito através da Reconciliação freqüente. Este sacramento está ligado a Eucaristia como uma forma de estarmos totalmente disponíveis ao amor de Deus.
A adoração ao Santíssimo é um gesto que nos enche de graças e pode ser um meio de profunda conversão para sabermos em que ponto de nossa vida devemos melhorar. Esta prática deve acontecer em todas as igrejas do mundo inteiro, pois é uma fonte de graças. Quando feita com devoção pode nos alcançar a indulgência plenária (durante no mínimo de trinta minutos), em favor de nós ou de uma pessoa que está no purgatório com o desejo de alcançá-la e com orações pelo Santo Padre o Papa. 


Padre Giribone - OMIVICAPE

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A FÉ


A Fé

 


A fé remove montanhas. Já ouvimos muitas vezes este ditado com base do que Jesus falou a seus discípulos. Mas como poderíamos encontrar uma definição sobre ela? Ela é um processo de aceitação do mistério de Deus em nossa vida. Processo porque ela não cresce de uma hora para outra. Ela é lenta e progressiva na medida em que queremos obedecer a Deus. Para crescemos em nossa fé necessitamos de um diálogo profundo de amizade com aquele que nos ama. Sem a oração não descobrimos o que o Senhor quer de nós e não temos a coragem de optar pelo que ele nos solicita. A fé nos leva a verdade da humildade que vai aos poucos transformando nossa vida.

Deus vos abençoe...

Padre Giribone - OMIVICAPE

ESTAMOS NA PRESENÇA DE DEUS






Estamos todos na presença de Deus porque Ele é o nosso Criador e nos ama acima de nossas fraquezas e limitações. São João da Cruz fala que o olhar de Deus é amar. Esta afirmação está no presente. Isto significa que o nosso Criador jamais nos abandona. Somos amados profundamente por Deus. Ele jamais se esquece de nós. O mundo vive uma carência muito grande de amor e afeto. Muitas pessoas estão doentes por falta de amor. Se tomarmos consciência de que somos amados pelo Criador de todas as coisas iremos experimentar uma alegria interior que nos faz muito  felizes já nesta vida.
Deus abençoe a todos...


Padre Giribone - OMIVICAPE

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A ORAÇÃO MATUTINA





A Obra Missionária tem uma "locomotiva" que é a Oração Matutina. Por meio deste método de oração Deus vai nos mostrando por onde devemos ir. Este tesouro não pertence só aos consagrados da Obra. Por esta razão estamos expondo a todos que quiserem se servir deste verdadeiro tesouro de santidade.

Método de Oração da Obra: Recomendamos além da Santa Missa diária com a freqüência do Sacramento da Reconciliação e nossas devoções particulares o nosso método de oração. Pela nossa experiência solicitamos aos nossos missionário(a)s o seguinte método de oração que servirá como um “antídoto” na Fé, na Esperança e na Caridade que irá  combater o imediatismo, o relativismo e o individualismo presentes em nosso mundo.
Devemos levantar uma hora antes de iniciar todas as atividades do dia. Como temos muitas atividades durante o dia, percebemos que a oração matutina é fundamental para nossa vida por esta razão nenhum membro da Obra poderá negligenciar nesta matéria.
No sentido prático podemos apresentar como exemplo: se alguém tinha o costume de levantar-se às sete horas de agora em diante deverá se levantar às cinco horas e cinqüenta minutos. Pensamos que dez minutos sejam necessários para a higiene pessoal.
A nossa oração poderá ser feita individualmente ou em comunidade no período de uma hora. Esta hora será dividida nestas etapas:

A) Momento de Reconhecimento da Presença de Deus: Ter a certeza da Presença do Senhor. Que Ele está presente com seu amor. Procurar tomar consciência de que este momento é de suma importância para nossa vida, para a Igreja e para nossa Obra. Podemos fazer uma oração espontânea de louvor ou a oração da Cruz Missionária.

B) Momento de Leitura e Reflexão da Palavra de Deus: A Palavra de Deus nos revelará o que o Senhor deseja de nós em nossa vida concreta. Esta leitura poderá ser da Liturgia Diária ou conforme o que a pessoa sentir em seu coração.

C) Momento Contemplativo: Em silêncio deixar-se olhar pelo Senhor e perceber o que Ele deseja através de sua Palavra. Nesta etapa da oração nos comunicamos com Deus no íntimo de nosso coração e descobrimos o que Ele deseja de nós. É nosso diálogo de amizade com aquele que sabemos que nos ama.

D) Momento Carismático: Através da Efusão do Divino Espírito Santo pedimos a coragem de concretizarmos em nossa vida o que Senhor nos inspirou no momento contemplativo. Se a oração for feita em comunidade a Palavra poderá ser partilhada antes deste momento.

E) Momento Final: Oração do Pai Nosso: Conforme o ensinamento de Jesus rezamos a oração que Ele mesmo nos ensinou. Esta oração deverá ser feita de forma pausada para entendermos exatamente o que estamos rezando.
Oração Mariana: Pedir a intercessão de nossa padroeira a Virgem do Carmo Peregrina em favor da Obra e de seus membros. Se estiver algum sacerdote presente no caso de ser uma oração comunitária ele dará a todos os presentes a bênção sacerdotal.

NORMA DE OURO [ “Se o missionário(a) não rezar nem ele(a) nem ninguém irá se restaurar. Por esta razão esta oração deverá ser feita diariamente sem exceção”.

Padre Giribone - fundador da OMIVICAPE

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

REGRA DE VIDA DA OBRA MISSIONÁRIA DE EVANGELIZAÇÃO E ACOLHIDA SOCIAL VIRGEM DO CARMO PEREGRINA




I - CARISMA: Ser missionário(a)s do Cultivo da Presença de Deus na Efusão do Espírito Santo através da Oração e da Vida Fraterna.

Ser missionário(a) significa ter uma experiência de amor com Jesus e querer expandir esta experiência para o mundo. Estamos chamados a “Reconhecer” o amor de Deus em nós e em nossos irmãos. Somos peregrinos, não temos morada permanente em nossa vida. Por isto mesmo desejamos nos “despojar” de tudo o que nos impede de valorizarmos o amor de Deus.
Cultivo significa “processo”. É algo para toda a vida com altos e baixos tendo a certeza de que Deus nos ama acima de nossas limitações. Ele manifesta sua misericórdia para nos “restaurar” e sermos agentes de restauração.
A presença de Deus é a realidade de nossa existência. Estamos sobre o seu olhar desde o momento em que fomos concebidos até a eternidade.
A Efusão do Espírito Santo é o exercício carismático que irá nos fazer descobrir o que o Senhor deseja de nós e ao mesmo tempo nos dará força pra concretizarmos sua vontade em nossa vida. Percebemos aí a importância do exemplo de Maria a serva obediente que nos acompanha como Peregrina em nossa vida.
A Oração é a base de nossa consagração. Ela é responsável pela manutenção de nossa fé e nossa entrega na confiança.
A Vida Fraterna é a concretização do amor de Deus em nossa vida. Somos todos irmãos vivendo um amor de respeito e edificação.

II - FUNÇÃO: Viver a missionariedade no cultivo interior e na propagação da Fé aonde a Obra é solicitada, especialmente nos locais onde há carência de evangelização. Assistir aos necessitados, crianças e encarcerados com suas famílias.

III - CRUZ DA OBRA MISSIONÁRIA: Somos identificados como membros da Obra por portarmos a Cruz Missionária. Ela foi criada para cultivar a Presença Amorosa e Permanente de Deus e de sua Mãe a Virgem do Carmo Peregrina em nossa vida. Deverá estar sempre exposta em nosso peito para dar testemunho desta grande verdade. É nosso “símbolo máximo” que indica que somos consagrados e que nos sentimos amados por Deus restaurando o mundo com o nosso amor. Onde nossos missionários estiverem darão testemunho da presença de Deus. É um privilégio de graças estar com ela. A Cruz é ungida com o Santo Óleo do Crisma para nos proteger e ajudar no combate espiritual, na luta pelo bem e pelo testemunho de vida cristã.

1 - Imposição da Cruz: Diante do Sacrário, após ser abençoada e ungida com o Óleo do Crisma, a Cruz é imposta pela primeira vez pelo sacerdote na pessoa, que de joelhos, a recebe com dignidade após promoter fidelidade ao seu objetivo. Esta cruz é de uso exclusivo do portador e não poderá ser usada por outra pessoa sem a devida licença do sacerdote.
O portador da Cruz é inscrito no livro de atas e deverá rezar todos os dias na intenção do Santo Padre o Papa e dos que portam a Cruz três Ave-Marias e a seguinte oração segurando com devoção a Cruz em seu peito:

2 – Oração: “Deus Eterno e todo poderoso, eu reconheço a vossa presença amorosa em minha vida e de vossa Mãe a Virgem Santíssima e quero neste dia e sempre viver conforme o ensinamento de vosso Filho Jesus Cristo que vive e reina para sempre”. Amém.

3 – Promessa: “Prometo Reconhecer a Presença de Deus em minha vida e obedecê-lo através da oração matutina perene e o uso da Cruz da Obra Missionária até a morte”.


IV - TRÊS AMORES DOS MISSIONÁRIO(A)S DA VIRGEM DO CARMO PEREGRINA:

[ EUCARISTIA: Viver o Mistério da Eucaristia. Celebração diária da Eucaristia. Cultivar com amor profundo a presença de Jesus na Hóstia Consagrada. Adorar o Santíssimo Sacramento como fonte de descoberta da vontade de Deus em nossa vida e ajuda em nossa missão. Unido ao amor a Eucaristia está o Sacramento da Reconciliação que deverá ser buscado pelos missionários a cada quinze dias.

[ PALAVRA DE DEUS: Viver o Mistério da Palavra. Leitura Orante e Reflexiva da Palavra sempre iluminada pelo Magistério da Igreja. Da reflexão da Palavra nasce o amor aos empobrecidos especialmente as crianças, os encarcerados e as pessoas que precisam ser restauradas.

[ VIRGEM SANTÍSSIMA: Viver o Mistério Mariano. Seguir o grande exemplo de Maria mãe de Jesus e nossa mãe na Obediência, Humildade e Oração. Divulgar a devoção do título de Virgem do Carmo Peregrina.


V - QUATRO PILARES DA OBRA: Apresentamos aos nossos missionário(a)s os quatro pilares de nossa vida. Cada missionário(a) da Virgem do Carmo Peregrina deverá fazer uma avaliação sistemática com seu diretor espiritual sobre a vivência destas quatro realidades que são fundamentais para nossa vida e pertença a Obra. A maioria de nossos consagrado(a)s vivem inseridos na realidade do mundo. Por esta razão devemos ter um grande cuidado nesta matéria.

1 - ORAÇÃO: A oração dos missionário(a)s é a fonte de toda nossa vida. Sem oração não existe missão. Seguimos o conceito teresiano de oração como trato de amizade com Aquele que sabemos que nos ama. Esta oração Contemplativa é unida a leitura e reflexão da Palavra de Deus, Adoração ao Santíssimo Sacramento, quando possível, e Efusão do Espírito Santo. Percebemos que sem a oração associada à disciplina não existe crescimento em nossa vida espiritual e nem em nossa ação evangelizadora.

Método de Oração da Obra: Recomendamos além da Santa Missa diária com a freqüência do Sacramento da Reconciliação e nossas devoções particulares o nosso método de oração. Pela nossa experiência solicitamos aos nossos missionário(a)s o seguinte método de oração que servirá como um “antídoto” na Fé, na Esperança e na Caridade que irá  combater o imediatismo, o relativismo e o individualismo presentes em nosso mundo.
Devemos levantar uma hora antes de iniciar todas as atividades do dia. Como temos muitas atividades durante o dia, percebemos que a oração matutina é fundamental para nossa vida por esta razão nenhum membro da Obra poderá negligenciar nesta matéria.
No sentido prático podemos apresentar como exemplo: se alguém tinha o costume de levantar-se às sete horas de agora em diante deverá se levantar às cinco horas e cinqüenta minutos. Pensamos que dez minutos sejam necessários para a higiene pessoal.
A nossa oração poderá ser feita individualmente ou em comunidade no período de uma hora. Esta hora será dividida nestas etapas:

A) Momento de Reconhecimento da Presença de Deus: Ter a certeza da Presença do Senhor. Que Ele está presente com seu amor. Procurar tomar consciência de que este momento é de suma importância para nossa vida, para a Igreja e para nossa Obra. Podemos fazer uma oração espontânea de louvor ou a oração da Cruz Missionária.

B) Momento de Leitura e Reflexão da Palavra de Deus: A Palavra de Deus nos revelará o que o Senhor deseja de nós em nossa vida concreta. Esta leitura poderá ser da Liturgia Diária ou conforme o que a pessoa sentir em seu coração.

C) Momento Contemplativo: Em silêncio deixar-se olhar pelo Senhor e perceber o que Ele deseja através de sua Palavra. Nesta etapa da oração nos comunicamos com Deus no íntimo de nosso coração e descobrimos o que Ele deseja de nós. É nosso diálogo de amizade com aquele que sabemos que nos ama.

D) Momento Carismático: Através da Efusão do Divino Espírito Santo pedimos a coragem de concretizarmos em nossa vida o que Senhor nos inspirou no momento contemplativo. Se a oração for feita em comunidade a Palavra poderá ser partilhada antes deste momento.

E) Momento Final: Oração do Pai Nosso: Conforme o ensinamento de Jesus rezamos a oração que Ele mesmo nos ensinou. Esta oração deverá ser feita de forma pausada para entendermos exatamente o que estamos rezando.
Oração Mariana: Pedir a intercessão de nossa padroeira a Virgem do Carmo Peregrina em favor da Obra e de seus membros. Se estiver algum sacerdote presente no caso de ser uma oração comunitária ele dará a todos os presentes a bênção sacerdotal.

NORMA DE OURO [ “Se o missionário(a) não rezar nem ele(a) nem ninguém irá se restaurar. Por esta razão esta oração deverá ser feita diariamente sem exceção”.


2 – FORMAÇÃO: Devemos ter um cuidado todo especial nesta área do estudo e da formação. Cada membro deverá sempre estar lendo algum livro de formação conforme a orientação do Diretor Espiritual. O conhecimento deve estar unido à vida pelo contrário ele se tornará vazio e improdutivo. Além da leitura e do estudo pessoal devemos participar dos “Momentos Missionários” em que a comunidade se reúne para rezar, estudar e se organizar.

3 - TRABALHO: Nossa atividade é fruto de nossa oração. Neste pilar estão incluídos os trabalhos do dia a dia, o trabalho profissional e nossa ação missionária que será decidida pelo Diretor Espiritual com o consentimento do Conselho da Obra. Conforme o estado de vida de cada consagrado(a) devemos estar atentos ao nosso trabalho. A preguiça é um vício que pode ser a porta para todos os demais vícios. Sem disciplina não há restauração. Cada membro deve se esforçar por oferecer o seu trabalho pela Igreja de forma que ele não se torne pesado, mas nos auxilie em nossa conversão.

4 – VIDA FRATERNA: O recreio diário e os demais encontros dos missionários são importantíssimos para a vida fraterna que nos propomos viver. A nossa convivência e amizade deve ser uma conseqüência imediata de nossa oração. Cada missionário(a) deve sentir-se obrigado na “edificação” de seu irmão(a). Devemos sempre que necessário descobrir momentos de lazer e descontração, passeios, diversões sadias entre nós e nossos familiares. A Obra Missionária é uma Obra de Acolhida, portanto lugar de amor e simplicidade. Não estamos na Obra em vista de cargos políticos, bajulações e jamais devemos “falar mal” de algum dos membros ou de qualquer pessoa.

VI - MEMBROS: Os Irmãos e Irmãs Missionário(a)s são discípulos de Jesus com Maria e José. Poderão fazer parte da Obra Missionária: Sacerdotes, Religioso(a)s e Leigo(a)s que aceitem como compromisso o Carisma da Obra e queiram vivê-lo com alegria. Os membros poderão viver dentro (vida integral) ou fora da comunidade de vida e fazer parte da organização.


VII - DIREÇÃO: Todas as nossas decisões devem ser fruto de nossa oração e jamais de interesses particulares. Para que todos ganhem todos devem perder. Cada missionário(a) que for escolhido para uma missão de governo deverá aceitar o seu cargo como mandato divino para a edificação da Obra e de seus membros. Somos uma família da Virgem do Carmo Peregrina. Nosso sistema hierárquico está dividido da seguinte forma:

1) Superior Geral: Aquele que o Senhor determinar para ser o pastor e grande Diretor Espiritual da Obra. Todos devem amá-lo de todo coração.

2) Conselho Geral: Composto pelo Geral, co-fundadores, sacerdotes e alguns membros que serão escolhidos conforme sua missão. As decisões mais importantes são decididas por ele. Como inclusão e exclusão dos membros. Bem como a escolha dos diretores espirituais e formadores para os membros.

3) Representantes: São os membros que estão em outras cidades ou dioceses auxiliando na extensão de nossa Obra.

4) Formadores: Escolhidos pelo Conselho são membros idôneos para esta função. Devem ter um programa de estudo e reflexão com os membros especialmente de nossa espiritualidade e do magistério da Igreja.

5) Consagrado(a)s: São todos os membros que depois de uma caminhada de discernimento recebem a Cruz Missionária.

6) Vocacionado(a)s: São as pessoas que desejam viver nosso estilo de vida. Cada membro da Obra deve se considerar responsável pela promoção de nossas vocações.











quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

ESQUADRÃO DA VIDA - OMIVICAPE




O "Esquadrão da Vida" é um grupo de pessoas da Obra Missionária Virgem do Carmo Peregrina que passaram pela noite escura da dependência química e que hoje estão trabalhando para libertar outras pessoas desta doença. Tudo começou com um grupo que sentiu no coração que havia necessidade de se orientar pessoas, desde crianças até adultos sobre o problema grave da ingestão de substâncias que prejudicam a saúde humana.
Além do trabalho de conscientização hoje está sendo concretizado o sonho de uma comunidade terapêutica inteiramente gratuita que se encontra aqui em Rio Grande no distrito do Povo Novo. Os irmãos que lá se encontram fazem a experiência da Oração Matutina e percebe-se uma mudança radical em suas vidas.
Peço orações a todos para que este grupo continue com amor e alegria e que muitos irmãos sejam recuperados. Vamos nos unir nesta Obra de Restauração.

Autor: Padre Giribone - fundador da OMIVICAPE

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO E A INDULGÊNCIA PLENÁRIA




A Igreja tem a autoridade de Jesus Cristo para auxiliar os cristãos no seu processo de salvação (Mt 16, 18). Deus deseja que todos se salvem e façam parte da sua felicidade. As adorações ao Santíssimo Sacramento feitas em nossas comunidades são um momento de profunda renovação. Além de rezarmos pelas vocações, como já é de costume, podemos aproveitar melhor esta presença salvadora de Jesus orando pela salvação nossa ou de uma pessoa que esteja no purgatório.
Irei me servir neste momento de uma pesquisa feita no livro do Prof. Felipe Aquino: "O que são as Indulgências" da Editora Cléofas. Que merece ser lido para maiores informações.
O uso das indulgências é muito antigo na Igreja, desde o início ela usou o seu poder de remir a pena temporal dos pecadores. O sacramento da Reconciliação teve uma evolução. No início as penitencias dadas aos penitentes eram muito severas. Os penitentes recorriam à intercessão dos que aguardavam presos se preparando para o martírio na época das perseguições. Neste período eram escritas as "cartas de paz" onde o penitente pedia ao bispo a absolvição da pesada penitência pública que o confessor lhe impusera, e também da dívida para com Deus; a pena temporal que a penitência satisfazia. Deste modo era transferido para o pecador arrependido, o valor satisfatório dos sofrimentos do mártir. Foi nesta prática que se deu início ao uso da indulgência na Igreja.
Aos poucos a Igreja reconheceu oficialmente este gesto de solidariedade que recebeu o nome de "obras indulgenciadas". A remissão da pena temporal, ou seja, daquilo que ficou como cicatriz do pecado, tomou o nome de Indulgência. Este gesto sempre foi exigido da igreja um grande desejo de reconhecimento do amor de Deus e repúdio radical de todo pecado.
A doutrina das Indulgências foi revitalizada na Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina, que esclarece o sentido profundo e teológico das indulgências.
A indulgência é "remissão", isto é, livra, liberta, da "pena temporal" devida aos pecados já perdoados. Ela pode ser parcial ou plenária, conforme liberta, em parte ou no todo, da pena temporal devida pelos pecados. Ninguém pode lucrar indulgências a favor de outras pessoas vivas sendo que qualquer fiel pode lucrar indulgências parciais ou para si mesmo ou aplicá-las aos defuntos como sufrágio.
A indulgência plenária pode se ganhar uma vez por dia, para si mesmo ou para as almas; realizando uma das seguintes obras:

1 - Adoração ao Santíssimo Sacramento pelo menos por meia hora.

2 - Leitura espiritual da Sagrada Escritura ao menos por meia hora.

3 - Piedoso exercício da Via Sacra.

4- Recitação do Rosário de Nossa Senhora na igreja, no oratório, na família ou na comunidade religiosa ou associação.

Para se lucrar a indulgência plenária, a cada dia, além de cumprir uma dessas quatro obras acima citadas, são também necessárias àquelas exigidas para todas as formas de indulgências plenárias: Confissão sacramental, Comunhão Eucarística e Oração pelo Papa (Pai-Nosso e Ave-Maria, no mínimo). Além disso, um desejo forte de conversão e o desejo de ganhar a indulgência plenária. Um belo e santo costume é oferecer a Nossa Senhora esta indulgência para que ela aplique a alma do purgatório que ela desejar.
Como todas as coisas de Deus acontecem em nível de Fé, precisamos pedir ao Santo Espírito que nos ajude a vivermos uma vida de profunda solidariedade para entendermos o sentido profundo das indulgências.
Através de nosso gesto solidário podemos ajudar muitos irmãos que só iremos conhecer na eternidade. 


Autor: Padre Giribone - OMIVICAPE